tag:blogger.com,1999:blog-332809622024-03-14T00:47:08.410-07:00Tomás BarreirosBlog do jornalista e professor Tomás Eon Barreiros.Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.comBlogger332125tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-82494921533860106842016-10-05T20:47:00.000-07:002016-10-05T20:51:46.168-07:00“Éramos seis...”<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cemitério da
Consolação, São Paulo. Uma tarde ensolarada em meados de maio de 1984.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Minha alma, então no
frescor da fé, vaga entre as tumbas, envolta na oração e na contemplação da
arquitetura mortuária, por vezes tão complexa quanto o mistério que representam
seus monumentos: beleza, horror, leveza, tormento, despojamento, luxo...
díspares ideias concretizadas no tijolo e na pedra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Próximo ao corredor
dos fundos, sombreado por comprida fileira de árvores, um túmulo se ressalta
pela profusão de flores de um enterro recente. As flores da despedida, já todas
murchas, símbolos da brevidade da vida que passou e se foi e fugiu daquele
corpo que agora repousa sob a laje.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A curiosidade me
aproxima da lápide. Procuro os textos das guirlandas, os nomes, os resquícios de
homenagens. E identifico então o nome com o qual fora marcada a existência,
sempre inapelavelmente curta, daquela pessoa que agora era apenas lembrança
coberta por silêncios, pedras e flores murchas: Maria José Dupré.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maria José Dupré! Ela
mesma, a célebre escritora do livro cujo título tanto dizia sobre minha própria
vida: “Éramos seis”...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nunca li o romance,
talvez por falta de coragem. Porque nós também, minha família, éramos seis:
pai, mãe e quatro filhos. Naquele ano agora distante, ainda estávamos vivos,
todos (hoje, metade já partiu). Mas se ainda “éramos” seis, não mais “estávamos”
seis... Os caminhos já se haviam bifurcado. As escolhas, as diferenças, as
dissensões já tinham separado as vias e apartado corpos, almas e vontades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Passeando, absorto, olhar
e pensamentos pelas flores fenecidas, percebi que algo se distinguia entre elas.
Aproximei-me e identifiquei um cartão. Era um cartão endereçado à falecida!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Receando embora ofender
a dignidade da morte, as mãos meio trêmulas, colhi o papel colorido, abri-o e
li. Li aquelas palavras todas, reli, li mais uma vez, sofregamente, sentindo constranger-me
o coração a cada frase. E chorei, chorei copiosamente!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Era um cartão da neta
para a avó – provavelmente, escrito pouco antes do falecimento. Trazia um
sentidíssimo pedido de perdão por um suposto abandono, por um afastamento que a
missivista afirmava e reafirmava não ser real, ao contrário do que imaginava a
avó!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Teria a destinatária
lido a mensagem? Ou a indesejada das gentes a haveria chamado no percurso entre
a postagem e a entrega? Nunca o soube... Saberei um dia?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vacilei entre
devolver aquele papel à tumba e seu silêncio – sabendo que assim o estaria
destinando ao mesmo inexorável perecimento que acaba por cobrir tudo e todos –
ou guardá-lo. Sim, guardá-lo comigo, para sempre, como preciosa lembrança, como
relíquia do tempo em que ainda “éramos seis”, como alerta exemplar da dor de
alguém que se lastima por afastar-se dos que o precederam no sangue...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Naqueles tempos de fé
viva, vívidos também eram meus escrúpulos místicos. Decidi então deixar ali o
cartão, para morrer junto com as flores, respeitando assim o que provavelmente
devia ser o desejo da mão que o tinha misturado aos crisântemos...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Jamais essa lembrança
se apagou da minha memória. Construí mesmo a imagem da neta entregando ao
túmulo – chorosa, coração pesado, alma em remorso – o cartão que não chegara ao
destino... Ao longo desses anos todos, recordei a imagem e o sentimento que me
revisitou, dolorido, sempre que ouvi ou li ou pensei sobre o livro ou sua
autora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">E apenas agora,
passados mais de 32 anos, escrevo para contar esta história. Ainda hoje,
imagino encontrar a neta, a autora daquele cartão que me marcou por décadas, e
conversar sobre o fato, perguntar, conhecer a história por trás dele.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nunca li o romance, talvez
por falta de coragem. Tê-la-ei algum dia, ainda mais agora, quando já não somos
seis?</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-85992799065894511282016-08-14T17:57:00.000-07:002016-08-14T17:57:12.874-07:00ISSO DE SER PAI...<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Hoje, completei meu 19º
ano de pai. Ou 20º, se se puder considerar o filho ainda no ventre, a promessa
depois cumprida.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">E, entretanto, não
houve ainda acúmulo de decênios que me trouxesse explicação para isso de ser
pai. Essa improvável expansão de si mesmo a partir do outro, esse estender-se
para fora de si, esse abrir-se em céus e abismos, glórias e tormentas antes
sequer imagináveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Que encanto é esse,
incompreensível, a desdobrar-se sobre outrem de tal modo que basta um sorriso
bobo, um gesto mínimo, uma palavra mal balbuciada, um passo vacilante para nos
fazer sentir divinos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O que é isso, tão
forte, que nos muda a noção do tempo? A vida passa a dividir-se diferente, em
tempos de relação: o tempo da dependência total, dos sentimentos expressos em
olhares e sorrisos, em gemidos e choros. O tempo das tentativas. O tempo da
proteção. O tempo de virar gente. O
tempo do desabrochar com qualidades próprias. O tempo de descobrir outros
mundos. E o mais difícil tempo, o do afastar-se em busca de outros braços.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Meu pai já se foi, faz
tempo. Hoje, gostaria de poder dizer-lhe tanto! Que agora eu entendo. Que agora
eu queria pedir tantos perdões – e hoje sei que receberia todos! E que hoje eu não
negaria abraços, e convívio, e conversas, e tardes “inúteis” de apenas estar
junto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Mas foi-se o tempo. E
gira essa roda viva, que passa adiante a dupla dor: de não ter sido ontem como
hoje se queria e de saber que não se receberá hoje o que ontem foi sonegado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Entretanto, com as
dores de mão dupla só compreendidas depois da paternidade, vêm tantas alegrias,
tantas, que não há dor que as suplante. E nessas emoções impossíveis é que a
alma se dilata e torna-se capaz de qualquer coisa, em nome de outro ser.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Como elo dessa divina
corrente de vida, hoje, só posso dizer: obrigado, meu pai, por me fazer filho!
