Saturday, December 21, 2013

O PAÍS HORROROSO QUE BROTA DAS REDES SOCIAIS

Sou entusiasta das novas tecnologias da comunicação. Considero a internet a mais fantástica criação humana em termos de tecnologia. Uso redes sociais – o Facebook, especialmente. E me espanta perceber certas faces do país que emergem do uso das redes. Leio muitas notícias na internet e procuro prestar atenção aos comentários feitos nas redes sociais. Desse uso cotidiano, não tenho, obviamente, um levantamento científico que possibilite avaliar a frequência dos comentários por categorias. Mas o que vejo já é suficiente para dar-me uma amostra assustadora das correntes de pensamento e de comportamento que normalmente não apareciam tão abertamente antes das redes sociais.

Vejo, a partir da internet, um país com grupos numerosos de racistas, machistas, homofóbicos, defensores da ditadura militar brasileira, fanáticos religiosos intolerantes e quejandos. E um tipo mais sutil: o dos que não suportam o contraditório, que não conseguem ouvir qualquer opinião contrária e são incapazes de mudar uma vírgula do seu pensamento, os “senhores da razão”, apegados às suas verdades absolutas. Evidenciam-se nas redes sociais grossos contingentes de pessoas com acesso à internet que gostariam que fosse instaurado no Brasil um regime ditatorial, de repressão absoluta, com poderes para julgar sumariamente e condenar à morte por qualquer crime, independentemente do que reza a lei.

Já passei dos 50 anos e não guardo mais medos, não vivo obcecado por segurança ou por garantia de futuro. Estou convencido de que morrerei sem ver um Brasil decente. Mas sempre tive a esperança de vislumbrar um futuro distante melhor do que os tempos amargos em que vivemos. Essas manifestações grotescas que pululam tão numerosas nas redes sociais têm diminuído minha esperança. Acredito cada vez menos em mudanças consistentes que levem, em um passo que não seja de tartaruga, a um mundo mais fraterno e solidário.


Talvez um cataclismo global, natural ou provocado pelo homem, possa fazer surgir uma humanidade diferente. Tenho minhas dúvidas...

Wednesday, December 18, 2013

Perda de pontos acabará com a violência nos estádios?

Punir os clubes com perda de pontos em consequência da ação de seus torcedores é uma aberração jurídica. Clubes e torcidas organizadas são personalidades jurídicas distintas – a ação de uma não pode resultar em punição à outra. No caso das brigas, trata-se de infração penal – portanto, a responsabilização deve cair sobre cada agente individualmente. Quem agride não é “a torcida”, mas uma pessoa específica (ou várias, mas cada uma deve ser julgada individualmente conforme sua participação no crime). Ademais, o indivíduo que está no meio da massa não é “torcida organizada”. Qualquer pessoa não filiada a uma torcida organizada pode comprar ingresso, ficar junto dos integrantes da torcida e cometer uma agressão.

O torcedor não é representante legal do clube, não age em nome dele, não tem qualquer poder para representá-lo. Torcedor que comete crime deve ser julgado individualmente conforme o crime que cometeu. A punição do clube com perda de pontos daria margem a situações como a infiltração de pessoas mal intencionadas na torcida adversária com o objetivo de criar confusão e prejudicar o oponente. Se vinte torcedores do time A comprarem ingresso para irem no meio da torcida do time B com o objetivo de provocar deliberadamente uma briga (ainda que apenas brigando entre si!), poderão causar a perda de pontos do adversário. Alguém duvida que isso possa acontecer?

O clube deve ser responsabilizado pela segurança nos estádios, mas dentro de parâmetros de normalidade. Qual é a garantia efetiva que se pode dar num estádio com 40 mil pessoas? Quantos policiais ou seguranças seriam necessários para conter 40 mil pessoas que quisessem brigar? Com que tipo de armamento? Quando houve o episódio da quebradeira no Couto Pereira que resultou em perda de mandos do Coritiba, escrevi que achava a punição absurda. Nunca haveria contingente policial suficiente para conter a massa revoltada. O planejamento da segurança é feito considerando-se uma situação de normalidade. Tratar qualquer jogo de futebol como um evento de guerra exigiria uma mobilização absurda e inviável das forças de segurança. Para julgar-se se a garantia foi ou não adequada, é preciso criar um protocolo básico a ser seguido pelos mandantes conforme a capacidade dos estádios e a expectativa de público. Certamente, houve jogos com público numeroso no qual não houve brigas, mas nos quais o contingente envolvido na segurança foi pequeno – se tivesse havido agressões, o contingente não daria conta de reprimir, mas o mandante não foi punido simplesmente porque não houve conflito, independentemente do número de envolvidos na segurança do evento. Assim como já houve brigas generalizadas em estádios com grande contingente policial.

