Monday, June 30, 2008

Bela foto


Há coisas que só uma boa foto pode mostrar - por isso o fotojornalismo é tão importante. Um exemplo é a foto de Jonathan Campos publicada na página 6 do caderno "Gazeta do Povo Esportiva" de hoje, 30/06. A foto flagra o instante exato da falta do jogador Valência (Atlético Paranaense) sobre Marlos (Coritiba), que custou a expulsão do colombiano. O "balé" dos jogadores enche os olhos, mas o que mais impressiona são as expressões de cada um, agressor e agredido. Coisas que só uma foto como essa pode mostrar. Ponto para Jonathan, um dos ótimos fotógrafos da Gazeta.

Wednesday, June 25, 2008

"Loki e Houdini"?

Quem é Loki? Como o célebre ilusionista Houdini foi ressuscitado? Para saber a resposta, leia a Gazeta do Povo (Curitiba-PR) de hoje (25/06), cuja manchete é: Loki e Houdini descobrem banco "pirata" em Curitiba.

Recordemos o que diz o Manual de Redação da Folha de S. Paulo em relação aos títulos:
"A maioria dos leitores de um jornal lê apenas o título da maior parte dos textos editados. Por isso, ele é de alta importância. Ou o título é tudo que o leitor vai ler sobre o assunto ou é o fato que vai motivá-lo ou não a enfrentar o texto. O título deve ser uma síntese precisa da informação mais importante do texto. Sempre deve procurar o aspecto mais específico do assunto e não o mais geral."

Parece que os jornalistas da Gazeta perceberam o absurdo, pois não reproduziram a manchete no portal da internet. Na rede, a manchete da capa da versão impressa não tinha destaque e até desapareceu da "capa" on-line por volta das 9h. Aliás, o texto na internet tem dados diferentes: diz que foram presas 20 pessoas, enquanto a edição em papel indicava 25 presos.
Em suma: na velocidade do jornalismo atual, a apuração passou a ser menos importante que a rapidez com que se divulga a notícia. Triste. Perde-se qualidade de informação. A credibilidade fica sob suspeita.

Nesses tempos em que a pressa cria até notícias falsas (como a inexistente queda de um avião em São Paulo noticiada pela Globo News), vale recordar a lição do mestre Gabriel García Márquez: “A melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor.”

Tuesday, June 17, 2008

Meia-entrada para professores

Meia-entrada para professores em eventos culturais? Não consigo entender. Se é obrigação do Estado garantir o acesso do povo à cultura, então que garanta. Mas, num estado capitalista, obrigar estabelecimentos particulares a darem descontos significa fazer com que os não-beneficiários paguem pelos beneficiados. Num regime socialista, tudo bem, é papel do Estado. Mas num país em que umas categorias pagam e outras não, parece um privilégio injustificável. Meia-entrada para quem não pode pagar, isto sim. Desconto para quem tem baixa renda é uma boa idéia, desde que o Estado compense de alguma forma quem investe em cultura e é obrigado a dar os descontos. Ser estudante ou professor não significa não ter condições de pagar. Se alguém merece meia-entrada, são as pessoas de baixa renda, o que não é o caso de muitos estudantes e professores.

Responsabilidade Social

Em Bogotá, conheci uma lanchonete-restaurante chamada Crepes & Wafles (presente em muitos shoppings). Segundo me informaram, todas as funcionárias são mães solteiras - a política da empresa é só contratar mulheres com filho e sem marido. Um bom exemplo.

Wednesday, June 11, 2008

Bogotá

Estive por duas semanas em Bogotá. A violência na capital colombiana não aparece para o turista. Numa cidade grande, com quase oito milhões de habitantes, o problema maior para o visitante, aparentemente, é o trânsito, congestionado em determinados horários e vias, exatamente igual a tantas cidades brasileiras.