Obrigado, meu filho, por me fazer pai!<o:p></o:p></span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-61808736978601645592016-08-08T18:12:00.001-07:002016-08-14T17:57:59.766-07:00Gênero biológico, identidade e sexualidade<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É fato que, quando um ser humano nasce, porta um gênero biológico convencionado, definido primariamente como masculino ou feminino de acordo com a aparência de seus órgãos genitais. É certo, também, que seres humanos carregam diferentes cromossomos, e que, na genética humana, foram identificados os cromossomos sexuais, classificados como XX para os indivíduos do sexo feminino e XY para os do sexo masculino. Ou seja, há uma diferença biológica que determina o que convencionalmente se chama de indivíduo do sexo masculino ou feminino. Claro ainda que, anatomicamente, a distinção pode ser bem mais complexa, porque os órgãos genitais têm apresentações diferenciadas quase ao infinito (incluindo os genitais das pessoas chamadas intersexo, com características intermediárias em relação aos dois sexos), mas, na grande maioria dos casos (cerca de 99%), é possível distinguir anatomicamente um ser humano conforme essa distinção binária de sexo (feminino e masculino).</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Entretanto, os papéis sociais destinados a indivíduos com uma ou outra carga genética não estão diretamente relacionados ao gênero biológico. Eles são social e culturalmente definidos. Dizer que “homem não chora” não decorre de um determinismo biológico, é uma definição cultural. Defender que “lugar de mulher é na cozinha” não tem relação com o sexo biológico, mas com uma designação social. Quando Simone de Beauvoir diz que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, obviamente, não quis dizer que a mulher não nasce biologicamente definida como tal, mas sim que seu papel social de mulher é construído culturalmente.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O papel social e o “comportamento esperado” de um homem e de uma mulher não são intrínsecos ao gênero biológico, mas são cultural e socialmente definidos. Numa sociedade machista, a mulher terá sempre um papel social inferior. Portanto, é possível e desejável lutar por uma mudança cultural que promova a igualdade entre os gêneros biológicos, de modo que as funções sociais de cada um não sejam pré-determinadas culturalmente e que tanto homem quanto mulher possam exercer qualquer papel social que desejem.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No campo da afetividade, a questão é ainda mais complexa. Ao contrário do que possa dizer o senso comum, a afetividade amorosa e a atração sexual também não são biologicamente pré-determinadas. As pessoas podem sentir atração e desejo sexual tanto por alguém do mesmo sexo quanto do outro. Não há uma relação direta, pré-determinada, entre sexo biológico e orientação sexual. Entretanto, existe, em diferentes tempos e lugares, maior ou menor compreensão e aceitação da possibilidade de que um indivíduo de determinado gênero biológico sinta atração sexual por alguém do mesmo gênero (o que sempre existiu, em todos os tempos e lugares, porque é uma das possibilidades da natureza humana).</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Entretanto, a cultura predominante definiu previamente de modo binário a sexualidade humana, o que é de um reducionismo atroz e completamente avesso à realidade concreta. Se, do ponto de vista biológico-cromossômico, pode caber esse binarismo na maioria dos casos, ele é totalmente inadequado no que diz respeito à afetividade. Porque a afetividade humana é infinitamente mais rica e variada do que esse binarismo. </span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ademais, há a questão da identidade de gênero, que diz respeito ao modo como a pessoa identifica a si mesma. Alguém pode identificar-se como mulher, ainda que tenha genitália masculina e heteroafetividade. Essa é a inesgotável diversidade humana, nada binária! Assim como há homens com genitália masculina, há homens com genitália feminina, e vice-versa. E variações intermediárias.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Por conta da opressiva imposição cultural, mesmo pessoas que não se encaixam no binarismo predominante são levadas a tentarem se “encaixar” nele, para alcançarem alguma aceitação social. É o caso de pessoas que se veem, por exemplo, como “homem em corpo de mulher” e, tão frequentemente, buscam uma transformação corporal para adequar o corpo à mente. É incrivelmente maldosa essa imposição social que faz a pessoa autorrejeitar-se, pois o desejável seria que tanto ela própria quanto a sociedade entendessem e aceitassem que não existe “homem em corpo de mulher”, mas uma infinidade de identidades que não precisam encaixar-se nesse binarismo. Um ser humano pode ter genitália masculina ou feminina, corpo biológico de “homem” ou de “mulher”, inclinação afetivo-sexual para homens ou mulheres, sem que seja necessária uma “correspondência” binária prévia. Para o bem da humanidade, é preciso que haja a compreensão desse fato. É triste pensar que alguém se sinta inadequado porque seu corpo não corresponde à ideia que a sociedade exige de alguém com sua aparência ou genitália, ainda que não seja condizente com seus afetos, desejos e identidade. Quantas pessoas não se mutilam e transformam artificialmente seus corpos para se adequarem a essa imposição social! É triste.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Num panorama ideal, a sociedade deveria aceitar, definitivamente, que há inúmeras identidades e afetividades. Não importa como seja o corpo biológico: a sexualidade e a afetividade humanas estão muito além da divisão animal entre “macho” e “fêmea”. A infinita variedade humana é legítima e natural e precisa ser aceita. Há seres humanos biologicamente “machos” que não se inclinam aos papéis sociais previamente destinados ao macho, ou que têm atração sexual por homens; há mulheres que têm pênis, há homens que possuem vagina e útero. E essas variações são uma riqueza do gênero humano, são normais e naturais e devem ser socialmente aceitas e respeitadas. A superação do binarismo será um sinal da evolução cultural da humanidade.</span></div>
</div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-41602244244179354422016-07-25T18:07:00.000-07:002016-08-08T18:18:52.563-07:00Língua Portuguesa e seu uso: quem define o que é “correto”?<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O objetivo do uso da língua</span></b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O objetivo da língua é a comunicação. Aprendemos desde cedo a nos comunicarmos utilizando determinada língua, que é também fundamental para a estruturação de nosso pensamento e a formação da nossa visão de mundo.</span><br />
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-indent: 35.45pt;"><br /></span>
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-indent: 35.45pt;">A língua utilizada para comunicação entre os brasileiros é a Portuguesa, que se tornou língua oficial da colônia por ordem do Marquês de Pombal, então primeiro ministro de Portugal, em 1758. A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 13 que “A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”, ressalvando, entretanto, que será “assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem” no ensino fundamental regular (§ 2º do art. 210).</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A Língua Portuguesa é aquela utilizada pelos países que se identificam como usuários dela. Existe uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – aqueles que identificam a si mesmos como parte dessa comunidade. Portanto, a Língua Portuguesa é o idioma falado nesses países, que têm buscado uniformizar sua utilização na modalidade culta formal.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Uma vez que o uso da língua é a comunicação, para que se identifique alguém como usuário dela, basta que esse alguém a utilize como instrumento de comunicação. Uma pessoa que jamais frequentou a escola é perfeitamente capaz de comunicar-se em português. Um analfabeto consegue comunicar-se na sua língua materna. Se, numa conversa com um compatriota, um brasileiro disser: “Nóis fumu lá onte”, certamente será entendido tanto quanto se disser “Nós fomos lá ontem”. Entretanto, é possível que se comunique de um modo que seja considerado “errado” por algumas pessoas. Quem poderá atestar que uma forma é “correta” e outra não? Embora haja diferentes “falares”, diversos modos de se comunicar empregando a Língua Portuguesa, alguns são considerados inadequados (ou “errados”) conforme as circunstâncias. Se na redação de um concurso público, por exemplo, alguém escrever “Nóis fumu lá onte”, certamente perderá pontos. Por que é considerada “correta” apenas a “modalidade culta formal”?</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem define o “uso correto”?<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A língua é uma instância de poder. O domínio de determinada modalidade da língua, aquela considerada o “padrão culto formal”, concede poder e prestígio. A determinação das regras dessa modalidade parte da elite dominante, que estabelece um padrão considerado “correto” – fundado especialmente no uso da língua escrita na literatura –, em contraposição a muitos usos que são efetivamente eficazes na comunicação cotidiana, mas que são taxados como “incorretos”, ainda que cumpram perfeitamente a função básica da língua (a comunicação).</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quem diz qual é o “português correto” no Brasil? Juridicamente falando, há algumas normas legais que estabelecem padrões. Em termos de ortografia, o Decreto Nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, que “promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990”, estabelece regras oficiais para a ortografia no país. Tal decreto cita como instância importante para o estabelecimento dos acordos ortográficos entre os países de Língua Portuguesa a Academia Brasileira de Letras (ABL). Efetivamente, o art. 1º. do Decreto 6.583 menciona a colaboração da ABL para a elaboração de um vocabulário ortográfico comum da Língua Portuguesa. Portanto, embora seja entidade privada, a ABL tem reconhecimento oficial para elaboração desse vocabulário ortográfico. Pode-se então dizer que a grafia correta das palavras em língua portuguesa no Brasil é a que está consignada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa elaborado pela ABL.