Wednesday, February 02, 2011
Escorregões na língua...
Mesmo após escândalos, 47,8%
não lembram em quem votou
Trechos do texto “Um rosto na multidão”, de Carlos Heitor Cony, ótimo cronista, escritor consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras (Gazeta do Povo, p. 10, caderno Vida e Cidadania, 1º/02/2011):
“...ele dava a impressão de buscar câmeras e holofotes onde houvessem câmeras e holofotes.”
“...Lula dava a impressão de estar dizendo para todos: ‘Veja aonde cheguei!’”
Trecho da matéria “Atlético encara ‘panela de pressão’ na Arena” (Gazeta do Povo, 30/01/2011, p. 4 do caderno de Esportes):
“O volante Fransérgio [...] começou o ano renegado ao ‘time C’ do Atlético...”
Tuesday, February 01, 2011
“Dossiê Battisti”: o erro fatal
Ao menos, desta vez, aparece algum contrapeso. A matéria cita intelectuais franceses que defendem a inocência de Battisti e uma historiadora que alega que as assinaturas de Battisti nas procurações ao advogado que o defendeu ante a justiça italiana eram falsificadas.
A edição dá voz também a uma das advogadas de defesa de Battisti no Brasil, sob o título “Reação da Itália mostra que Lula estava certo, diz defesa”. E também ouve Arrigo Cavallina, identificado como “um dos idealizadores do PAC [o movimento Proletários Armados pelo Comunismo, do qual Battisti fazia parte] e espécie de ‘mentor’ de Cesare Battisti”. Um trecho: “Cavallina diz que a mídia e o governo italiano exageram ao falar do caso, já que há outros italianos condenados que também não foram extraditados pela França.”
Entretanto, o mais curioso, o indicador do erro fatal, é o “Depoimento” da repórter enviada à Itália. A jornalista acredita que Battisti é criminoso porque, na Itália, o vulgo assim pensa. “Será que um país inteiro está errado e a decisão de um presidente - que já virou ex - é que está certa?” - pergunta ela, encerrando o texto. Incrível. Antes de tudo, porque ela ficou uma semana em algumas poucas cidades da Itália - algo absolutamente insuficiente para ter um panorama do pensamento dominante no país todo. Mas, pior, por tomar como verdade absoluta a opinião da maioria.
Se a mesma jornalista fosse enviada ao Irã, certamente voltaria qualificando Sakineh Ashtiani de adúltera, criminosa, assassina. Afinal, a quase unanimidade das autoridades e do povo iraniano assim pensa. E se fosse à China ou à Coreia do Norte, voltaria tecendo loas às ditaduras que lá imperam, pois nada ouviria contra. Ou não, nesse caso, já que, dada a linha editorial do periódico, provavelmente já partisse de uma posição previamente tomada...
Este é o erro: não se faz bom jornalismo a partir de uma posição prévia que se busca apenas confirmar, nem com base na opinião do vulgo. B0m jornalismo é feito com apuração e apresentação de fatos e dados, bem como da palavra de fontes qualificadas, como especialistas tanto quanto possível neutros em relação ao caso que se apura. Se em março de 1994 a Gazeta tivesse feito um “Dossiê Escola Base” com o mesmo espírito, teria condenado previamente os proprietários da escola - naquela época, “o país todo” tinha certeza de que eles eram culpados... Na deontologia jornalística, não cabe o jornalista pautar-se pela opinião da maioria. Por vezes, é preciso ir contra um país inteiro. Não é a visão da maioria que indica o que é “verdade” ou “certo”.
Repito: não defendo Battisti, nem tenho posição formada quanto à extradição (tema tão complexo que dividiu o STF). Mas defendo, sim, um jornalismo de qualidade (o que, diga-se, não é raridade na Gazeta do Povo, um jornal realmente bom no panorama do jornalismo brasileiro).
Monday, January 24, 2011
Tudo é novidade?
Claro que isso não é regra geral para cadernos especiais ou publicações semanais. Um caderno de gastronomia poderia tratar da história da cerveja em qualquer tempo - o gancho, nesse caso, é temático, ligado à proposta do caderno. Uma revista mensal sobre automóveis antigos poderia fazer uma reportagem especial sobre os carros mais raros em mãos de colecionadores brasileiros - em qualquer edição, sem necessidade de outro “gancho” que o tema da revista.
Faço esses comentários prévios para manifestar minha surpresa ante uma matéria de página inteira publicada no caderno Vida e Cidadania da Gazeta do Povo de 22 de janeiro de 2011 sob o título “Um novo olhar sobre a Idade Média”. O que justifica a publicação desse texto? Não consegui perceber. Pensei que tratasse do lançamento de um livro sobre o tema, mas não, não havia nada disso na matéria.
Bem, isso também não é assim tão grave. Os jornais estão, com o perdão do neologismo, se “revistizando”. As edições dominicais dos grandes diários de há muito se assemelham, em grande parte de suas páginas, a uma revista semanal. Mais recentemente, com a concorrência da internet e seu imediatismo, os diários passaram a publicar mais textos com “estilo de revista”. De qualquer maneira, caberia ao autor indicar ao leitor a razão da publicação do texto.
Entretanto, isso não é o que mais chama a atenção na página em questão, mas o seu conteúdo. Esse “novo olhar”, na verdade, é muito, muito velho. Há pelo menos 30 anos leio livros com conteúdo revisionista em relação à Idade Média. Na Europa, a “revisão” é muito anterior. Realmente, não há como apresentar o fato como algo novo. Se fosse mesmo novo, teria um “gancho” na atualidade, que a reportagem não apresenta.
A impressão que tenho lendo certos textos nos jornais de hoje, cheios de gente jovem, é que para essa juventude (como é natural) tudo é novidade, como o caso do cinema fechado há “distantes” 16 anos (veja o post anterior “Coisa de inexperiência”). Parecem adolescentes escrevendo para adolescentes. Será mesmo esse o público dos jornais impressos de hoje?
Jornalistas precisam escrever corretamente
Não sou um “purista” da língua, nem um “caçador de erros”. Mas acredito que os jornalistas precisam, por dever de ofício, conhecer bem as regras do português formal. E escrever dentro dessas regras, o que indica domínio do idioma pátrio, qualidade essencial para um bom jornalista.
Por isso, não me agrada encontrar “erros” nas matérias jornalísticas, especialmente aqueles que se repetem e os que indicam o empobrecimento da língua. Já comentei aqui a triste morte do “cujo”, pronome que quase não se utiliza mais, embora ele seja insubstituível em determinadas construções textuais.
Tenho reparado também uma confusão reiterada quanto às palavras “sobre” e “sob”: parece que “sob” está sendo sufocado pelo “sobre”, que o vem substituindo irregularmente. É o caso, por exemplo, da frase: “A CBF cobra cerca de R$ 22 por árbitro em cada partida disputada sobre sua tutela.” (Gazeta do Povo, 23 jan. 2011, Esportes, p. 2, coluna “Intervalo”).
Também me incomodam os frequentes deslizes na concordância verbal, como neste exemplo: “Daí, bastou mais cinco minutos para o camisa 9 pegar a bola...” (mesmas edição e página, matéria “Lucas comanda virada em reestréia na Arena”.
Outra confusão comum diz respeito ao uso da vírgula em orações explicativas ou restritivas. Veja-se este caso: “De acordo com o estudante do curso de Gravura, Rodolfo Lucchin, 23 anos, a intenção dos estudantes não era prejudicar a instituição...” (Gazeta do Povo, 23 jan. 2011, Caderno G, p. 1, “Quase abaixo de zero”). Como está, a frase indica que o curso de Gravura tem um único estudante, Rodolfo Lucchin. O correto seria: “...o estudante do curso de Gravura Rodolfo Lucchin, de 23 anos...” (o “de” antes de “23 anos” é outro detalhe: estava faltando, embora essa construção seja comum em jornais de hoje).
Quanto ao emprego do acento grave indicativo de crase, já cansei de comentar. Não entendo qual a dificuldade de tantos jornalistas com essa questão básica da língua portuguesa. Crase é o encontro de dois “as”, e pronto – o que foge disso é exceção e raridade. Como podem fazer tanta confusão? É só bater o olho numa página de jornal para encontrar os frequentes erros de crase – como fiz agora, vendo a expressão “à reboque” (sic) numa página da Gazeta do Povo (22 jan. 2011, Vida e Cidadania, p. 10, Box “Saiba mais” da matéria “Um novo olhar sobre a Idade Média” – matéria, aliás, que merecerá comentário em outro post).
Se há ou não deficiência no ensino e/ou no aprendizado da língua portuguesa, não importa: os jornais deveriam estar atentos ao correto uso do idioma escrito e alertar e corrigir seus jornalistas para que deslizes desse tipo tornem-se cada vez mais raros.
Thursday, January 20, 2011
Jornal endossa intenção da Prefeitura como fato
O texto da matéria, entretanto, informa: “Em cinco anos, o número de pessoas vivendo em áreas de risco em Curitiba deverá ter uma redução de 86%, segundo a prefeitura”. Ou seja, o jornal toma como verdade (no título) o plano da prefeitura, dando todo crédito às informações do governo municipal.
Erro jornalístico ou posição política?
Wednesday, January 19, 2011
Charge de Benett

Anida o “Dossiê Battisti” na Gazeta do Povo
Hoje, afinal, apareceu uma matéria em que foi ouvido o outro lado: parentes de Battisti, que, logicamente, o defenderam. Obviamente, a palavra de parentes do acusado tem tanto valor quanto à dos parentes das vítimas, já que a repórter não recorre a outras fontes (por exemplo, documentos e especialistas neutros). Mas o jornal cuida para que elas não tenham o mesmo peso.