Guerrilha? Narcotráfico? No dia-a-dia de um bogotano, esses temas aparecem muito mais na televisão, nos jornais, nas livrarias. De resto, é preciso correr para pegar o Transmilenio (sistema de transporte inspirado nas inovações de Curitiba) e chegar ao trabalho ou à universidade. E tudo começa muito cedo: o bogotano é madrugador.

A guerra maior é contra a pobreza. Cerca de 70% da população colombiana vive nas cidades, distribuídas majoritariamente na região andina, que receberam muita gente fugindo da violência guerrilheira e paramilitar.

Em Bogotá, os desvalidos concentraram-se na parte sul da cidade. Os cariocas que acham que a discriminação Zona Sul – Zona Norte é grande na capital do Rio de Janeiro precisam conhecer Bogotá. É comum haver quem viva na região norte da capital colombiana sem nunca ter pisado no sul. “Não há nada que fazer no sul”, tentava justificar um engenheiro bogotano, evidenciando a discriminação entre as diferentes zonas.

No sul, fica Ciudad Bolívar, conjunto de bairros pobres que poderiam ser chamados no Brasil de favelas, embora não pareçam tão precários quanto as favelas cariocas. A grande maioria das casas é de alvenaria. A maior parte das ruas é pavimentada. Serviços públicos como água, luz (sem muitos “gatos” aparentes) e gás encanado chegam até o alto do morro. E a região não é dominada por traficantes.

Alguns bairros mais próximos do centro (como Las Cruces) são, esses sim, perigosos, com índices altos de criminalidade e presença do tráfico de drogas. Pouco recomendáveis para visitas turísticas. Nada muito diferente da maioria das capitais sul-americanas.

Numa cidade cosmopolita, que recebe gente de todo o país em busca de trabalho, estudo ou refúgio contra a violência do interior, é difícil definir o bogotano típico. Ainda se vêem nas ruas do centro os “cachacos”, senhores tradicionais de Bogotá em seus ternos e gravatas, carregando sempre um guarda-chuva e muitas vezes um sobretudo. Mas num país de muitas diversidades (e rivalidades) regionais, Bogotá é o ponto de encontro de um espírito mais universal. Os bogotanos, em geral, são muito simpáticos e acolhedores.

A guerrilha anda enfraquecida com os últimos golpes que sofreu. E o povo colombiano, cansado de violência - com isso, as Farc perderam muito apoio popular. Sua ação há anos resume-se ao interior. Há mais de 20 anos não age na capital.

Resumindo: Bogotá é uma cidade que vale a pena conhecer, sem medo.

Thursday, June 05, 2008

Tenho nojo do Palladium

Na Universidad de la Sabana, na cidade de Chía, vizinha de Bogotá, Colômbia, onde estou, procurei na internet notícias do Brasil e vi no UOL matéria com o título "Shopping de Curitiba barra jovens da periferia". Eu já havia visitado o Palladium, e não gostei: um shopping inaugurado às pressas, em obras, com problemas de segurança, piso quebrado, banheiros insuficientes, sujos, sem papel - um desrespeito ao consumidor. Agora, diante da notícia, decidi: não vou mais pisar nesse shopping infame.
Claro que os shoppings se transformaram em "guetos", refúgios paradisíacos das classes média e alta contra a realidade de pobreza e violência das grandes cidades. Entretanto, ainda assim, eles precisam respeitar o direito básico de ir e vir. Se um ambiente privado pode barrar a entrada de alguém usando critérios da mais pura e odiosa discriminação, não merece ser freqüentado por quem tenha um mínimo de consciência social.
Se eu passar diante da porta do shopping, terei ânsia de vômito. Tenho nojo do Palladium. Sugiro um boicote a esse shopping, até que ele mude de conduta!

Monday, June 02, 2008

Colômbia

Estive ausente por uns dias devido a uma viagem Bogotá. Na verdade, ainda estou na Colômbia, onde ficarei até o dia 07/06.
Depois postarei notícias...