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Há ainda outra instituição importante que constitui foro oficializado para algumas questões relacionadas ao uso da Língua Portuguesa: a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Embora seja também uma entidade privada, alguns dispositivos legais brasileiros a indicam como definidora de normas e padrões técnicos. Especificamente quanto à redação de textos científicos, a ABNT elabora diversas normas e é reconhecida como entidade capacitada para definir tais normas, mesmo quando de uso não obrigatório do ponto de vista legal.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">E quanto à sintaxe e todas as demais regras sobre o uso “correto” da língua? <b>Não há uma definição legal oficial</b>. Considera-se a norma “correta” aquela consignada pelos gramáticos, que as definem a partir da observação do emprego da língua – tomando em conta principalmente o uso na literatura escrita por autores consagrados.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um campo de divergências<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A gramática normativa, que estabelece as normas do uso “correto” do idioma na modalidade escrita, está nos compêndios de gramática, escritos por estudiosos da língua. Tais compêndios baseiam-se no uso corrente, na origem e no desenvolvimento histórico da língua, em determinadas relações lógicas etc. Entretanto, como não existe uma “gramática oficial”, há inúmeras divergências entre esses estudiosos. Alguns podem ser considerados mais “conservadores”, atendo-se ao uso da língua pelos escritores consagrados (em geral, utilizam exemplo apenas de escritores já falecidos), enquanto outros são mais abertos às novidades da língua – que surgem no uso cotidiano –, aceitando tendências que aos poucos vão se impondo.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em muitas questões, as regras a serem utilizadas em determinada situação dependerão também do estilo. Um bom exemplo é o uso da vírgula, tema cujas regras variam bastante entre as diferentes visões dos gramáticos. O emprego da vírgula deve reger-se por questões de clareza e eufonia. Em muitos casos nos quais sua utilização é facultativa, a decisão se dará por escolha estilística. Nesse caso, a classificação do uso como “correto” está também no âmbito dos estudiosos de estilística e não apenas na gramática normativa. O uso exagerado de vírgulas diminui a fluidez da leitura, enquanto a falta delas poderá gerar textos com problemas de clareza. Por exemplo, nas frases seguintes:</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">- “Haverá, ainda, uma palestra de encerramento” – embora o emprego da vírgula, de acordo com muitos gramáticos, seja facultativo nesse caso, trata-se de um bom exemplo para indicar o quanto as vírgulas desnecessárias prejudicam a fluidez textual.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">- “O homem que fugiu era o assassino” ou “O homem, que fugiu, era o assassino” – nesses casos, o uso ou não da vírgula altera o sentido da frase, que deverá ter ou não vírgulas conforme o significado atribuído, para clareza do texto.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No campo semântico, há incontáveis casos de emprego de vocábulos antes considerados como impropriedade vocabular que acabam sendo aceitos pelos estudiosos da língua. Por exemplo, a palavra “abordar”, como empregada nesta frase: “O palestrante abordou o tema em profundidade”. A palavra “abordar” tem sentido original relacionado à navegação (“chegar a bordo”). Se estudiosos mais conservadores antigamente consideravam inadequado o uso em outro contexto, atualmente, a prática dos usuários da língua consagrou sua utilização com sentidos diversos do original.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como definir um padrão?<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Portanto, em um grande número de casos, há usos que os mais “puristas”, os mais “conservadores”, considerarão “incorretos”, enquanto outros aceitarão. No caso de uma instituição qualquer, pública ou privada (um jornal, uma empresa, um órgão público, por exemplo), que queira adotar na sua comunicação escrita um determinado padrão, o mais adequado seria a eleição de um compêndio de gramática específico ou, dependendo do caso, até mesmo de um manual de redação jornalística já pronto. De qualquer forma, considerando-se o emprego da língua como questão de reputação e poder, o uso de um padrão mais “rigoroso” da língua em sua norma culta formal concede mais prestígio, visto que um texto dentro dos padrões formais mais rigorosos é “inatacável”, enquanto um mais “permissivo” poderá ser criticado pelos “puristas” da língua. Obviamente, no que diz respeito ao universo vocabular (virtualmente infinito), este deve estar adaptado ao nível do público que se deseja atingir.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Por fim, relembre-se: não existe, com exceção de algumas poucas áreas específicas, uma “definição oficial” do que seja correto ou não. Tal definição é dada pelos estudiosos que se capacitaram acadêmica e profissionalmente para opinar quanto ao uso apropriado da Língua Portuguesa.</span></div>
</div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-27783904179734211732016-07-23T15:07:00.001-07:002016-07-23T15:08:11.663-07:00Estarei no estádio no próximo jogo<div class="MsoNormal">
Quando o homem de preto assoprar a latinha para o início da
peleja, eu estarei lá.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estarei no meio da torcida, vibrando, gritando, aplaudindo,
incentivando o meu time.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não importa qual será o jogo, que time estará do outro lado,
qual o campeonato.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pode ser um time “sem série” na Copa Sul-Americana, na Copa
do Brasil, na Sul-Minas ou Sul-Minas-Rio. Pode ser um Torneio da Morte ou um
“ruralzão”. Não importa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez o jogo seja ruim. Talvez os jogadores do meu time não
joguem bem. Mas eu estarei lá.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não vou ao jogo porque é um jogo bom, porque o adversário é
grande ou porque o campeonato é importante. Vou porque o meu time vai jogar. E
eu faço parte dele. Não há time sem torcida, assim como não há artista sem
plateia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não vaiarei qualquer jogador que esteja vestindo a camisa do
meu time durante o jogo. Tentarei incentivá-lo, cobrarei quando necessário,
pedindo “garra!” Mas enquanto ele estiver lá, coberto com o mais belo uniforme
de todos os tempos, terá meu incentivo. Se depois da partida estiver claro que
ele não se esforçou como deveria, aí sim, terminado o embate, talvez eu vaie,
talvez eu peça mais empenho.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É claro que eu quero a vitória, o título, a grande jogada, o
craque. Mas acima de tudo quero viver a emoção de estar lá, aconteça o que
acontecer. Sairei feliz ou triste, talvez entusiasmado, quem sabe arrasado. Mas
sairei mais humano, porque vivi as emoções desse esporte fantástico, metáfora
da vida.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estarei no estádio no próximo jogo. E não irei porque o jogo
será bom ou importante. Irei porque o meu time estará lá, e eu faço parte dele.</div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-62879748976355700922016-07-14T15:20:00.000-07:002016-07-23T15:07:35.706-07:00“Afazeres”Dia de folga durante a semana.<br />
Dou uma olhada na lista de afazeres.<br />
Fazer essas listas é hábito herdado de meu pai, que andava com cartões no bolso onde anotava tudo que precisava fazer a cada dia, riscando as tarefas cumpridas. A cada dia, renovava a relação, incluindo coisas da véspera que não tinha conseguido deslindar.<br />
Minha lista tem várias coisas que normalmente não consigo fazer porque nos “dias úteis” trabalho em tempo integral.<br />
Meu olhar pousa sobre o pedaço de papel, mas não meu pensamento.<br />
Nenhuma “tarefa” faz sentido: daqui a 50 anos, não fará qualquer diferença eu tê-las realizado ou não.<br />
Abro uma cerveja e ligo o som: “Every breath you take”.<br />
Paro tudo e fico simplesmente ouvindo a música e sorvendo devagar a cerveja.<br />
Nada pode ser mais importante para eu fazer agora.<br />
<br />Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-25262486428289840182016-06-23T04:00:00.000-07:002016-06-23T04:00:01.216-07:00DIREITA E ESQUERDA – O QUE É ISSO?<div class="_1dwg _1w_m" style="padding: 12px 12px 0px;">
<div class="_3x-2">
<div>
<div class="_5r69" style="max-width: initial;">
<div class="clearfix mtm" style="margin-top: 10px; zoom: 1;">
<div class="plm _42ef" style="overflow: hidden; padding-left: 10px;">
<div class="mtm _5pco" data-ft="{"tn":"K"}" style="margin-top: 10px;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_575f47c7d27679c82394886" style="display: inline;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Você é de direita ou de esquerda? Por quê?</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Tenho lido e ouvida tantas ideias confusas a respeito desses conceitos que me arri<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">sco a escrever aqui sobre eles, esperando ser de alguma forma útil… O texto abaixo é aberto a contribuições – espero correções e observações pertinentes.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="display: inline;">
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
1) Esquerda e direita são sempre conceitos relativos, nunca absolutos. Evoluem e variam conforme o tempo e o espaço. Não são preto e branco, são tons de cinza. Em relação ao preto, o cinza é claro; em relação ao branco, o cinza é escuro. Esquerda e direita definem-se uma em relação à outra.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