Uma das técnicas jornalística empregadas para dar mais peso a um lado ou outro é a edição - recurso que os jornais utilizam para favorecer o lado que escolheram. Isso fica muito claro nos títulos das matérias. Se a primeira matéria tinha como título, entre aspas, a declaração de um familiar de uma das vítimas (“Um delinquente da pior espécie”), a matéria com a versão dos parentes de Battisti tem por título: “Uma família contra um país”. O contraste dos títulos já revela a parcialidade do veículo.
Ademais, embora ouça “o outro lado”, o texto da matéria procura desqualificar os depoimentos pró-Battisti. Além do título, isso está em alguns trechos do texto, como este: “Eles estão contra um país inteiro. A família de Cesare Battisti, com o apoio de um círculo restrito de amigos e conhecidos, defende-o há 30 anos. E continua fazendo o mesmo agora.”
A matéria usa outro recurso pouco recomendável jornalisticamente para desqualificar os depoimentos favoráveis a Battisti: as generalizações, feitas sem qualquer dado comprobatório. Por exemplo: “...o clamor da opinião pública italiana, amplamente favorável à extradição de Battisti...” e “Para a maioria dos italianos de hoje, esses grupos apenas impunham o terror e queriam derrubar um governo eleito democraticamente”.
Como um jornalista pode saber exatamente o que pensa “a maioria dos italianos de hoje”? Será que a repórter é vidente? Nenhuma pesquisa de opinião é citada. Do mesmo modo, poder-se-ia afirmar que a grande maioria dos brasileiros de hoje é contrária à extradição de Battisti. Isso não é jornalismo - e estou certo de que os professores de jornalismo (eu entre eles) alertam os alunos quanto a isso. Não se pode generalizar sem dados comprobatórios.
Numa segunda retranca (matéria conexa, na mesma página), assinada pela agência Estado, informa-se que o Senado italiano aprovou por unanimidade moção pedindo que Berlusconi não meça esforços pela extradição de Battisti. Uma pérola do texto: “O ato, de caráter simbólico, mostra o grau de unidade da opinião pública italiana em torno do tema”. É para rir? Então, se os nossos 81 senadores brasileiros aprovarem uma moção por unanimidade, sobre qualquer tema, poderíamos deduzir que eles estariam assim indicando a unidade da opinião pública brasileira? Só rindo, mesmo.
Os senadores italianos também cometem o erro da generalização, explicitamente, ao afirmarem, na moção aprovada, que a opinião pública italiana “sem exceção, está surpresa e indignada com a recusa da extradição”. A opinião pública, sem exceção! Talvez os defensores de Battisti não façam parte da “opinião pública”... Parece que os políticos italianos são tão oportunistas quanto os de outros lugares que bem conhecemos...
Repito: talvez Battisti seja mesmo um assassino comum. Mas não é isso que está em jogo. É a qualidade do jornalismo que escolhe previamente um lado. Se não houvesse controvérsias fortes quanto ao caso, por que o STF teria recomendado a extradição por uma margem tão apertada? O resultado da votação foi 4x3, o que indica que a questão não é assim tão simples.
Mas a mídia precisa de culpados. O filme é antigo. Os donos da Escola Base, a família Nardoni e tantos outros são exemplos claros de que não importa apurar dados concretos e informar com honestidade, isenção e imparcialidade, dando igual destaque a todos os lados envolvidos. O importante é achar um culpado e saciar a sede de sangue de leitores e telespectadores. Assim, a mídia cumpre uma função simbólica de pacificação social, na medida em que a opinião pública pode sentir que, havendo um crime, o “culpado” logo será encontrado e condenado.
Monday, January 17, 2011
Crítica de mídia
A primeira crítica vai para a máteria “Um delinquente da pior espécie”, sobre o caso Battisti. A jornalista que foi à Itália usou como fontes, basicamente, parentes das vítimas supostamente assassinadas por Battisti. É óbvio que essas fontes tem toda pré-disposição para condená-lo. Qualquer estudante de Jornalismo - e provavelmente mesmo a grande maioria dos leitores de jornal - sabe que um princípio basilar do bom jornalismo é ouvir sempre todas as partes envolvidas. Não foi o que fez a repórter da Gazeta. A matéria é totalmente tendenciosa, pois ouve apenas fontes obviamente contrárias a Battisti. O próprio título, uma frase entre aspas, já indica a parcialidade editorial (aliás, previsível no caso de um jornal conservador como a Gazeta, cujos proprietários são ligados ao movimento Opus Dei).
Se a repórter quisesse fazer uma matéria parcial, mas puxando a brasa para outra sardinha, poderia ter ouvido apenas próceres da esquerda e conseguiria facilmente um título como: “Ele foi um herói da luta contra a opressão”.
Note-se que os próprios entrevistados contam que os nomes das vítimas frequentaram os noticiários como acusados de torturarem prisioneiros de esquerda. Mas, é claro, os parentes dizem que era mentira. Uma das “provas” é o relato do irmão de uma das vítimas, que conta que a família perguntou se as acusações tinham fundamento, e o acusado respondeu que não. Bela “prova”, não?
Não tenho opinião formada quanto ao caso Battisti, pois não conheço seus detalhes. Mas tenho opinião muito bem estabelecida quanto ao mau jornalismo, aquele que não busca relatar honestamente um fato, mas parte de uma posição pré-estabelecida para procurar fontes que confirmem essa posição. A honestidade jornalística exigiria que a repórter ouvisse o outro lado, o que ela não fez. Tomara que ela se redima e publique em seguida uma matéria com a versão omitida.
O mesmo erro, com gravidade bem menor, é cometido na matéria “3 paranaenses estão entre os 10 deputados com mais faltas” (de passagem: o título desrespeita duas vezes a convenção de redação jornalística - e também norma da ABNT - que estabelece a redação por extenso de números até dez).
Os três deputados mais faltosos não foram ouvidos. Tudo bem, trata-se de um fato: a relação de faltas é algo objetivo, matemático, que não exige explicações. Mas, uma vez que se trata de uma denúncia envolvendo os políticos, seria de bom tom dar-lhes a palavra e ouvir deles uma explicação.
Fugindo do assunto: a matéria cita o site Congresso em Foco, segundo o qual “as justificativas mais frequentes para as faltas são as viagens em missão oficial, licenças por questões médicas ou para tratar de interesses pessoais”. Só num país pouco sério mesmo uma justificativa aceitável para faltar ao trabalho é “tratar de interesses pessoais”. Dá para imaginar se fosse assim na iniciativa privada?
Friday, January 14, 2011
Mais da Gazeta...
Primeiro trecho: “Após o segundo gol, a partida esfriou e ficou centralizada no meio de campo”. Centralizada no meio é bom, né? Por que eles não “centralizaram” nas laterais?
Segundo trecho: “...Maicon puxou contra-ataque pelo meio e abriu na esquerda para Cristian arrematar a gol, mas Valinoti desviou para tiro de fundo”. Valinoti é o goleiro do Cerro. O que será “tiro de fundo”? Conheço o “tiro de meta”, quando a bola chutada pelo time que ataca sai pela linha de fundo, e “tiro de canto”, o escanteio, quando alguém do time defensor coloca a bola para fora pela linha de fundo da defesa. Se o goleiro desviou pela linha de fundo, deve ter sido escanteio (ou tiro de canto) - e não “tiro de fundo”. Se alguém sabe o que é isso, explique, por favor!
“Bombas” cinematográficas
Na Cinemateca, fui ver “Tônica dominante”, filme nacional, exibido dentro da programação da Oficina de Música. O filme tem 80 minutos, cheguei uns três minutos atrasado e aguentei assistir a menos de 45 minutos, dos quais devo ter cochilado uns 15. Outra “bomba”...
Wednesday, January 12, 2011
Coisa de inexperiência...
O texto está cheio de informações absolutamente irrelevantes ou óbvias. Vejamos alguns trechos...
“Faixas e uma televisão enorme anunciam os filmes em cartaz”. Ou seja, é mesmo um cinema, igualzinho a todos os outros.
“Uma moça simpática no caixa descreve os filmes disponíveis e pontua os horários de exibição”. Nossa! Que bom saber que a funcionária cumpre suas funções básicas!
“A sala tem um clima confortável e dá para perceber a expectativa de parte do público para o filme que vai começar”. Ainda bem que a sala tem um clima confortável. Deve ter condicionador de ar, como todos os cinemas atuais. Mas por que será que apenas parte do público tem expectativa em relação ao filme que vai começar? Será que a outra parte vai ao cinema sem nenhuma expectativa? Ou esconde bem sua expectativa, de modo a que a repórter não perceba?
“As poltronas reclináveis são confortáveis...” (a autora gosta dessa palavra) e o cinema tem pipoca! Que bom, né? Tão diferente! “...e parecem ideais para se encarar produções longas, que parecem estar na moda hoje em dia.” E parece que ela parece gostar da palavra parece... Parece também que ela não sabe bem exatamente o que está na moda.
A jornalista esclarece que o incêndio que destruiu o cinema “marcou a população da cidade” (hum... que generalização...) e que “Os jovens enfrentaram uma espécie de luto por alguns meses.” Que jovens? Todos os jovens da cidade? Uma espécie de luto? Como é possível apurar essa informação generalizante?