2) Historicamente, o termo “esquerda” tem sido carregado de conotação negativa. A língua também marca essa conotação.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Na Bíblia, Cristo “...está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.” E no dia do Juízo … “Quando, pois, vier o Filho do homem na sua glória, [...] diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros [...]. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: – Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; [...] Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” No alto do monte Calvário, ladeando Jesus crucificado, estavam o bom ladrão, à direita, que no mesmo dia estaria com ele no Paraíso, e o mau ladrão, à esquerda.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Em latim, direita é “dextera”, esquerda é “sinistra” – origem da palavra “sinistro”. Os canhotos, em idos tempos, eram tidos como anormais e amaldiçoados.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Uma pessoa “gauche” (“esquerda”, em francês), é “errada”, fora do normal. “Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra / disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.” (Carlos Drummond de Andrade)</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Dizer de alguém que é uma pessoa “direita” é elogiá-la. Fazer algo “direito” é fazer bem feito. Etc...</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Portanto, carregamos inconscientemente a associação da palavra “esquerda” com o que é errado, ruim.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
3) Origem histórica do termo na política</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Em termos políticos, contemporaneamente, a divisão entre direita e esquerda originou-se do posicionamento dos parlamentares na Assembleia Nacional durante a Revolução Francesa. Os conservadores, defensores do Antigo Regime, ficavam à direita, enquanto os que queriam mudanças (mais ou menos radicais, conforme os diferentes grupos) sentavam-se à esquerda.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Naquele período de grande efervescência, havia uma enorme variação dentro da escala político-ideológica. O pensamento mais conservador era o dos que defendiam a manutenção de uma monarquia de direito divino, ligada à Igreja Católica. Defendiam uma sociedade teocêntrica e altamente hierarquizada. Esses poderiam ser chamados de “extrema-direita”.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
No extremo oposto, estavam os anarquistas. Na Revolução Francesa, a vitória final foi do centro – composto majoritariamente pela burguesia em ascensão.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Portanto, na origem histórica contemporânea dessa divisão política, o direitista extremo era o defensor da monarquia de direito divino, com sociedade altamente hierarquizada e Estado (na pessoa do soberano) forte, absoluto. O esquerdista extremo era o anarquista, aquele que defendia a eliminação de todo governo e a liberdade individual total.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Eliminada a monarquia de direito divino com o desenrolar da Revolução Francesa (e suas idas e vindas pendulares), o que a subsistiu foi a república burguesa. E assim, nessa evolução histórica, a república burguesa (esquerda em relação ao Antigo Regime) passou a ocupar o lugar mais à direita no espectro político. Eliminavam-se os privilégios da nobreza, mas não em favor do povo e sim da burguesia (detentora de um ascendente poder econômico).</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
No século 20, a Revolução Russa fez do socialismo comunista capitaneado pela União Soviética o representante mais à esquerda em relação à república burguesa. Nesse sistema bipolar, era fácil alguém localizar-se politicamente pelo alinhamento com o “Ocidente” (o capitalismo estadunidense) ou com o “Oriente” (o socialismo soviético).</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
4) Liberdade x Igualdade</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Buscando-se o lema da Revolução Francesa – “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” – pode-se definir grosseiramente o dilema entre os dois regimes da Guerra Fria como a prevalência da Liberdade sobre a Igualdade (caso do capitalismo) ou da Igualdade sobre a Liberdade (caso do socialismo). Do ponto de vista econômico, no capitalismo, todos devem ter a liberdade de fazer o que quiserem – o que gera grandes desigualdades; no socialismo, todos devem renunciar a grandes parcelas de liberdade em benefício da igualdade.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
No atual panorama mundial, as coisas já não são assim tão simples e dicotômicas. Na situação pré-Revolução Francesa, a defesa da monarquia católica de direito divino estava acompanhada da adoção da moral cristã, enquanto a anarquia pressupunha também a libertação em relação à moral religiosa. O Estado forte da “direita” defensora do Antigo Regime englobava a vigilância da moral – e, portanto, a limitação das liberdades individuais em nome dessa moral (no caso, a moral católica). Contemporaneamente, o liberalismo econômico não esteve necessariamente atrelado ao liberalismo moral. Se a república burguesa decepou o topo da pirâmide (a nobreza) em favor de um regime econômico menos engessado e uma hierarquia social com maior mobilidade e menor desigualdade, sua moral manteve-se bastante atrelada à moral cristã.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Relativamente ao Antigo Regime (monarquia absoluta de direito divino), a república burguesa estava à esquerda. Mas, em relação ao socialismo soviético, passou a representar a posição conservadora e mais à direita. Assim, grupos economicamente “conservadores” (da república burguesa), que pregam a liberdade econômica, são normalmente também conservadores do ponto de vista moral (quando pareceria normal defenderem a liberdade individual também nesse ponto). E nem mesmo a esquerda economicamente coletivista, no socialismo real (ou seja, em países nos quais se adotou um regime comunista), livrou-se da moral burguesa. Já os grupos de esquerda em países capitalistas são mais tendentes a rechaçar a moral judaico-cristã, defendendo a liberdade individual do ponto de vista moral (embora – contradição – o socialismo, do ponto de vista econômico, pregue a restrição à liberdade em favor da igualdade).</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Obviamente, a extensão deste texto exige uma abordagem muito simplificada (e, portanto, um tanto simplista), mesmo porque a gradação de posições políticas e morais é muito ampla e variada para se classificar apenas em “esquerda” e “direita”. Nessa simplificação, pode-se dizer que, nas condições de hoje, quanto mais tendente à máxima liberdade econômica individual (e, portanto, à mínima intervenção estatal no sistema econômico), tanto mais “de direita” será a pessoa. E, no sentido contrário, quanto mais tendente a apoiar a intervenção estatal para o controle da economia (de modo a favorecer o interesse coletivo em detrimento dos interesses individuais), tanto mais “de esquerda”. No âmbito moral, será tão mais “direitista” quem mais defender o respeito às regras morais judaico-cristãs (família tradicional, repressão à sexualidade, proibição do uso de drogas etc. – ou seja, o controle das ações morais individuais). E tão mais “esquerdista” será quem mais defender a liberdade individual nessas questões. Ou seja, há uma flagrante contradição entre a defesa da liberdade econômica e da liberdade moral individual nos conceitos atuais de “direita” e “esquerda”.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
O Estado forte, que cerceia as liberdades individuais, existia na monarquia absolutista. E também na ditadura do proletariado. E no regime militar brasileiro (estatizante e nacionalista). Hoje, a defesa do Estado intervencionistas é pauta da esquerda.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Nesse panorama um tanto confuso, há os “liberais autênticos”, que adotam a defesa tanto da liberdade econômica quanto da liberdade individual, argumentando ser essa uma posição mais coerente do que a posição “conservadora” tradicional da “direita”, uma vez que repudiam a intervenção estatal tanto na economia quanto no controle das liberdades individuais.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Pois é, as coisas não são tão simples… Hoje, no Brasil, um partido teoricamente “de esquerda”, como o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira, vejam só o nome!) defende as privatizações, pauta tipicamente de direita.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Na política brasileira, quais partidos são de direita ou de esquerda? Teoricamente, a resposta deveria estar nos programas partidários. Mas a realidade é que o comportamento dos políticos frequentemente tem muito pouco a ver com os programas partidários. Na quase totalidade, os partidos brasileiros são amontoados de gente com sede de poder, sem real interesse programático. A ponto de partidos com programas francamente de esquerda, chegando ao poder, tomarem atitudes abertamente “direitistas”. Seria muito bom se os eleitores conhecessem os programas partidários e passassem a cobrar dos políticos ações coerentes com os programas de suas agremiações. Alás, ler os programas pode assustar muita gente...</div>
</div>
</span></div>
<div class="_5wpt" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; color: #666666; font-family: inherit; font-size: 12px; padding-left: 12px;">
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div style="font-family: inherit;">
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<div class="_sa_ _5vsi _ca7 _192z" style="color: #90949c; font-family: inherit; margin-top: 12px; padding-bottom: 4px; position: relative;">
<div class="_37uu" style="font-family: inherit;">
<div data-reactroot="" style="font-family: inherit;">
<div class="_3399 _a7s clearfix" style="border-top-color: rgb(229, 229, 229); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; clear: both; font-family: inherit; margin: 0px 12px; padding-top: 4px; zoom: 1;">
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Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-27086856293176386562016-06-22T04:00:00.000-07:002016-06-22T04:00:09.766-07:00A tirania da publicidade<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">"Para reduzir a humanidade à escravidão, a publicidade escolheu a dissimulação, o jeitinho, a persuasão. Vivemos no primeiro sistema de dominação do homem pelo homem contra o qual até a liberdade é impotente. Ao contrário, ele aposta tudo na liberdade, é este seu maior achado. Toda crítica lhe dá o bom papel, todo panfleto reforça a ilusão de sua tolerância melosa. Ele submete a todos com elegância. O sistema atingiu seu objetivo: até a desobediência se tornou uma forma de obediência."</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">("$29,99" - Frédéric Beigbeder)</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-26730736152989127832016-06-21T04:00:00.000-07:002016-06-21T04:00:12.768-07:00A importância da arte<div style="background-color: white; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<span style="color: #0b5394;">Belíssimo texto publicado pelo Alessandro Wainer:</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Em 1993, Susan Sontag foi a Sarajevo. A cidade estava destruída por causa da guerra. Ninguém estava seguro na Bósnia.<br />Ela pensou que iria ajudar a carregar sacos de cimento, cuidar de doentes, enfim, dar pão a quem não tinha.<br />Mas não.<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br />Pediram que ela montasse uma peça de teatro. Ela escolheu Esperando Godot, de Becket.<br />Por que pediram que ela montasse uma peça de teatro?<br />- Não somos animais.<br />Foi o que disseram.<br />Não consigo pensar nessa história sem que venham lágrimas aos meus olhos.<br />- Não somos animais - disseram em Sarajevo, em 1993.<br />E nós, cá no Brasil, em 2016? O que somos? O que queremos ser em 2026?<br />E daí, nessa hora, eu penso: não, a arte não está no topo da pirâmide de Maslow. Tampouco está na base. A arte deve permear tudo, cada um dos degraus. De outra forma, até as necessidades mais essenciais, como comer, beber, dormir e cagar, serão feitas como se fôssemos animais.</span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-4868774455455151692016-06-20T04:00:00.000-07:002016-06-20T04:00:01.031-07:00O hábito não faz o monge, farda não impõe caráter<div class="_1dwg _1w_m" style="font-family: inherit; padding: 12px 12px 0px;">
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_ft" style="font-family: inherit; font-size: 14px; line-height: 1.38; overflow: hidden;">
<div style="display: inline; font-family: inherit;">
Atenção, Senhoras e Senhores: o hábito não faz o monge. FARDA NÃO IMPÕE CARÁTER. Militares não são seres impolutos apenas por usarem farda. Ao longo da história, em todas as épocas e lugares, militares foram responsáveis por perpetrar os maiores crimes da humanidade, em qualquer regime, em todos os continentes. Eles podem ser úteis (e são, efetivamente, muitas vezes), caladinhos no canto deles, cumprindo a função de garantir a segurança, sem se meter em política. SEMPRE que se metem, dá merda.</div>
</div>
</div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-8103018780462799922016-06-19T04:00:00.000-07:002016-06-19T04:00:33.390-07:00DIVAGAÇÕES DE UM VIAJANTE<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- A grande diferença entre um povo civilizado e outro nem tanto é o espírito de coletividade. Os brasileiros são essencialmente individualistas. Essa é uma das raízes da corrupção, já que qualquer atitude em benefício próprio (ou daqueles que são próximos) é vista com complacência, como aceitável. "Farinha pouca, meu pirão primeiro", "Achado não é roubado" são ditos populares que indicam esse espírito anticoletivo. É uma das grandes diferenças entre </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">o Brasil e a Suíça, por exemplo (lá, o normal é pensar primeiro no bem coletivo).<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- O ser humano é porco por natureza. Suja tudo. Mas é notável a diferença de limpeza nos locais públicos de sociedades civilizadas e outras menos. As cidades brasileiras são muito sujas em comparação com várias grandes cidades do hemisfério norte.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- O fumante é exceção: é porco em qualquer lugar. Não encontrei cidade no mundo onde as bitucas de cigarro não emporcalhem locais públicos. Fumante é uma desgraça mundial.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- Câmbio de moedas não tem lógica.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- Mendigos e moradores de rua estão por toda parte.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- Imigrantes trabalhando em subempregos estão por toda parte.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- A reciclagem é obrigatória em muitos locais, e as pessoas estão acostumadas com ela. Alguns países adotam multas para quem mistura o lixo.<br /></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">- Em alguns países, não há sacolas descartáveis nos mercados. Ou os clientes levam as próprias sacolas, ou têm que comprar sacolas permanentes no mercado. Há países em que as sacolas estão disponíveis, mas são cobradas por unidade utilizada.</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-10915184241079149702016-06-18T04:00:00.000-07:002016-06-18T04:00:31.027-07:00As correntes que arrastamos...<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">"Queremos transformar o mundo e somos incapazes de nos transformar a nós próprios. Queremos ser livres, fazer a nossa vontade, e a todo o momento arranjamos desculpas para reprimir os nossos desejos. E o pior é que nos convencemos com as nossas próprias desculpas, deixamos de ser lúcidos. só covardia. É medo de nos enfrentarmos, é um medo que nos ficou dos tempos em que temíamos Deus, ou o pai ou o professor, é sempre o mesmo agente repressivo. Somos uns alienados. O escravo era totalmente alienado. Nós somos piores, porque nos alienamos a nós próprios. Há correntes que já se quebraram mas continuamos a transportá-las conosco, por medo de as deitarmos fora e depois nos sentirmos nus."</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">(</span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Do romance "Mayombe", de Pepetela</span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">)</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-45471446439649602002016-06-17T04:00:00.000-07:002016-06-17T04:00:28.471-07:00Cuidado ao usar a palavra "bagatela"<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">"Bagatela: Coisa de pouco valor."</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Se você for escrever uma frase como: Pagou a "bagatela" de R$ 2 mil no almoço, use sempre "bagatela" entre aspas, para indicar que é ironia. Porque, numa construção como essa, só cabe a palavra "bagatela" como ironia. Bagatela, no sentido próprio, significa coisa de pouco valor, quantia baixa, ninharia.</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Tenho visto dezenas de frases em que se usa a palavra como se ela tivesse o sentido oposto do seu sentido próprio - e sem qualquer indício de ironia.</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-9597827654096259612016-06-16T04:00:00.000-07:002016-06-16T04:00:20.199-07:00PÉROLAS NA FACULDADE DE DIREITO<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Na aula de Direito, o professor insiste com os alunos para que escrevam tudo em vernáculo. Quer que os futuros advogados não se deixem contaminar com hábitos arcaicos do mundo jurídico. Vendo um aluno com cara de dúvida, pergunta se ele entendeu. O aluno responde: "Entendi, professor! A gente tem que escrever os documentos jurídicos bem ordenados, como na Bíblia: capítulos, vernáculos..." </span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">* * *</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">O professor de Direito discorre sobre o arcabouço jurídico brasileiro. Percebe um aluno com "cara de interrogação". E pergunta: "Você está entendendo o que eu estou dizendo? Entende o que é arcabouço?" O aluno responde: "Sim, professor, era aquele porão dos castelos onde eles punham os prisioneiros."</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-37808676173056386092016-06-15T04:00:00.000-07:002016-06-15T04:00:33.605-07:00Curiosidades sobre... mim<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
Entrei na brincadeira do Facebook que incentiva as pessoas a contarem algumas "curiosidades" sobre si. Seguem algumas minhas, se é que interessam a alguém...</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
1) Fui católico tradicionalista (fanático) por uns 15 anos. Hoje, não frequento nenhuma igreja, tenho minha fé particular e discordo de várias coisas na Igreja Católica. Mas ainda sei todas as orações de cor em latim. E rezo regularmente, uso escapulário e medalhas religiosas e frequentemente carrego comigo um terço. Entretanto, tenho certa ojeriza a pregações religiosas. Por minha experiência pessoal, me arrepia o fanatismo, bem como a adesão a rituais e comportamentos automatizados sem base racional.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
2) Na infância e na juventude, fui atleta e pratiquei inúmeras modalidades esportivas. Ganhei medalhas de natação, handebol, vôlei, futsal, futebol e xadrez, além de participar de competições de atletismo e basquete. Também fiz judô, karatê-do tradicional, karatê kioko shin kai e taekwondo. Parei de praticar esportes há poucos anos, depois de descolar o ombro jogando futebol, o que me obrigou a fazer artroscopia e seis penosos meses de fisioterapia. Atualmente, só esteira para não ficar sedentário.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
3) Quando criança, antes de mudar-me para a capital (com 14 anos), vivi muito ligado à vida rural. Meus avós maternos tinham fazenda a 6 km da minha casa (que ficava no centro da cidade), e meu pai tinha um sítio a seis quadras de casa (propriedade rural colada na cidade, no final da rua em que morávamos). Hoje, sou extremamente urbano – achou que teria grande dificuldade em viver fora de uma metrópole.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
4) Atividades da minha infância “rural” incluíam abater animais. Fiz isso com minhas próprias mãos incontáveis vezes com aves e participei do abate e preparação de animais para consumo (porco, boi, cabra e até uma paca). Hoje, me horroriza a ideia de matar um frango como eu fazia quando era criança.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
5) A vida “rural” também tinha suas agruras: levei muitos tombos de cavalo e fui vítima de sanguessuga, carrapato, bicho-de-pé e berne.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
6) Durante os 15 anos em que fui militante católico, vivi de doações, e todos os meus pertences cabiam em uma única mala. Nas minhas missões em viagem, houve algumas noites em que eu não tinha onde dormir e pouco que comer. Cheguei a passar fome e dormir dentro de um Fusca algumas vezes. Dormir em saco de dormir, no chão, tomar banho de caneca e comer refeições doadas também foram parte da rotina de muitas dessas viagens.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