Depois, o texto trata da história do cinema em Paranaguá, lembrando que o Cine Teatro Santa Helena foi inaugurado em 1927 e funcionou até 1994. E arremata dizendo que “as lembranças da época ficaram somente na memória dos moradores mais velhos”! Para se lembrar de um cinema que fechou em 1994 é preciso ser um “morador mais velho”? Mais velho do que quem, cara-pálida? Uns 26 anos, talvez? Qual a idade da autora do texto? Dezesseis, para considerar gente de 26 anos “moradores mais velhos”?
A matéria traz também a fala de um “diretor” do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, identicado apenas como “José Maria”. É regra básica de jornalismo informar o sobrenome da pessoa e o cargo. A internet esclarece facilmente o que a repórter sonegou: José Maria Farias de Freitas é 1º tesoureiro e diretor setorial do Departamento de História do IHGP.
Thursday, January 06, 2011
O jornal que acredita nos governantes!
Na edição de domingo, 2 de janeiro de 2011, da Gazeta do Povo, o mesmo erro é cometido duas vezes. Vejamos a manchete da capa, relativa à posse de Dilma Rousseff: “Combate à miséria será prioridade de Dilma”. E o título principal da página 12 do caderno Vida Pública, tratando da posse de Beto Richa como governador do Paraná: “Educação será maior prioridade no Paraná”.
O leitor é capaz de identificar o problema? Bem, a dica está no título deste post. O jornal afirma nos títulos quais serão as prioridades dos governos federal e estadual do Paraná. Ou seja, assume como verdade o que foi dito nos discursos de posse.
O título é redigido pelo jornal, é palavra do jornal. Portanto, é a Gazeta do Povo quem está afirmando taxativamente quais serão as prioridades dos governos. Ou seja, o jornal deu total crédito aos discursos de posse, em vez de indicar ao leitor que os políticos em foco é que disseram isso.
A solução é o jornal afirmar que as prioridades foram indicadas nos discursos - e não tomar os discursos como verdade. Os títulos poderiam ser, por exemplo: “Richa define educação como prioridade” e “Dilma afirma que combaterá a miséria”. Desse modo, o jornal apenas relata o que os empossados disseram, sem endossar o discurso deles.
O problema é grave, mas, infelizmente, repito: não é incomum. Pode ser “apenas” um erro jornalístico, como pode ser, também, a indicação de uma linha ideológica do jornal. Que cada leitor analise e tire suas conclusões...
Monday, December 27, 2010
Gazeta do Povo - fazer um jornal é mesmo difícil...
O jornal conta com profissionais de primeira linha no jornalismo brasileiro, como é o caso de Mauri König e José Carlos Fernandes, para citar apenas dois, além de muitos outros nomes que têm feito um jornalismo digno de louvor (e até de prêmios nacionais). E tem um time de cartunistas que parece uma seleção nacional. Dois deles, especialmente, me encantam: Bennet e Tiago Recchia, que estão entre os melhores chargistas do país. O Caderno G (Cultura) também se destaca com excelentes profissionais etc. etc. Há muito que elogiar.
Portanto, não faço comentários ranhetas de leitor rabugento, mas “crítica de mídia”. E hoje resolvi “descer a lenha” (no bom sentido) em alguns textos da edição do último final de semana (sábado e domingo - edição dupla por causa do feriado de Natal). Lá vai...
O caderno Verão 2011 comete alguns pecadinhos na matéria “Para todos os bolsos e gostos”. A começar pelo chavão no título - apesar de todas as recomendações de evitar o uso de chavões que qualquer aluno de Jornalismo ouve ad nauseam durante o curso. A matéria apresenta opções de hospedagem durante a virada do ano no litoral paranaense. É dividida em três retrancas: “Pacote econômico”, “ Sossego perto da natureza” e “Sofisticação na virada”. A opção mais barata do tal pacote econômico é ficar em um camping por R$ 10 ao dia. Não é uma opção para “todos” os bolsos. Tem gente que não pode pagar isso, ainda mais que é preciso ter os apetrechos para camping. Quanto ao terceiro título, francamente... falar em “sofisticação” ao se referir aos hotéis da orla paranaense é pra lá de exagerado. Os melhores hotéis do litoral do Paraná oferecem algum conforto (o Guia Quatro Rodas os classifica como “médio conforto”) e realmente nada de “sofisticação”. Quem fez o título ou não conhece os hotéis ou não sabe o significado da palavra sofisticação.
No caderno Viver Bem, a reportagem “Quanto custa a felicidade?” é interessante, mas também escorrega em algumas coisinhas... Primeiro, por repetir assunto já tratado num ótimo texto de Mauri König. Talvez fosse conveniente pelo menos fazer referência à matéria anterior. Depois, apresenta uma lista de filmes que tratam da relação do dinheiro com a felicidade. A relação traz, entre 13 filmes, “Encontros e desencontros” - é forçar muito a barra dizer que o filme trata desse tema.
Por fim, a legenda de uma foto que ilustra matéria sobre sustentabilidade: “Antes de ir para o lixo, caixa de papelão e tampinhas de plástico viram brinquedos”. E depois vão para o lixo? No lugar de “Antes”, deveria estar “Em vez”. E o primeiro verbo também deveria estar no plural.
Friday, December 24, 2010
Natal
Nas grandes empresas impregnadas de burocracia, vejo o chefe do “Depto. de Promoções” (“Depto.”, grafado assim mesmo - é incrível como se insiste em abreviar erradamente a palavra “departamento”) digitando um memorando ao “Sr. X”: “Comunicamos que, em vista das promoções natalinas, Va. Sa. deve providenciar instalação da decoração própria, conforme plano anexo do Depto. de Marketing. Material à disposição no Almoxarifado, Seção XVI, depósito 4, armário No. 9".
De qualquer modo, o efeito final é sempre agradável às almas abertas à beleza das cores e à atmosfera especial da época.
Andando pelas ruas iluminadas, é preciso cuidado para não trombar com o Papai Noel. Quando criança, disseram-me que existia um Papai Noel. Só um. Mas ele deve andar rapidinho, pois a cada esquina que dobro vejo-o lá. O que devem pensar as crianças? Foi isso que me chamou a atenção nessa noite. Será que elas ainda acreditam nesse Papai Noel comercialmente multiplicado?
Entrei num shopping - lá estava “o bom velhinho”, claro, com a infalível barba branca, acolhendo as crianças. Uma pequena fila aguardava - três ou quatro crianças com seus familiares - enquanto um menino entediado esperava que seus pais, encantados, o fotografassem no colo do “velhinho”. Os outros pais, na fila, olhavam a cena embevecidos - talvez um ou outro lamentasse apenas por não ter tido ideia de levar também uma máquina fotográfica para registrar o encontro com um personagem vindo de tão longe (a Lapônia, vizinha do Pólo Norte).
Observei as outras crianças na fila. Uma, sonolenta, insistia com a mãe para que a pegasse no colo. A mãe não lhe dava atenção - tinha o olhar cravado na cena à sua frente e repetia: “Olha, filha, Papai Noel, olha!” Mais atrás, um menino pedia ao pai um sorvete. Também hipnotizado, ele batia no ombro do filho, sem olhá-lo, respondendo: “Depois, filho, depois do Papai Noel.”
Fiquei ali algum tempo ainda, apreciando o movimento e analisando as pessoas. Saí contente para continuar meu passeio. Sim, ainda há quem acredite na magia de Papai Noel...
[Texto escrito em 1995, como exercício de redação na Faculdade de Jornalismo. Reencontrei-o nesta semana, mexendo em papéis velhos guardados há anos.]
"Porre" de cinema
Vimos três filmes: “A rede social”, “Enterrado vivo” e “Comer, rezar, amar”. Tivemos sorte dessa vez: são todos filmes que merecem ser assistidos, e cada um bem diferente dos outros.
“A rede social” é o filme do heroísmo pós-moderno. Os personagens são sempre hedonistas, egoístas, interesseiros, e alguns muito arrogantes. Mostra certo tipo de gente que está “dominando o mundo”. Pobre mundo...
“Enterrado vivo” é uma obra-prima. Filme de 1h30min com um único ator e um só cenário que consegue manter a tensão e prender a atenção o tempo todo.
“Comer, rezar, amar” é interessante (mesmo com a insossa da Julia Roberts no papel principal). Javier Bardén interpreta um brasileiro (que fala algumas palavras num português com forte sotaque - o que até é justificável no filme, pois o personagem viveu até os 20 anos no Brasil e depois foi morar na Austrália - e às vezes errado). Apesar dos clichês, o filme tem seu charme. As belas locações dão vontade de viajar (aliás, vontade que, para mim, não precisa de muito estímulo...). E fiquei feliz porque meu filho saiu com uma decisão de vida: quer conhecer o mundo, no que terá todo meu apoio!
Sunday, November 21, 2010
Notícia bombástica: o papa e o uso da camisinha!
Se isso se confirmar, e se o papa ratificar que realmente pensa assim, o fato é importantíssimo. Embora a palavra do papa, de si, não possa ser tomada como a afirmação de uma posição oficial da Igreja, a aceitação do uso do preservativo abre uma imensa brecha no edifício da moral católica.
A Igreja Católica nunca admitiu o uso do preservativo porque contraria a essência doutrinária da moral católica. Defensora do Direito Natural, a Igreja sempre pregou que a finalidade precípua do sexo é a reprodução. Portanto, a prática sexual só é moralmente aceitável, na visão da doutrina católica, entre pessoas casadas e com a finalidade de reprodução.