7) Morei pelo menos dois anos em outras três capitais, além de Curitiba: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
8) Gosto de estudar línguas – tenho certificados de proficiência em inglês e francês, me viro em espanhol e estou aprendendo italiano, mas tenho uma imensa dificuldade de ouvido. Meu grande problema é na compreensão da fala, em qualquer língua (menos português).</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
9) Aliás, tenho certa obsessão por estudo. Ingressei em cinco cursos superiores (Medicina, Direito, Jornalismo, Odontologia, Psicologia), fiz três especializações, mestrado e doutorado. E já estou incomodado por não estar cursando nada neste semestre.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
10) Na juventude, viajei bastante de carona – de carro, caminhão e até avião. Por incrível que pareça: eu ia ao aeroporto, falava com os pilotos e pedia carona. Consegui algumas vezes. Também viajei de carona em voos do Correio Aéreo Nacional.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
11) Sou extremamente fraco para bebidas, por isso, bebo pouco. Beber muito, para mim, é chegar a duas garrafas de cerveja (raríssimo). Nunca fiquei bêbado, nem experimentei drogas ilícitas – não por caretice (sou favorável à liberação do uso), mas porque tenho repulsa à ideia de perder o autocontrole. Gosto especialmente de cervejas artesanais, gin e alguns licores (Cointreau, Chartreuse, Bénédictine etc.). De resto, experimento qualquer bebida, mas sempre em pouca quantidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
12) Adoro viajar. Viajo sempre que posso, geralmente sozinho. Mas não curto as viagens tipo excursão de turista. Prefiro ficar mais tempo num só lugar que percorrer vários em poucos dias. Quando viajo, ando muito a pé. Sou andarilho, gasto a sola do sapato andando pelas cidades que visito. E adoro visitar lugares com neve.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
13) A arte sempre fez parte da minha vida. Literatura, poesia, teatro, cinema, música, pintura, dança... E não apenas como “consumidor”. Escrevo contos, romances e poemas, aprendi um pouco de piano (consigo tirar músicas não muito difíceis) e violão (não toco mais), sou ator profissional (adoro o palco e a câmera!), já participei de corais, até me arrisquei em aulas de flamenco (parei porque era muito difícil) e fiz também aulas de pintura em óleo sobre tela (não levo jeito pra isso). Tive uma obra de assemblage selecionada para uma mostra coletiva. Uma das coisas que ainda pretendo fazer na vida é aprender a dançar. Meu primeiro livro individual de poemas vai ser lançado em breve.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
14) Não tenho medo de mudanças, não gosto de ficar muito acomodado, tenho dificuldade com rotina prolongada. Já mudei radicalmente de vida duas vezes, deixando tudo para trás e começando uma vida completamente diferente. Saí de casa com 17 anos, apenas com a roupa do corpo. Aos 32 anos, larguei a vida anterior e comecei tudo de novo, praticamente do zero. Não tenho problemas em mudar tudo e recomeçar, a estabilidade não está entre meus valores principais.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
15) Tenho pouquíssimos amigos próximos. Sei que em geral a primeira impressão que causo não é favorável, pois várias pessoas que se aproximaram de mim já disseram que “de perto” sou bem melhor do que pareço. Talvez isso se deva a meu passado de “luta contra o mundo”, que me fez criar um escudo de aparência inamistosa e beligerante – procuro superar isso, mas não é fácil.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
16) Assisto a muitos filmes e séries, leio bastante e sou capaz de chorar copiosamente numa passagem triste no livro ou na tela. Aliás, algumas músicas também me fazem chorar.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
17) Sou pessimista em relação à humanidade, em geral atrasada e primitiva, embora eu saiba que há muitas almas elevadas que dignificam isso de ser humano. Ver alguns horrores que aparecem na internet me deprime. Evito assistir a vídeos de desgraças humanas – se acontece por acaso, posso ficar mal por vários dias.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
18) Rejeito ideologicamente coisas como racismo, homofobia, machismo (e tenho que lutar cotidianamente contra as tendências culturais e sociais do meio que me puxam para atitudes em sentido contrário a essa rejeição). Incluo nessa lista o chauvinismo e certo patriotismo. Fronteiras são convenções, não acho que qualquer “estrangeiro” seja melhor ou pior por haver nascido em outro país, sinto-me irmão de todos. Fico irritado, por exemplo, quando vejo gente falando mal do Paraguai e colocando o adjetivo “paraguaio” no que é ruim (mesma atitude que algumas pessoas do hemisfério norte têm em relação aos brasileiros).</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
19) Medo é um sentimento muito raro em mim. Mas tenho horror de brinquedos radicais do tipo montanha-russa - pra mim, não são diversão, mas tortura.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
20) Acumulo papel. Mas estou vencendo esse hábito. De vez em quando, consigo jogar fora sacos de papeis velhos, como contas pagas. Recentemente, me desfiz de uma pilha enorme. Tinha contas guardadas há mais de 15 anos! Isso engloba livros: tenho grande dificuldade de desfazer-me dos meus, mas também estou conseguindo me desapegar e tenho doado muitos. Por outro lado, há um papel que não consigo acumular: dinheiro. Não sou "guardião de tesouro". Se tenho, gasto; se não tenho, não gasto. Mas agora também estou lutando para guardar alguma reserva.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
21) Tenho daltonismo leve. Fico indignado com designers que não pensam nos daltônicos e utilizam cores que nos confundem (como vermelho e verde: nunca as coloquem juntas, por exemplo, num gráfico ou num mapa, por favor!).</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
22) Tenho certa queda por gente fora do comum, alternativa, fora da casinha, párias etc.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
23) Sou uma metamorfose ambulante, cheio de contradições. E não me sinto nem um pouco mal por isso.</div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-14139368441316735772016-06-14T04:00:00.000-07:002016-06-14T04:00:04.979-07:00Futebol e mau caráter<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">A par da nossa seleçãozinha vergonhosa (que provavelmente se livrou de ser massacrada pela Colômbia), o cara que fez o gol com a mão devia ser o primeiro a pedir desculpas e avisar o árbitro. Porque jogar mal é ruim, mas sustentar o mau caráter ante o mundo inteiro é nojento.</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-75104498654202284142016-06-13T16:33:00.002-07:002016-06-13T16:39:46.102-07:00Alguém pode existir para um único ato?<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Sensacional o episódio de Game of Thrones com as revelações sobre Hodor.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">A vida de uma pessoa pode ser justificada por um ato específico para o qual ela foi criada?</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Alguém pode viver toda sua vida em função dessa hora específica em que cumprirá sua missão, que é parte de um "plano" maior?</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Questões filosóficas interessantes...</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-45641238349364148402015-07-06T08:00:00.000-07:002016-06-13T16:44:32.858-07:00Um pouco sobre mim<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">- Não sou defensor da "família
tradicional brasileira". Sou favorável à livre união entre pessoas do
mesmo sexo. Acredito que a divisão binária de gêneros e orientações sexuais é
antiquada e inadequada. Já fiz trabalhos voluntários para o Grupo Dignidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">-
Nunca fui nem sou filiado a qualquer partido político. Não tenho simpatia
especial pelo PT, nem pelo PSDB. Reprovo o envolvimento de ambos os partidos em
enormes escândalos de corrupção. Penso que é obrigação de qualquer governo
procurar melhorar a situação dos menos favorecidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">-
Também não tenho grande simpatia por pregações religiosas. Para efeitos
estatísticos e censitários, declaro-me católico, mas não sou praticante e
discordo de várias coisas na Igreja Católica. Tenho minha fé particular, que
não interessa a ninguém e sobre a qual eu mesmo sempre me questiono. Rechaço a
ideia de que a religiosidade defina o caráter. Alguns de meus melhores amigos
são ateus, e são gente ótima. Há religiosos péssimos e ateus excelentes - e
vice-versa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">-
Sou moralmente liberal, ideologicamente falando. Mantenho um ótimo
relacionamento monogâmico estável há mais de 20 anos, mas não acho que esse
seja o único modelo possível de relacionamento. Cabe a cada um decidir.<o:p></o:p></span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-48777989820076406452015-07-05T08:00:00.000-07:002016-06-13T16:38:34.027-07:00HOMEM É PRESO POR DESORDEM NO BATEL<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "adobe garamond pro bold" , serif; font-size: 14pt;">Atendendo
queixas de moradores da região, a Polícia Militar prendeu ontem um homem que
estava causando incômodo nas proximidades da Praça do Batel. Identificado como
Eduardo Nazário, o homem, aparentando pouco mais de 30 anos, é suspeito de
dirigir uma gangue de moradores de rua e trabalhadores desempregados. Quando
foi preso, vestia roupas velhas e estava sem tomar banho e barbear-se havia
vários dias.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">Alguns moradores da região comentaram</span><span class="apple-converted-space"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;"> </span></span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">o comportamento do homem e do seu
grupo. “Eles viviam vagabundeando pelas ruas, conversando em voz alta até de
madrugada, incomodando com o barulho. O líder da gangue costumava subir nos
bancos da praça e ficava fazendo discursos para eles. Comiam na praça, bebiam e
deixavam tudo uma sujeira”, contou a dona de casa Ruth Pereira. Indignado, o
comerciante Paulo Costa reclamou que a gangue “reunia todo espécie de escória”.
Embora fazendo questão de dizer que “não tem preconceito contra ninguém”, Costa
afirmou que “o bando tinha drogados, bêbados, prostitutas, gays, travestis, um
bando de desocupados”, que, segundo ele, estavam deixando os moradores
inseguros. Uma senhora de cerca de 50 anos, que não quis se identificar, disse
que se sentia incomodada porque as pessoas do bando vivem “na promiscuidade”:
“Cheguei a ver mulheres abraçadas com mulheres, homens com homens, uma pouca vergonha,
tudo incentivado pelo líder deles”, declarou.</span></span><span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">Frequentadores de uma igreja das
proximidades queixaram-se de que o homem e seu grupo os hostilizavam. “O homem
chegou a subir num caixote na calçada da igreja para falar que os pastores só
queriam dinheiro, que estavam enganando o povo. Ele ficou o tempo todo
desafiando a autoridade dos homens de Deus”, relatou o funcionário da Coletoria
Estadual Ernesto Pereira, frequentador do templo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US" style="font-family: "adobe garamond pro bold" , "serif"; font-size: 14.0pt;">Um grupo de moradores conseguiu mobilizar
alguns deputados e líderes religiosos para a formação de uma comissão que foi
conversar com o governador do Estado para pedir punição rigorosa ao “líder
baderneiro”, como qualificaram o homem. Sensível à demanda da população, o
governador entrou em contato com o Judiciário e solicitou uma solução urgente
para o caso. Atendendo ao pedido do governador, o desembargador Antonio da
Silveira determinou que o prisioneiro seja executado em praça pública nesta
sexta-feira, determinando o meio para cumprimento da pena: a crucificação.<o:p></o:p></span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-74137300100166477982015-07-04T08:00:00.000-07:002016-06-13T16:38:18.114-07:00PROCURO MULHER JOVEM...<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US">PROCURO!...<br />
Mulher jovem, pelo menos dez anos mais nova que eu.<br />
Muito inteligente e culta, com ao menos duas graduações, duas especializações e
doutorado (no qual tenha sido aprovada com nota máxima e muitos elogios da
banca examinadora). Sim, sou exigente!<br />
Precisa ser intelectual. Que tenha livro editado e produção acadêmica
consistente, com dezenas de artigos publicados. Que goste de ler, mas leitura
de profundidade, como Nietzsche, por exemplo – mas que, ao mesmo tempo, se</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">ja capaz de acompanhar e curtir uma
novela.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Que seja conectada e
entenda muito de tecnologia, a ponto de conseguir resolver os problemas de
computadores e smartphones.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E, exigência absoluta:
bonita, aliás, muito bonita, linda, em tudo – rosto, corpo, cabelos, gestos,
postura. E elegante, muito elegante, e vaidosa.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Que tenha pelo menos uma
grande tatuagem. Que goste de malhar todo dia e cuide do corpo. Mas que não
abandone a cerveja por causa disso e seja capaz de beber tanto quanto tiver
vontade.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E também saiba cozinhar
maravilhosamente bem, qualquer coisa, de cabeça, sem receitas, criando a partir
do seu talento.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Que seja sincera e diga o
que pensa quando necessário, sem se preocupar com a opinião alheia. Mas que
tenha grande sensibilidade para perceber os ambientes e entender perfeitamente
que atitude tomar e o que dizer em cada situação.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E que seja generosa e
disposta a ajudar o próximo, a ponto de fazer disso seu trabalho cotidiano.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Que respeite as diferenças,
inclusive as nossas, e seja tolerante com elas.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E, importantíssimo: não
seja cheia de medos. Melhor: não tenha medo de nada, não se intimide diante de
ninguém.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E seja compreensiva e capaz
de perdoar. E aconselhar, sempre com simplicidade e sabedoria.</span></span><span lang="EN-US"><br />
</span><span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">E seja constante apoio e
incentivo.</span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span class="textexposedshow"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span lang="EN-US">...E ENCONTRO!<br />
Todos os dias, há 20 anos, eu a encontro, nas horas alegres e tristes. Desde
que, no dia 30/06/1995, eu disse o mais importante “sim” da vida.<br />
Nem sei o que dizer, senão agradecer, do fundo da alma, de coração inteiro, por
esses 20 anos de imerecido privilégio!<br />
E, sim, a</span><span class="apple-converted-space"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;"> </span></span><span lang="EN-US"><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000593114480" href="https://www.facebook.com/yvana.savedra" style="cursor: pointer;"><span style="color: #3b5998; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Yvana</span></a></span><span class="apple-converted-space"><span lang="EN-US" style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; font-size: 10.5pt;"> </span></span><span lang="EN-US">é exatamente assim, é tudo
isso e mais ainda. Claro que tem seus defeitos (ainda bem!), para me lembrar de
que é humana, mas que são ínfimos ante tantas qualidades...</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-63598000180226691232015-07-03T08:00:00.000-07:002016-06-13T16:37:52.322-07:00O QUE PENSO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="background: white;">- A
homossexualidade não é “antinatural”. Está presente na natureza, entre os
animais e entre os seres humanos. Entre estes, sempre houve uma porcentagem
minoritária de homossexuais.</span><span lang="EN-US"><br />
<span style="background: white;">- A homossexualidade não é uma “aberração”. Assim
como há pessoas com cores de pele diferentes, há pessoas com sexualidades
distintas. É um fato.</span><br />
<span style="background: white;">- A homossexualidade sempre esteve presente na
sociedade. Culturalmente, os homossexuais, ao longo da história, foram mais ou
menos aceitos ou reprimidos conforme o lugar e a época.</span><br />
<span style="background: white;">- A homossexualidade não é uma “doença”, daí não
haver sentido em se falar em “cura” nesse caso.</span><br />
<span style="background: white;">- Não há prova científica de que a
homossexualidade tenha uma causa determinada, como a ausência da figura
paterna, uma educação repressiva ou outros mitos geralmente espalhados por aí.
Há muitos homossexuais que tiveram ótima educação familiar, com presença
efetiva dos pais etc.</span><br />
<span style="background: white;">- A riqueza da variedade de gêneros e variações de
sexualidade humana não cabe nos rótulos binários “homem” x “mulher”, “hetero” x
“homo”. Há uma infinidade de variações que não podem ser definidas
binariamente. Essa definição binária é totalmente arcaica e irreal, cultural e
socialmente construída. Já passou da hora de ser desconstruída.</span><br />
<span style="background: white;">- Os homossexuais não são “destruidores de famílias”.
Nada fazem para destruir qualquer família. Nunca entendi essa afirmação. Será
que os heterossexuais têm medo de serem “transformados” pelos homossexuais e
assim abandonarem suas famílias em busca de parceiros do mesmo sexo? Como os
homossexuais podem “destruir” famílias? Afirmação ridícula!</span><br />
<span style="background: white;">- Há muitas famílias, verdadeiras famílias,
formadas por pai e filho/filha, mãe e filho/filha, avô/ó e neto/a, casais sem
filhos etc. Então, qual a importância da designação sexual binária de quem
forma a família??? Se um homem solteiro adotar um filho, não formará uma
família? Claro que sim, sob todos os pontos de vista! Não há razão lógica para
recusar uma família com base em determinadas combinações da designação sexual
binária dos que a compõem.</span><br />
<span style="background: white;">- Pessoas que acham que a reivindicação de
tratamento igualitário por parte dos homossexuais pode “destruir famílias”
parecem estar afirmando implicitamente que têm medo de serem “transformados” em
homossexuais – sinal de uma enorme insegurança quanto à própria sexualidade.</span><br />
<span style="background: white;">- Convivo há décadas, cotidianamente, com
homossexuais. Tenho vários amig@s homossexuais. Ente @s homossexuais com @s
quais tenho convivido, conheci gente ótima, gente normal, gente medíocre e
gente escrota – ou seja, exatamente igual aos heterossexuais. Mas, como
experiência pessoal (portanto, sem validade estatística, apenas com o valor de
uma constatação particular), dentre esse público específico, a porcentagem de
pessoas com grandes qualidades (inteligência privilegiada, dons artísticos,
generosidade etc.) é bem maior. Admiro muito alguns de meus/minhas amig@s
homossexuais que têm qualidades maravilhosas!</span><br />
<span style="background: white;">- Os homossexuais merecem tratamento absolutamente
igualitário, inclusive quanto a manifestações públicas de afeto. Deve lhes ser
permitido tudo que é permitido aos heterossexuais.</span><br />
<span style="background: white;">- Há pessoas religiosas que afirmam que a Bíblia
condena a homossexualidade. Pois é, ela proíbe também: comer frutos do mar,
comer carne de porco, cortar cabelo e barba de determinado modo, fazer
tatuagens, ter animais de espécies diferentes, divorciar-se, fazer sexo fora do
casamento, a mulher querer ensinar o marido (ela deve ser submissa e
silenciosa) etc. Espero que os seguidores fiéis da Bíblia que a usam para
discriminar os homossexuais sigam todas as determinações do livro, para serem
coerentes, né?</span></span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-59240957642659035212015-07-02T15:51:00.003-07:002016-06-13T16:36:58.881-07:00Alterar a idade penal é aumentar a criminalidade<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Difícil lutar contra a ignorância e a desinformação, inclusive espalhadas pela grande mídia. Que finge não saber que NO BRASIL, A PUNIBILIDADE COMEÇA AOS 12 ANOS. Uma das menores idades DO MUNDO. Com punições severas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Se querem realmente resolver/amenizar o problema da criminalidade, deviam exigir investimentos nos estabelecimentos de acolhimento de adolescentes em conflito com a lei. Nos quais, hoje, apesar da precariedade do sistema, a reincidência é MUITO MENOR que nas prisões para adultos (20% x 70%).</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Baixar a idade penal de 18 para 16 significa transferir os adolescentes infratores dessa faixa dos estabelecimentos específicos (focados na reabilitação) para as prisões comuns (escolas do crime). Ou seja, é AUMENTAR a criminalidade.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Pena que eu não sei desenhar...</span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-63750637558518101932014-12-23T15:58:00.002-08:002016-06-13T16:36:41.690-07:00MERRY CHRISTMAS! (Canadian inspiration)<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Jogou seu último resto
de cigarro na rua. Acabara de decidir que seria mesmo o último – e quando ele
decidia, estava decidido: seria efetivamente o último cigarro da sua vida.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">“Vida”, pensou – “é
isto que eu quero.”</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Saiu a perambular
livremente pelas ruas, apenas absorvendo as sensações que a cidade lhe passava
por osmose.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Sentiu no rosto o
vento gelado do inverno abaixo de zero. Respirou fundo, colocando nos pulmões
as imagens do mundo que o cercava. Sorriu para o mendigo que esperava um café
na porta da Tim Hortons. Sentou-se ao lado dele na rua, passou-lhe o derradeiro
maço de cigarros ainda pela metade. “Se você gosta, vai lhe fazer bem – e mal a
seus pulmões.”</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Uma senhora saiu da
cafeteria com um grande copo de café quente que entregou ao mendigo,
desejou-lhe "Merry Christmas" e sumiu entre as pessoas que desciam
para o metrô.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Partilharam o copo até
o fim – era agradável sentir o calor do café naquele gélido início de noite.