Na visão católica, qualquer ato que fuja disso é contrário à natureza e, portanto, inaceitável. Daí a condenação, por exemplo, do sexo anal, da masturbação, da homossexualidade e do sexo oral, que têm por finalidade única o prazer, “desvirtuando-se” da finalidade natural do sexo. O catecismo católico, inclusive, classifica tais práticas como “pecados contra a natureza”, que, na definição do catecismo, “bradam aos céus e clamam a Deus por vingança”.
A palavra do papa, se confirmada, é um golpe como nunva visto na solidez desse edifício defendido com todas as forças pelo Vatiocano ao longo de muitos séculos. É esperar para ver!
* Em tempo: antes que eu terminasse este texto, voltei à notícia do UOL: ela já havia sido modificada, acrescida de declarações amenizadoras das palavras do papa. De qualquer modo, o que escrevi continua válido.
Por que não anular o Enem
Com base nesses fatos, muitas vozes se levantaram pedindo a anulação do exame, o que inclusive levou a Justiça Federal do Ceará a ordenar liminarmente sua suspensão – liminar já derrubada. Não há, entretanto, razão para anulação do Enem. A juíza cearense considerou o Enem como um concurso público, mas, na verdade, o Exame Nacional do Ensino Médio tem outras características. Trata-se de um exame de avaliação do Ensino Médio que tem diversas finalidades. Os estudantes que fazem o Enem não são concorrentes diretos a determinado cargo ou vaga. São 3,5 milhões de pessoas que poderão fazer diferentes usos da nota do Enem. Essa nota tem o objetivo de dar a quem presta o exame um padrão nacional de avaliação quanto a seus conhecimentos relativos às disciplinas do Ensino Médio. Por isso, é um instrumento importantíssimo, e sua aplicação em nível nacional é um grande avanço na avaliação do ensino no Brasil.
Uma das funções do exame é conceder o certificado de conclusão do Ensino Médio a qualquer pessoa de mais de 18 anos que consiga uma nota mínima previamente definida – esse é o único caso em que se pode falar em “aprovação” de um candidato no Enem (a alegação da juíza que vetou a divulgação do gabarito era que isso poderia “acarretar acirrados ânimos entre os candidatos eventualmente aprovados”, embora a publicação do gabarito oficial não tenha grande efeito, pois inúmeros cursos fazer a correção da prova e divulgam os resultados esperados, havendo com poucas divergências entre esses diversos gabaritos não oficiais).
As características técnicas do exame o tornam confiável como avaliação de conhecimento. Com a nota obtida, o estudante que desejar poderá tentar ingresso em diversas instituições de ensino superior, públicas e privadas. Cada instituição define se e como vai utilizar a nota do Enem. Portanto, o exame em si não é uma competição de um candidato contra outro que busca a mesma vaga – o Enem apenas faz uma avaliação oficial dos conhecimentos do aluno em relação aos conteúdos do Ensino Médio. Essa avaliação é expressa numericamente por uma nota que poderá ser utilizada pelo estudante como comprovação de seu grau de conhecimento, para diversos efeitos.
Anular o Enem seria prejudicar os quase 3,5 milhões de estudantes que fizeram a prova sem enfrentar qualquer problema ou irregularidade. Aos que se sentiram prejudicados, deve ser garantido o direito de prestar um novo exame o quanto antes, assim como aos que fizeram o exame regularmente não pode ser negado o direito de receberem sua nota.
O Ministério da Educação estima em cerca de 2.000 o número de estudantes prejudicados pelos problemas no caderno de provas amarelo utilizado no sábado. Anular o exame acarretaria um prejuízo muito maior à quase totalidade dos candidatos que prestaram a prova sem problemas.
Quanto às falhas de orientação dos fiscais, cabe ao Ministério da Educação corrigi-las para os próximos exames, garantindo uma melhor preparação dos fiscais, o que é imprescindível ante a magnitude que tomou o Enem. Já os casos de violação às normas de segurança (como a proibição do uso de aparelhos eletrônicos) são caso de polícia – os fraudadores é que devem ser punidos e não os milhões de alunos que não cometeram qualquer irregularidade. Para isso, devem também os promotores do exame adotar normas mais rígidas de segurança na aplicação da prova.
Erros de impressão são praticamente inevitáveis em se tratando de tal quantidade de impressos. Para corrigir o problema, é preciso que, antes da prova, os fiscais orientem os alunos a conferirem os cadernos, providenciando a troca antes do início do exame. É assim que geralmente acontece nos exames vestibulares, havendo cadernos excedentes em todas as salas para a eventual necessidade de uma troca.
Portanto, houve, sim, falhas na aplicação do Enem, mas a pior solução seria punir a esmagadora maioria dos estudantes que não foram afetados por elas e empenharam-se para fazer uma boa prova durante as dez horas de esforço intelectual intenso e concentrado que o exame exige. Anular a prova seria penalizar quem não fez nada de errado. A solução justa dever ser possibilitar a quem foi prejudicado a participação numa nova prova. E aperfeiçoar o sistema de aplicação do exame, para que as falhas não se repitam, de modo que a lisura e a perfeição do Enem estejam em consonância com a enorme importância que ele tem hoje na avaliação do ensino no Brasil. O Enem é um instrumento democrático de avaliação, muito bem estruturado, que não pode ser descartado. Ao contrário, deve ser aperfeiçoado e valorizado cada vez mais.
Sunday, November 14, 2010
“Um erro emocional”
Como era de se esperar, um livro que mostra a maestria de Tezza.
Trata de um diálogo, um simples diálogo. As palavras trocadas caberiam em poucas páginas. Mas as frases são entremeadas de pensamentos, lembranças, temores, decisões e indecisões das duas pessoas que dialogam.
Não é um livro fácil de ler. Exige esforço do leitor. Mais uma vantagem da obra, portanto.
Ainda coloco “O filho eterno” no topo das produções de Tezza. Mas quem gosta da boa literatura brasileira não pode deixar de ler “Um erro emocional”.
Para rir... (?)
A matéria trata de um ciclista que pretende bater o recorde mundial de equilíbrio sobre uma roda só da biciclta. Quer entrar para o Guiness Book.
Dica para o pessoal da Gazeta: “sob” é “embaixo”; “sobre” é “em cima”.
Espero que a Gazeta não esmage o pobre ciclista debaixo de uma roda...
Thursday, November 04, 2010
Cinema no feriadão
Merecia melhor elenco e melhores atuações de vários atores (que contrastam com algumas participações ótimas). Mas é bonito, pela nostalgia. Deixa alguma coisa a povoar a alma, aquela espécie de tristeza agradável de quando se olha para o passado.
De passagem: já que a Sousa Cruz está entre os principais patrocinadores, é claro que os personagens fumam desbragadamente. É o mal disfarçado merchandising contemporâneo.
Monday, November 01, 2010
Ambiguidade
“Tenho muito carinho pelos padres e bispos, pois sou católica com muito orgulho. Mas é bom que eles falem, pois temos pessoas com pouca cultura que se deixam levar.”
Provavelmente, o trecho foi tirado de uma mensagem maior, pois ficou totalmente ambíguo. A não ser que a leitora tenha mesmo tanta dificuldade de se expressar.
Ela tem carinho pelos religiosos e acha que eles devem falar. Por que então o “mas”? Não há ideia de oposição que justifique o uso da conjunção adversativa.
Segue-se então o “pois”, introduzindo a razão pela qual ela acredita que os religiosos devem se pronunciar: há gente com pouca cultura que se deixa levar.
Duas possíveis interpretações: as pessoas de pouca cultura são facilmente influenciadas pelas vozes opostas à da Igreja, e por isso os padres e bispos precisam alertá-las. Outra: há pessoas de pouca cultura que dão ouvidos aos religiosos, deixam-se levar por eles, e os sacerdotes devem se aproveitar disso para influenciá-las.
Esta última, obviamente, não condiz com a primeira oração, na qual a leitora se afirma católica orgulhosa. Mesmo assim, o discurso revela o que a leitora não disse, mas que se depreende do discurso: os religiosos se aproveitam do poder que têm sobre as pessoas de pouca cultura para influenciar suas ideias.
De qualquer modo, a análise do discurso dessa mensagem desvela uma ideia que está na cabeça de muitas pessoas: o “povinho” não sabe votar, é facilmente influenciável, e é preciso que os “sábios” o orientem.
Por trás dessa noção, está a de que o “povo”, os pobres, não sabem votar e precisam ser levados pelo cabresto. Tema de um lapidar artigo publicado pela psicanalista Maria Rita Kehl no “Estadão” e que lhe custou a demissão (leia o artigo clicando aqui).
Até que enfim!
E a vida continua, com algumas coisas certamente melhorando, outras piorando, e as principais e mais importantes empurradas com a barriga, jogadas para debaixo do tapete, qualquer que seja o/a presidente/a...
Saturday, October 30, 2010
O papa e as eleições
Serra é e sempre foi pró-aborto e ateu. Agora mostra ser também cara de pau e mentiroso, ao tentar aparecer como o contrário do que sempre foi. É a milagrosa "conversão" imediata proporcionada por São Marketing Político!
ATENÇÃO, BRASILEIROS CRISTÃOS E PATRIOTAS!
Já que, ao que parece, muitos brasielros estão extremamente preocupados com os rumos do nosso país, é imprescindível que, antes de falar em nome dos valores morais-religiosos, todos cumpram fielmente os mandamentos do Senhor:
1) Nada de sexo fora do casamento. E dentro do casamento só com fins de reprodução.
2) Nada de masturbação, sexo oral ou anal. É tudo pecado mortal! Está na Bíblia e no Catecismo.