Trocaram poucas palavras, um inesperado afeto e um abraço de despedida.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Começavam a cair os
primeiros flocos de neve. Ele postou-se calmamente bem no meio do movimentado
cruzamento das avenidas. Dirigiu o olhar para o céu, abriu os braços, fechou os
olhos e começou a girar. As buzinas irritadas serviram-lhe de fundo musical.
Girou até não conseguir mais. Tonto, tomou a direção que lhe apontava o nariz.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Viu uma belíssima
jovem andando pela calçada. “Ei, vamos tomar uma cerveja? Eu pago!” Assustada,
ela olhou no fundo dos olhos do rapaz e enxergou a sinceridade dos inocentes.
Aceitou o convite.</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: none;">
<span style="background: white;">Foram intensamente
felizes até o último badalar dos sinos.</span></div>
Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-20235970947878245862014-07-15T10:03:00.001-07:002014-07-15T10:12:42.395-07:00Novo espetáculo de Deborah Colker em Curitiba<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[Divulgação]</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Chega a Curitiba o mais novo espetáculo da dançarina e coreógrafa </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Deborah Colker, com duas apresentações no Teatro Guaíra, em 19 e 20 de </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">julho (sábado e domingo). Sensualidade e instinto permeiam “Belle”, </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">trabalho levemente inspirado no romance francês de Joseph Kessel, </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">“Belle de Jour”, e que celebra 21 anos da Companhia de Dança Deborah </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Colker. Ingressos já estão à venda na bilheteria do Teatro e nos </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">quiosques do Disk Ingressos.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Escrito em 1928, “Belle de Jour” conta a história de uma dona de casa </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">que passa as tardes num bordel buscando fugir da monotonia. A história </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">foi adaptada para o cinema em 1967 por Luis Buñuel, e ganha agora os </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">palcos com os movimentos e coreografias de Deborah. Em um espetáculo </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">que flutua entre um mundo ideal e um submundo, refletindo imagens </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">duplicadas e contrastantes, duas bailarinas interpretam a protagonista </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Séverine, em dois atos.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Para a construção dessa duplicidade, Deborah (que divide a direção com </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">João Elias e assina a coreografia) escolheu momentos distintos, com </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">mudanças de cenário, figurinos e trilha sonora. Gringo Cardia é o </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">responsável pelo cenário, que vai do mobiliário tradicional ao bordel </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">preto e branco. Já Samuel Cirnansck inclui nos figurinos tons fortes </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">de roupas sensuais e acessórios dos anos 60, assim como trajes bem </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">comportados. A trilha de Berna Cepas vai de Miles Davis a Velvet </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Undeground, acompanhando as transições do espetáculo.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">“Belle” tem apenas duas apresentações em Curitiba: no dia 19 de julho </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">(sábado), Pas 21h, e 20 (domingo), às 18h. Os ingressos à venda custam </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">a partir de R$ 60 (2º balcão), R$ 80 (primeiro balcão) e R$ 100</span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">(plateia). O espetáculo é recomendado para maiores de 14 anos.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">A COMPANHIA</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Criada em 1993, a Companhia de Dança Deborah Colker estreou no Theatro </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Municipal do Rio de Janeiro no ano seguinte, como parte do projeto </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">“Globo em Movimento”. Em 95, conquistou patrocínio exclusivo da </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Petrobras, com o qual desenvolveu seus dez espetáculos seguintes. </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Conquistou importantes prêmios nacionais, como do Ministério da </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Cultura e dos jornais Do Brasil e O Globo, e o internacional Laurence </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Olivier (Grã-Bretanha) e viajou por países como Singapura, Irlanda, </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Portugal, Japão, Áustria e Alemanha, entre outros.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">BELLE, DA COMPANHIA DE DANÇA DEBORAH COLKER</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><b>Datas:</b> 19 e 20 de julho, sábado e domingo</span><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><b>Horários:</b> Sábado às 21h e domingo às 18h</span><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><b>Local:</b> Teatro Guaíra – Rua XV de Novembro, 971 – Centro</span><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><b>Informações:</b> (41) 3304-7900</span><span style="background-color: white; font-size: 13px;"><b>Ingressos:</b> a partir de R$ 60 (2º balcão), R$ 80 (primeiro balcão) e R$ </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">100 (plateia) – à venda nos quiosques Disk Ingressos (Shoppings </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">Mueller, Estação e Palladium), no site </span><a href="http://www.diskingressos.com.br/" style="background-color: white; font-size: 13px;" target="_blank">www.diskingressos.com.br</a><span style="background-color: white; font-size: 13px;"> ou na </span><span style="background-color: white; font-size: 13px;">bilheteria do teatro.</span></span>Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33280962.post-33351234434026903722014-07-13T09:52:00.000-07:002014-07-13T09:52:02.667-07:00URGENTE! ABSURDO! POLÍCIA FEDERAL DESCOBRE ESQUEMA DE SUBORNO DA COPABERNA, Suíça (13/07/14, Agência TEB) – Em investigação
realizada a mando da Fifa, a Polícia Federal brasileira, com o auxílio da Interpol,
descobriu um esquema de suborno para a derrota do Brasil na Copa do Mundo de
2014. Após várias escutas telefônicas realizadas ao longo dos últimos meses, a
PF apurou que o PSDB, preocupado com a possível reeleição de Dilma, “comprou” a
derrota brasileira, com o auxílio da CIA, já que o governo dos EUA está muito
preocupado com o “avanço do comunismo na América Latina”, informou o delegado
Thomas Edwon Barshop, responsável pelas investigações.<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As gravações comprovaram diversos contatos dos meliantes com
o técnico da seleção brasileira, Luís Felipe Scolari. Os agentes do crime, que serão
denunciados por corrupção ativa, garantiram uma série de benefícios a Felipão,
todos estendidos até a Copa de 2018 na Rússia: livre consumo nas unidades do
McDonald´s em qualquer parte do mundo, suprimento de Nescau para todas as
crianças da família Scolari, voos grátis na TAM para Felipão e familiares, fornecimento
gratuito de aparelhos de barbear e shampoo anticaspa nesse período, compras
semanais livres em qualquer unidade do Grupo Wallmart, fornecimento de pares de
sandálias Havaianas para toda a família do técnico, ligações gratuitas entre
telefones da operadora Vivo até 2018, entre outras vantagens.</div>
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<br /></div>
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Os criminosos exigiram de Scolari a convocação e escalação,
em todos os jogos da Copa, de Hulk e Fred (ou, opcionalmente, Jô) e a não
adoção de qualquer esquema tático para a seleção brasileira durante o mundial.
Scolari, por sua vez, teria feito uma única exigência não incluída inicialmente
na proposta: participar das peças publicitárias do Sebrae referentes à Copa do
Mundo de 2018 na Rússia.</div>
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A PF apurou ainda, paralelamente, que Neymar foi alertado do
complô por um tucano fanático por futebol, e que o atacante teria então
combinado com o jogador colombiano Zuñiga – conforme pode ser visto claramente
nos vídeos da partida entre Brasil e Colômbia – que o lesionasse a ponto de
tirá-lo dos jogos seguintes.</div>
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<br /></div>
Segundo a PF, fez parte também da estratégia do PSDB a
divulgação de um texto após o jogo contra a Alemanha, depreciando o Brasil (o
país, não a seleção). O texto teria sido escrito pelo senador Paulo Bauer, de
Santa Catarina (não confundir com o jogador Paulo Baier, que, coincidentemente,
atua num time do mesmo estado e cuja convocação poderia ter sido benéfica ao
meio-campo da seleção), que, entretanto, para divulgação, o teria passado a um
colega de partido com sobrenome menos suspeito.Tomás Barreiroshttp://www.blogger.com/profile/10865506913263058320noreply@blogger.com0