3) Beijo na boca e carícias são pecados mortais – está no catecismo católico em vigor.
4) Vocês têm guardado o domingo (ou o sábado)? Ou será que trabalham nesses dias, mesmo contra o mandamento divino, se for de seu interesse?
5) Têm frequentado regularmente os cultos/missas e seguido estritamente as normas da rigorosa moral cristã? Lembrem-se: se não o fizerem, irão para o inferno eterno!!!
6) Ah, e lembrem-se de que embriagar-se também é pecado!
Do modo como têm sido os pronunciamentos de incontáveis cidadãos em blogs, Twitter, rádios, jornais, TVs etc., parece que o Brasil é uma terra de santos seguidores fiéis dos princípios cristãos! Que piada! Se na Copa do Mundo todos de repente viram patriotas que nunca foram, agora, nas eleições, todos viram cristãos exemplares, o que o brasileiro está longe de ser. Que piada!!!
“LIVRAI-NOS, SENHOR, DA HIPOCRISIA, QUE É O FERMENTO DOS FARISEUS”.
Monday, October 25, 2010
TRÊS CANTORAS
• Ana Carolina (Estampado): voz marcante e singular, num repertório difícil de suportar.
• Maria Gadú: CD muito bom, bela voz, bom repertório.
• Vanessa da Mata (Multishow ao vivo): voz maravilhosa, várias músicas ótimas. Pena ser ao vivo.
Sunday, October 24, 2010
Gafes do rádio: futebol x geografia
Realmente, Vitória-ES fica perto do Rio de Janeiro. Mas a capital capixaba também tem praias. E o Esporte Clube Vitória é de Salvador, capital da Bahia...
Saturday, October 23, 2010
TROPA DE ELITE 2 E OUTROS FILMES
Vi recentemente outros três filmes (estes em DVD):
- Um sonho possível: mais um filme sobre o “sonho americano”. “Bonzinho”, assistível. Sandra Bullock levou o Oscar por sua atuação nesse filme – de onde deduzo que a safra do ano deve ter sido fraca...
- As melhores coisas do mundo: filme nacional de Laís Bodanzky, muito bom. Tinha lido algumas críticas favoráveis, mas o filme não foi muito badalado na mídia. Trata do universo adolescente – é altamente recomendável para quem tem alguma ligação com esse universo. Atuações surpreendentemente boas de um elenco muito jovem. Vale a pena ver.
- Invictus: com Morgan Freeman e Mat Damon, este foi muito alardeado na mídia. Também merece ser visto, especialmente por retratar a personalidade de uma pessoa absolutamente fora de série como Nelson Mandela. Por mais que o filme possa ter idealizado a história, qualquer idealização faz jus à figura magnífica de Mandela.
Tuesday, October 12, 2010
Mais uma da Federação Paranaense de Futebol!
Outra coisa difícil de aceitar é a decisão entre campeões de turno e returno num campeonato de pontos corridos com dois turnos. Faz sentido no Rio de Janeiro, onde os times são divididos em dois grupos, jogando contra adversários distintos em cada turno. Mas não num sistema em que todos enfrentam todos, com troca de mando. Isso também pode dar margens a injustiças, como no campeonato em que o Atlético foi melhor em tudo (inclusive bateu o recorde de vitórias da equipe que lhe valeu o título de “Furacão”), mas terminou como vice-campeão por causa de um único gol.
Alegar a questão da renda é pior: constitui uma afirmação de que o princípio norteador das decisões da Federação é o lucro, ainda que a possibilidade de uma renda maior em um ou dois jogos ponha a perder todo o desempenho de um time ao longo do campeonato.
Quando os dirigentes perceberão o óbvio? Um campeonato forte só se faz com um regulamento justo, em que o melhor ganhe. O que faz o torcedor comparecer sempre ao estádio é a lisura da competição, que garanta a certeza de que o campeão será o que se sair melhor dentro das quatro linhas, ao longo de todo o campeonato. Torcedores de ocasião, que vão apenas à “partida decisiva”, poderão aumentar a renda de um ou dois jogos, mas não ajudarão a fazer do Campeonato Paranaense um evento sólido e respeitado.
Se a FPF quer um campeonato sério, que ao longo dos anos fique cada vez mais prestigidado e atraia público constante, não devia querer reinventar a roda a cada dois anos, mas simplesmente estabelecer definitivamente o consagrado sistema de pontos corridos com turno e returno, com três divisões bem definidas com acesso e descenso e calendário pré-estabelecido, determinando pelo desempenho na série A as vagas para a Copa do Brasil e a série D do brasileiro. Isso manteria o interesse nos campeonatos do início ao fim.
Friday, September 24, 2010
Matemática e política na 7ª série
Um aluno interfere. “Professora,” diz ele, “esta não é apenas uma aula de Matemática, mas também de Política. Veja só: quem não tem o material será fichado. É o que acontece com o pobre, aquele que não tem algo. É considerado culpado e punido.” Observando que alguns alunos tinham muitos canudos (um colega chegara a levar um pacote com 200 unidades), questiona: “Por que não podemos dividir os canudos? Por que aqueles que têm canudos sobrando não podem dar alguns para os que não têm? Isso não é uma imagem perfeita do capitalismo?” E termina o discurso ironicamente, com uma frase de efeito: “E contra burguês, vote 16!”
Atônita, a professora não carimba as agendas. Permite que uns dêem seus canudos excedentes aos outros. E todos puderam montar e estudar triângulos, aprendendo nesse dia mais do que Matemática.
O fato realmente aconteceu. E o autor do discurso, para meu orgulho de pai coruja, foi meu filho de 13 anos...
Tuesday, September 21, 2010
Erros em um página
Peguei hoje (21/09), a esmo, uma página da Gazeta do Povo para analisar quantos erros poderiam ser encontrados em uma única página. Trata-se da página 4 (contracapa) do caderno de esportes.
A página tem quatro textos: “Técnico tricolor alcança marca histórica”, “Hora de definir a meta na Vila”, “Coritiba pega o Brasiliense após recuperação dupla no Couto” e “Mistério tático no Alviverde”, que tratarei de textos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Os textos podem ser acessados no site da Gazeta do Povo, clicando-se sobre os títulos. Ressalto, entretanto, que utilizei a página impressa, que, ao contrário da virtual, não pode ser corrigida.
Reproduzo abaixo trechos de cada matéria e, em seguida, após o asterisco, indico a correção e/ou faço algum comentário. Lá vai...
TEXTO 1
• Se em campo a estabilidade * Se em campo a instabilidade
• (2001/02 e 2008) * (2001-02 e 2008)
• Tanto você, quanto os jogadores vêm enfatizando * Tanto você quanto os jogadores vêm enfatizando
TEXTO 2
• com 32 dois pontos * com 32 pontos
TEXTO 3
• inflamação no púbis - mesma lesão que forçou a aposentadoria precoce do tenista Gustavo Kuerten * Guga se aposentou devido a uma lesão no quadril e não no púbis.
• quatro cirurgias a que foi obrigado a fazer * quatro cirurgias que foi obrigado a fazer
• Ano passado ele retornou a jogar * No ano passado, ele voltou a jogar
• Campeonato Catarinense desse ano, com 8 gols * Campeonato Catarinense deste ano, com oito gols
• jogar bem veio agora, no Coritiba * jogar bem, veio agora, no Coritiba
• Para mim esse jogo * Para mim, esse jogo
• Primeiro porque fazia muito tempo * Primeiro, porque fazia muito tempo
• agradecer à diretoria do Coritiba, que mesmo depois de dois anos parados, enxergou em mim o perfil para o projeto do clube * agradecer à diretoria do Coritiba, que enxergou em mim, mesmo depois de dois anos parado, o perfil para o projeto do clube * Além da falta de uma vírgula e do “parados”, uma oração mal posicionada.
TEXTO 4
• não definiu que volta a usar * não definiu se volta a usar
• após 10 rodadas * após dez rodadas
Enfim, não quero apontar os erros como uma queixa, mas para constatar que a dinâmica de produção do jornalismo - ainda mais nos tempos de hoje, em que muitas vezes mais importa a velocidade com que a informação é transmitida do que a qualidade do seu conteúdo - torna frequentes esses erros.
As imprecisões ou falhas de redação, aliás, não são tão graves quanto as de informação, pois o “erro” de redação pode ser identificado facilmente pelo leitor (está “à disposição” dele), ao contrário do erro de informação: o jornalista goza de um contrato prévio de credibilidade, e o leitor raramente tem condições de conferir a informação. Aliás, pode ser que haja mais falhas de informação na página que me tenham passado despercebidas, pois é impossível conferir tudo que é publicado - mais uma razão para que se confie previamente no repórter, é esse o contrato tácito entre o leitor e o jornal.
Aliás, aproveito para reproduzir abaixo trechos uma interessante entrevista com Woody Allen publicada pelo New York Times e reproduzida em diversos veículos brasileiros (“Deus, velhice e fimar em Nova York”). Veja-se o comentário do cineasta sobre a mídia, destacado em itálico...
O senhor estava preparado para a tempestade midiática que causou ao escalar Carla Bruni-Sarkozy para seu próximo filme, Midnight in Paris?
Fiquei muito surpreso com o nível do jornalismo que se faz em relação a ela, que tem uma pequena participação no filme – um papel real, mas pequeno. Filmamos o primeiro dia e todos os jornais já diziam que ela tinha sido horrível, que tínhamos repetido a cena 32 vezes. Claro que não cheguei a fazer nem dez takes com ela. Aquele outro número mágico foi apenas invenção de alguém sentado na sua sala. Depois publicaram que o marido dela teria ido ao set e se zangado com ela. Ele apareceu lá uma vez, e ficou encantado. Sentiu que ela é uma atriz natural e não poderia ter ficado mais feliz.
Isso daria uma boa chamada para o cartaz do filme.
Por alguma razão, a imprensa queria dizer coisas ruins sobre ela. Não sei se tinham alguma coisa contra os Sarkozys, ou foi para vender mais jornais. Mas as invenções foram de uma selvageria, e tão completamente falsas, que eu perguntava a mim mesmo: “Será que é assim também com o Afeganistão, a economia e assuntos realmente importantes?” Essa é uma questão trivial. Mas estou enrolando pra responder à sua pergunta: não estava preparado para a repercussão que o filme teve na imprensa por causa de Madame Sarkozy.
Saturday, August 28, 2010
Entrevista na Rádio Tropical
Clique na palavra abaixo para acessar:
Entrevista
Thursday, July 29, 2010
Um erro de doer
Íncrível como um título com erro crasso possa passar por todo mundo, e a obra chegar às livrarias desse jeito. Erros acontecem, são comuns e até normais. Mas numa obra dessa natureza, e no título estampado na capa, é de doer!
Claro que enviei um e-mail para a editora alertando. E tentei fazer o mesmo com o autor, mas o site dele não indica nenhum meio de contato.
Thursday, July 15, 2010
Mais uma lei imbecil...
É incrível a facilidade com que “nossos representantes” inventam leis estúpidas. Ora, se o “quarto para funcionários” fosse uma vantagem, o sr. deputado pode ter certeza de que os construtores seriam os primeiros a incluí-los nas construções, sem a necessidade de qualquer lei. Acontece que a realidade é bem outra: o “quartinho do funcionário” é cada vez mais inútil, e exigir sua construção vai em sentido oposto à tendência atual, aqui no mundo real do qual o deputado parece estar afastado.
No prédio onde moro, havia a “casinha do zelador”. Numa das primeiras assembléias do condomínio, logo se decidiu pela transformação do inútil lugar em sala de churrasco - e assim foi feito, com uma reforma do local e construção da churrasqueira.
De qualquer modo, propor uma lei federal para tratar de tal assunto indica falta de coisa melhor para fazer...
Tuesday, July 13, 2010
O horrível logotipo da Copa 2014
Foi escolhido entre sete opções por uma comissão de “entendidos” que incluiu Gisele Bündchen, Paulo Coelho e Ivete Sangalo!!!
O UOL publicou matéria muito interessante sobre o trágico logotipo. Veja aqui.
Monday, July 12, 2010
Futebol...
Se a bola tivesse entrado, o jogo, que então estava Alemanha 3 x 2 Uruguai, iria para a prorrogação, Forlán seria o artilheiro da Copa, e o Uruguai talvez conseguisse o terceiro lugar.
“Se”... Quanta coisa mudaria “se”... Assim é a vida, assim é o futebol - e por isso esse tal de futebol é tão emocionante!
Desejei muito que aquela bola entrasse - pelo Uruguai e pelo Forlán, que, para mim, foi “o homem da Copa”. Talvez tenha havido na Copa jogador melhor, com mais “categoria” e técnica. Mas ele foi o centro nevrálgico do seu time, lutou incansavelmente do início ao fim de todas as partidas, jogou como quem dá tudo que pode, fez gols decisivos, importantes, bonitos.
Fiquei feliz ao saber que a Fifa deu a ele o prêmio de melhor jogador do Mundial.
Terminada a Copa, cujo título ficou em boas mãos, continuo a me perguntar: afinal, por que gostamos tanto de futebol?
Sunday, July 11, 2010
“Clareza”
Um tribunal de apelações dos EUA rejeitou ontem o pedido do governo de Barack Obama para suspender uma decisão que deixava sem efeito uma moratória temporária à perfuração petrolífera em águas profundas...
“... rejeitou ... o pedido ... para suspender a decisão que deixava sem efeito uma moratória”... É tanta negação da negação que se o leitor não está previamente informado sobre o caso fica difícil entender...
Claro que o título ajuda, mesmo dando uma informação imprecisa: “Justiça americana libera perfuração de petróleo no mar” (na verdade, a Justiça não “liberou”), mas que o lide ficou muito estranho, ficou!
Thursday, July 08, 2010
Etnocentrismo?
O Ministério da Cultura do Irã divulgou um manual de cabeleireiros com os modelos de cortes masculinos autorizados pelo governo. O que dizer de um sistema em que as pessoas não têm liberdade sequer para optar pelo próprio corte de cabelo?
APEDREJAMENTO
A iraniana Sakineh Mohammadie Ashtiani foi condenada a ser apedrejada até a morte pelas autoridades do Irã. Cometeu o crime de adultério, confessado depois de receber 99 chibatadas. Detalhe importante: apenas as mulheres estão sujeitas a essa pena, não os homens que cometam o mesmo ato.
ETNOCENTRISMO?
O que pensar diante dessas notícias? Como não ceder à tentação do etnocentrismo?
Sobre a Copa do Mundo
Finalmente, a Espanha apresentou um futebol de campeã. Se jogar na final como jogou contra a Alemanha, vai esmagar a Holanda... Mas futebol não tem lógica! Vou torcer pela Espanha, honrando minha ascendência espanhola.
ARBITRAGEM
Considerando todos os interesses políticos, sociais e econômicos envolvidos em uma Copa, a Fifa precisa adotar o auxílio eletrônico para a arbitragem. Em princípio, sempre fui contra, pois isso criaria dois esportes diferentes: o futebol com auxílio eletrônico e o sem. Mas agora já acredito que na Copa do Mundo o recurso deve ser adotado. Foram muitos erros! Além dos casos mais escandalosos que prejudicaram Inglaterra e México, o Uruguai foi eliminado pelo trio de arbitragem. Quando estava 0x0, Forlán recebeu passe que o deixou sozinho na cara do goleiro adversário, e o auxiliar indicou impedimento - que não havia! Depois, no segundo gol da Holanda, houve impedimento não marcado. Enfim, na pura matemática (que também não existe no futebol...), o resultado deveria ser 3x2 para os heróicos uruguaios!
Friday, July 02, 2010
O fim da Copa para a seleção brasileira
Mas há o lado bom da derrota: o fim da “era Dunga”. É muito melhor jogar bonito e perder do que jogar feio e perder! A obrigação do Brasil, nesta Copa como em todas as outras, é entrar com um time de craques, jogar bem e bonito e ganhar com alegria, pois tem jogadores de sobra para isso. Nada do que se viu da seleção brasileira na África do Sul...
Sobre o Felipe Melo: fez um gol contra, era o marcador do Snejder no segundo gol da Holanda e foi expulso, como todo mundo (menos o Dunga) sabia que ia acontecer.
Aqueles que seriam os grandes craques da Copa, até agora, estão devendo. Kaká quase não jogou, Robinho foi um pouco melhor, Cristiano Ronaldo e outros já estão fora. Falta o Messi desencatar. Será que vai?
Agora, pelo coração, torcerei por Argentina, Uruguai (afetivamente, meu time preferido entre os que restam) e Paraguai, embora tenha também simpatia por Gana, última esperança dos africanos. E não quero de jeito nenhum que a Alemanha seja tetracampeã!
Por fim, ironicamente: agora é o caso de perguntar ao Kaká se ele vai mudar de religião...
Wednesday, June 16, 2010
A Copa do Mundo em Curitiba está sob risco
1. O CAP NÃO PODE SER O “MÁRTIR” DA COPA
A direção do CAP tem razão em não querer endividar o clube apenas para receber de dois a quatro jogos da Copa e nada mais. O que o clube ganha com isso? A ÚNICA vantagem seria ter um estádio espetacular, em conformidade com todas as exigências atuais da Fifa. Mas realmente não se pode inviabilizar economicamente o clube para isso. O CAP não pode ser o mártir da Copa em Curitiba: gastar o que não tem, endividar-se para receber uns poucos jogos e depois ficar com um excelente estádio e uma dívida monstruosa e impagável.
2. É DIFÍCIL CRER QUE NÃO HAJA FINANCIADOR
Considerando-se tudo que envolve uma Copa do Mundo, é realmente difícil acreditar que não haja empresa interessada em financiar a Arena. Será que não há alguma grande empresa com desejo de dar seu nome à Arena por algumas décadas (“naming rights”) em troca da visibilidade que teria na Copa e depois, por muitos anos? Futebol é um negócio, e bastante lucrativo. Não parece incompetência que não consigam financiador para um projeto TÃO BARATO em relação aos outros estádios da Copa?
3. RENUNCIAR À COPA OBRIGA A INVESTIR NO TIME
Se acontecer (tristeza!) de a Copa não ser na Arena - e, portanto, a Arena não ficar tão boa e grandiosa quanto poderia -, passa a ser obrigação INARREDÁVEL da diretoria investir num time CAMPEÃO, que dispute seguidamente com chance real de sucesso títulos nacionais e internacionais. Se renunciaram à glória do superestádio, então precisam investir (inclusive os 30 milhões de que dizem poder dispor para concluir a Arena conforme o projeto original) num TIME CAMPEÃO. Senão, será duplo fracasso: sem Copa, sem superestádio e lutando para não cair à 2ª divisão!
4. AUTORIDADES PARECEM DESINTERESSADAS
A Copa em Curitiba era um sonho da cidade, especialmente por tudo que pode trazer em termos de infraestrutura e visibilidade. Se Curitiba for excluída, será uma tragédia. Mas, pelo visto, nosso governantes também não estão preocupados. Basta ver que até o momento não se fez quase nada e já se anunciaou que quase nada será feito com nosso aeroporto, apenas uma “maquiagem barata”. Qual então a vantagem da Copa para a cidade?
5. O ESTÁDIO COXA E OUTRAS DÚVIDAS
Há informações de que o Coritiba Foot Ball Club poderia apresentar um projeto alternativo de estádio. Se assim for, merece parabéns a diretoria coxa-branca, que conseguiria aquilo que o Atlético não conseguiu: financiamento para o estádio. Por que a fonte que financiaria o estádio coritibano (muito mais caro) não financiaria a Arena atleticana? Fica essa dúvida, junto com várias outras: Quais serão os reais investimentos na cidade para a Copa? Curitiba terá o “salto de qualidade” em infraestrutura que se alardeava quando a Copa era apenas uma possibilidade? Sem os investimentos prometidos inicialmente, como nosso aeroporto poderá receber visitantes em época de constantes fechamentos por mau tempo? E, por fim: por que o desinteresse das autoridades, que nada dizem e nada fazem? Será que após as eleições a atitude mudará? Não será tarde demais?
Sunday, June 13, 2010
Copa horrorosa
Até agora - como também previ - apenas a Argentina apresentou um futebol a que vale a pena assistir. Mas o grande craque, até o momento, foi o goleiro da Nigéria, Enyeama. Que defesas!
E os dois “perus”? Terão sido culpa da Jabulani?
Fracasso da manifestação
O brasileiro é acomodado. O curitibano, mais ainda. Além disso, parece que a ideia de que dinheiro público é “de todos” - e, portanto, pode ser roubado sem problemas - é um tanto generalizada. No Brasil, grassa essa mentalidade terrível de que o que é público pode ser “apropriado”. Triste.
Tuesday, June 08, 2010
Comentando o jogo do Brasil
Depois, fizemos uma mesa-redonda de 19 minutos (gravada em vídeo para o site) sobre África, Copa e seleção brasileira.
Veja o link do vídeo: http://www.gazetadopovo.com.br/copadomundo2010/selecaobrasileira/conteudo.phtml?tl=1&id=1011308&tit=Convidados-debatem-Brasil-x-Tanzania-e-impactos-do-futebol-na-frica.
Monday, May 10, 2010
“Cultura” é isso...
Vejamos alguns depoimentos:
“Só lembro que ele foi enforcado e guardo a data porque dia 21 é aniversário da minha irmã” (advogada de 26 anos).
“Estudei sobre Tiradentes na terceira série, mas não me recordo de nada sobre a história dele” (professor de informática de 20 anos).
“Sei que ele era dentista e acho que tinha barba” (acadêmica de Direito de 31 anos).
“Lembro que ele foi espancado em praça pública, mas não lembro porquê. Ele era barbudo também, parecido com o Lula” (contador de 29 anos).
Um outro acerta ao dizer que ele “participou da Inconfidência Mineira e acabou esquartejado”, mas emenda: “Sua aparência era igual à de Jesus Cristo”.
Rir ou chorar?
Nem de longe quero afirmar que todo mundo deveria cultuar o herói pátrio - sou daqueles que têm simpatia pela célebre afirmação: “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. Mas é uma questão de cultura geral mínima.
Os depoimentos servem ainda para confirmar a suspeita de que a fabricação do herói republicano, mesmo passado tanto tempo e com a evidente e frequentemente alardeada criação forçada do mito republicano pelo regime então nascente calou fundo - até hoje, ainda há muita gente que tem na cabeça a imagem falsa e mitificada do alferes barbudo semelhante a Jesus Cristo (semelhança fajutamente criada pela propaganda republicana que buscava um herói).
Também não quero desmerecer a ação do alferes Joaquim José da Silva Xavier em prol da República. Apenas ressaltar o parco conhecimento que tantas pessoas (inclusive com curso superior) têm da história nacional.
Tuesday, May 04, 2010
Participação em programa da Rádio Tropical
Tuesday, April 27, 2010
Blog devagar... e nova Diretoria do FNPJ
A propósito deste último “item”: estive em Recife, de 20 a 24/04, participando do 13º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, que foi muito bom. Fiz parte da diretoria anterior do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, entidade promotora do evento, e fui eleito também como Diretor Regional Sul na nova chapa, eleita e empossada no evento. Abaixo, a chapa completa.
Diretoria Executiva
Presidente: Sérgio Luiz Gadini (UEPG/PR)
Vice-presidente: Mirna Tonus (UFU/MG)
Secretário-geral: Ricardo Mello (Unicap/PE)
Segundo Secretário: Edson Spenthof (UFG/GO)
Tesoureiro: Sílvio Melatti (Ielusc/SC)
Segunda Tesoureira: Sandra Freitas (PUC/MG)
Diretora Científica: Socorro Veloso (UFRN/RN)
Vice-diretor Científico: Marcelo Bronosky (UEPG/PR)
Diretor Editorial e de Comunicação: Paulo Roberto Botão (Unimep/SP)
Vice-diretor Editorial e de Comunicação: Demétrio Soster (Unics/RS)
Diretor de Relações Institucionais: Gerson Martins (UFMS/MS)
Vice-diretor de Relações Institucionais: Juliano Carvalho (Unesp/SP)
Diretorias Regionais
Norte I: Cynthia Mara (TO)
Norte II: Lucas Milhomens (Ufam/AM)
Nordeste I: Mônica Celestino (FSBA/BA)
Nodeste II: Fernando Firmino da Silva (UEPB/PB)
Sudeste I: Erivam de Oliveira (UFV/MG)
Sudeste II: Wanderley Garcia (PUCCamp/Unimep/SP)
Sul I: Tomás Barreiros (Facinter/Opet/PR/Ielusc/SC)
Sul II: Jorge Arlan Pereira (UnoChapecó/SC)
Centro-Oeste I: Samuel Lima (UnB/DF)
Centro-Oeste II: Álvaro Fernando Ferreira Marinho (Fiavec/MT)
Conselho Consultivo
Antonio Francisco Magnoni (Unesp/SP)
Boanerges Lopes (UFJF/MG)
Franklin Valverde (UniRadial/SP)
Joaquim Lannes (UFV/MG)
Josenildo Guerra (UFS/SE)
Leonel Azevedo de Aguiar (PUC/RJ)
Valci Zuculoto (UFSC/SC)
Conselho Fiscal
Marcel Cheida (PUCCamp/SP)
Sandra de Deus (UFRGS/RS)
Victor Gentilli (Ufes/ES)
Wednesday, March 31, 2010
Coisas que dão nojo
A corrupção, que, aliás, grassa em todo lugar, é uma delas. Viram a denúncia do CQC sobre o metrô de Salvador? Gastos de 500 milhões de reais para a construção de 6 km (!!!) de linhas de metrô com problemas técnicos e sem previsão de funcionamento, numa obra que se arrasta por mais de dez anos...
Outra é a mídia sensacionalista. Senti vontade de vomitar ao ler a capa da Veja: “Condenados! Agora, Isabela pode descansar em paz”. Será possível???!!! Chamam “isso” de jornalismo? Qualquer jornalista com mínimas noções do que seja jornalismo deve ter vontade de cuspir num título desses.
Outra coisa de dar ânsia é a reação pública em torno do julgamento dos Nardoni. E o promotor que vai à missa pela vítima - atitude absolutamente inapropriada, de gente sem noção de ética profissional (aliás, o dito cujo deu declarações na TV que afrontam as normas éticas do seu cargo, criticando e tentando ridicularizar o advogado de defesa). E o público que aplaude o promotor na missa e vaia o advogado de defesa na entrada do tribunal. Atitudes patéticas.
Como, aliás, foi patética a fundamentação da sentença condenatória redigida pelo juiz (ainda que a condenação tenha sido justa, como tudo parece indicar). Outra peça de gente sem noção. Acho que os holofotes da mídia torraram alguns neurônios do pobre magistrado, que pelo visto ficou deslumbrado.
Enfim, que triste país este...
Pobre língua... [2]
Lá vão dois deslizes, ambos em títulos:
• “Button compara 1ª corrida à procissão” (23/03)
• “Empresário de Curitiba pede perdão à Cuba pela fala de Lula” (20/03)
Outra questão que me dói nos ouvidos são os neologismos que, em vez de contribuírem com o enriquecimento da língua, apresentando vocábulos novos que não tinham equivalentes, são, ao contrário, um empobrecimento, por substituírem palavras já existentes por outras de gosto duvidoso ou simplesmente trocarem uma palavra específica por uma genérica. Os exemplos:
• “Listagem” no lugar de lista.
• “Poeta” no lugar de poetisa.
Isso sem falar na abolição quase completa da palavra presidenta, justo quando tem havido mais mulheres na presidência de países importantes. Pelo andar da carruagem, logo será aceito o uso de “maestra” no lugar de maestrina e “música” no de musicista...
Alguém poderia alegar, nos exemplos que envolvem definição de gênero, que se trata de uma evolução ideológica, graças à boa e necessária igualdade entre os sexos. Se fosse isso, por que então o vocábulo genérico adotado é sempre o masculino? A meu ver, parece, bem ao contrário, uma concessão ao machismo.
Thursday, March 25, 2010
Mais uma da Globo...
Então, tá. A Globo transforma o caso num caso "sensacional", fica martelando sensacionalisticamente o caso em todos os telejornais por dias e dias a fio... e depois se admira com o "interesse desmedido" do público!
É piadinha, né? Então, está aí uma dica para TV sem pauta: pegue um caso qualquer entre os milhões de acontecimentos diários que possam tornar-se notícia, faça dele um "grande caso" apelando para o sensacionalismo mais escandaloso: o tema poderá render dias e dias de matéria... e depois ainda se pode fazer uma pata sobre (oh! surpresa!) por que o público se interessa tanto por esses casos...
O que você observa primeiro numa mulher?
Tuesday, March 16, 2010
Pobre língua...
• Logo na saída de bola, Toscano recebeu o lançamento e avançou para ampliar, encerrando um jejum que lhe atormentava desde janeiro.
• O mote é o jogo de quarta-feira contra o Sport, pela Copa do Brasil, mas a intensão é refletir no acanhado quadro de sócios.
• Com essa mudança, a equipe interiorana passou a ter mais ritmo e mais posse de bola, principalmente, quando esta chegava aos pés do Ceará, o qual além de articular as jogadas no meio de campo, ainda se aproximava do ataque, com muita habilidade.
• No lance seguinte ao gol, Neymar deu uma entrada forte, em Pierre e foi expulso.
• O Coritiba deve intensificar nos próximos dias a campanha de publicidade para recuperar a alto-estima dos torcedores.
• Teme-se represálias por parte da CBF.
Outros trechos, extraídos de edições e cadernos variados da Gazeta do Povo (aliás, diga-se, um bom jornal):
• O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) baixou novas metas para ser cumpridas atéo o fim deste ano [...]. (Vida Pública, 10/03).
• Em meio aos novos e velhos processos que lhes chegam, a cada dia há relatos a ser preenchidos, burocracias administrativas a ser cumpridas, dificuldades até com computadores e material de expediente a ser enfrentadas. (Vida Pública, 10/03).
• A diretoria do tricolor, nem assim se manifestou. (Esportes, 16/03).
• Poxa, é o sonho de todo o paulistano [...]. (Esportes, 16/03).
• Estão todos de parabéns por ter conseguido construir uma pista em quatro meses. (Esportes, 16/03).
• A pista era tão rápida que não conseguíamos correr sem ficar tonto, foi a pior condição que já pegamos. (Esportes, 16/03).
• Sempre que algo ou alguém lhe tirar do sério, respire fundo e conte mentalmente até 10 [...]. (Talento em pauta, 16/03).
• Respostas bem dadas, desestabilizam um desaforado. (Talento em pauta, 16/03).
• Se alguém lhe intimar para uma discussão, evite-a. (Talento em pauta, 16/03).
• Você acredita que uma boa estratégia para ser bem-sucedido na empresa é eliminando as ameaças pelo caminmho, inclusive pessoas que possam lhe prejudicar. (Talento em pauta, 16/03).
• Se algum colega lhe faz algo que não lhe agrada você se vinga na primeira oportunidade. (Talento em pauta, 16/03).
• Por isso, as pessoas devem lhe evitar e torcer para se verem livres de você muito rápido. (Talento em pauta, 16/03).
Sunday, March 14, 2010
Os erros mais comuns em um texto
Na verdade, a gama de erros é variada. Em termos de quantidade, sem dúvida, levam o “prêmio” a pontuação e a acentuação. Mas estes são, geralmente, erros menos relevantes, muitas vezes resultantes de distração ou de problemas de digitação. Dentre os deslizes mais graves, são comuns as falhas de concordância nominal e verbal. A impropriedade vocabular não é evento dos mais numerosos, mas aparece sempre – todo texto tem um ou outro vocábulo empregado impropriamente. Por fim, há os erros na estrutura da frase, que muitas vezes acabam por gerar sentenças ininteligíveis.
Nos textos técnicos que exigem conhecimento específico distante do repertório do revisor, obviamente, a revisão é focada especificamente no aspecto formal – entretanto, uma frase mal estruturada, ainda que trate de tema que fuja ao domínio do revisor, não passará despercebida. Nesse caso, o revisor apontará o problema e solicitará ao autor que deixe claro o sentido da frase.
Deve-se ressaltar que cada texto tem seu público e sua intenção. O revisor precisa levar isso em conta na “calibragem” do seu trabalho. Afinal, o texto é uma peça de comunicação, e sua eficácia como tal está ligada ao público-alvo e ao objetivo comunicacional. A língua é viva, e muitas de suas regras não são rigidamente delimitadas. Um maior ou menor rigor formal depende do tipo de texto. Há muitos usos da língua que há pouco poderiam ser qualificados como “erro” e hoje são perfeitamente aceitas.
Nos meus trabalhos, em princípio, tendo a fazer uma revisão mais “purista”, salvo se houver tratativa em contrário com quem encomenda o trabalho. De qualquer modo, convém ter presente que nenhuma revisão é absolutamente “perfeita” – não apenas porque é feita por um ser humano, sujeito, portanto, a erros, mas porque uma visão excessivamente “rigorista” sempre encontrará algo a melhorar. Aliás, isso se aplica tanto à forma quanto ao conteúdo. Lembro-me de uma experiência muito curiosa: eu fazia a revisão dos textos de um escritor que publicava livros especializados sobre temas de religião e sociologia. Cada vez que eu entregava os originais revisados, ele acrescentava algo ao texto, que depois me devolvia para nova revisão – e assim sucessivamente, várias vezes, até que ele decidia não mexer mais no trabalho, vencido pelo cansaço. “Revise e não me devolva mais, passe direto ao editor”, dizia ele.
Conta-se que o célebre escritor francês Edmond Rostand era absolutamente obcecado na busca da perfeição de seus escritos. Ele revia e revia e aperfeiçoava seu texto até o limite do absurdo. Seu fantástico “Cyrano de Bergerac” – texto para teatro encenado incontáveis vezes, filmado por vários diretores e parodiado infinitamente – é um exemplo dessa obsessão: de construção magnífica, tornou-se uma das obras-primas da literatura ocidental (de passagem: está entre meus livros preferidos, bem como o filme, baseado nele, dirigido por Jean-Paul Rappeneau e estrelado por Gerard Depardieu). Não é preciso, evidentemente, essa obsessão. Mas um texto bem escrito, em português correto, é condição necessária para que o escritor consiga portar altivamente seu panache.
Saturday, March 13, 2010
“Tiradas” do meu filho
Em outra ocasião, ele se queixava da necessidade de decorar a tabuada, alegando que era muito mais cômodo usar uma calculadora. E argumentou: “Num mundo em que as pessoas não puderem usar calculadoras, será mais útil a escola ensinar os alunos a pescar e caçar”.
Friday, March 05, 2010
O ridículo moralismo estadunidense
Pois um vizinho denunciou a “escandalosa” nudez da estátua, e a polícia obrigou a família a cobrir as partes pudendas da escultura.
Absolutamente ridículo. A “moralidade” de muitos estadunidenses (extremamente “conservadores”) parece doença mental - mas é pior, é uma doença moral...
A notícia foi distribuída pela AFP e publicada pelo UOL. Clique no link para ver a foto, vale a pena.
Thursday, March 04, 2010
Razões para revisar um texto
É isso que pode acontecer quando um leitor qualificado se depara com um texto agradável, fluente, saboroso... mas que, cá e lá, de vez em quando, deixa escapar “errinhos de português”. Esses erros são pedrinhas no risoto, e dificilmente o leitor que seja bom conhecedor da língua deixará de considerá-los um ponto bastante negativo ao avaliar o texto.
Um bom escritor é sempre um bom manipulador da língua. Ainda que não conheça de cor e salteado as regras gramaticais, ele sabe empregar adequadamente o idioma, mesmo que intuitivamente. E os grandes literatos que “torceram” as regras do português (imediatamente me vem à ideia Guimarães Rosa) sabiam exatamente o que estavam fazendo.
Claro que mesmo bons escritores estão sujeitos a pequenos deslizes na escritura de um texto. É por isso que, sábios e humildes, recorrem aos revisores – funcionários da palavra que, ainda quando não tenham o estro literário, sabem identificar pequenas ervas daninhas insinuando-se no trigal do texto.
Há um bem sucedido escritor brasileiro que, segundo consta, não admitia (ao que parece, por razões místicas) que seus escritos fossem revisados. Graças a isso, são facilmente encontráveis erros evidentes em seus primeiros livros. Repetindo no exterior o sucesso nacional, tal autor alcançou celebridade muito maior do que seus escritos lhe haviam dado, a princípio, em solo pátrio: os textos bem vertidos para línguas estrangeiras certamente não continham erros. Deu então a mão à palmatória o escritor, passando a permitir a “intromissão” de revisores no seu texto, o que melhorou a qualidade de seus livros.
Já o autor brasileiro mais premiado em anos recentes, Cristóvão Tezza, tem um impecável domínio do idioma. Tal qualidade faz com que suas obras possam dar ao leitor um grande prazer apenas na consideração da perfeição da escrita, independentemente da história. Certamente consciente disso, Tezza já incluiu em algumas histórias páginas que parecem estar nelas apenas para dar ao leitor o deleite do texto primoroso.
Quaisquer que sejam o objetivo e o estilo do texto (literário, técnico, científico, burocrático...), é legítimo que o leitor espere, pelo menos, um uso correto do idioma. E também é certo que a ausência de erros já eleva a qualificação daquilo que se escreve. Portanto, senhores autores, façam boamente uso do trabalho do revisor, que colocará seu esforço e seu conhecimento a serviço da boa qualidade do texto, ajudando o leitor a sorvê-lo na autenticidade de seu sabor, sem incômodos de forma que possam aviltar o estilo.