O caminho adequado para diminuir a violência nos estádios é a punição individual daqueles que praticam atos de violência. Todos são amplamente filmados e fotografados. Se a polícia não consegue identificar agentes de um crime largamente fotografados e filmados, então, é melhor não contar com a polícia para nada.


Outra possibilidade é a realização de partidas com torcida única, a do mandante. Talvez isso ajudasse a levar mais pessoas aos estádios, já que os riscos diminuiriam. Pode ser uma medida interessante, que deveria ao menos ser experimentada, como medida emergencial e provisória.

Friday, December 06, 2013

RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA


A velha sede da fazenda era, para mim, algo emblemático da infância. O que chamávamos de “sede” era, na realidade, um conjunto de edificações que constituíam o núcleo em torno do qual girava toda a vida daquela fazenda de café de quase 200 alqueires.
No centro de tudo, estava a casa principal. Ainda hoje, tenho na memória aquele cheiro característico do velho casarão onde vivi boa parte de meus dias até mudar-me para a capital, aos 14 anos. Uma construção que, na minha infância, já devia ter uns 60 anos – casa curiosamente “híbrida”, pois fora, a princípio, levantada em madeira e, com o correr das décadas, foram-se-lhe acrescentando partes novas, reformando outras, numa mistura de materiais e estilos conforme as conveniências e possiblidades da família na época de cada ampliação. Afinal, já a conheci com poucas diferenças em relação ao que ela é hoje, constituindo na minha memória a figura una e única da “sede da fazenda”: no corpo principal – um retângulo perfeito – a parte anterior de tijolos, os fundos de madeira, as divisões internas idem – exceto os banheiros, todos em alvenaria.
Nessa parte, encontrava-se o meu quarto, com suas paredes de largas tábuas cujos vãos eram vedados com ripas. A tinta branca a óleo dava àquele ambiente rústico um ar de limpeza. Das paredes pendiam inúmeros quadros pendurados a intervalos regulares – janelas que me faziam entrar em outros mundos: o do passado, nas faces hirtas dos rijos antepassados ali fotografados; o da religião, no quadro do Sagrado Coração de Jesus, representado com ar mito doce e acolhedor na pintura que fora obra de uma tia.
Além das pictóricas “janelas”, alimentava minha imaginação infantil uma parte da casa que não se via: o sótão. Não um lugar ordenado e habitável entre o teto da casa e o telhado, como em algumas mansões, mas simplesmente o espaço escuro e misterioso ao qual só os mais velhos tinham acesso, e à custa de esforço, pois a única entrada para aquele mundo de sombras era um estreito alçapão no teto da sala principal, pelo qual, de vez em quando, meu avô subia com sacrifício, usando uma escada portátil, para verificar com a ajuda de uma lanterna as condições do telhado, ou da caixa d´água, ou da fiação elétrica (desde que havíamos abandonado os fedorentos lampiões a querosene, graças à chegada do progresso). O mistério do sótão era alimentado ainda mais pelo barulho dos passos de animais daninhos que constantemente por lá passeavam à noite: raposas e bambás, inimigos do ovos e pintainhos do galinheiro ,afincadamente combatidos por meu avô, como os gaviões que ele abatia com sua espingarda de cano longo e fino, sempre pendurada atrás da porta da cozinha.
Deliciosas eram as noites frescas em que nos divertíamos jogando baralho na sala principal, com sua pesada mesa de madeira maciça cercada de uma dezena de cadeiras negras com encostos e assentos em couro lavrado. O jogo era pretexto para conversas, ponteadas a cada quinze minutos pela cantiga sonolenta do antigo carrilhão que cantava britanicamente as horas.
Ligado à parte central da casa, havia o anexo mais recente, cujo piso estava num desnível de aproximadamente dez centímetros em relação à parte antiga: compunham-no a copa-cozinha nova, a despensa e mais um banheiro, tudo em alvenaria. Era o recanto prosaico da casa, também portador de boas recordações: os almoços fartamente servidos, com carnes, cereais e pães produzidos na própria fazenda, sem falar nas variadas sobremesas – especialmente as compotas de frutas – que hoje fariam horror aos citadinos preocupados com excessos de triglicerídeos.
Lembrança especial, para mim, é a geladeira velha, bem sortida, onde eu frequentemente buscava a leiteira com leite gordo e fresco, extraído sempre no mesmo dia pelas mãos hábeis do compadre Nino, que ordenhava as vacas ao nascer do sol. Vez ou outra, acordando antes de clarear, eu e meus irmãos passávamos pela cozinha, onde nossa avó havia preparado copos com dois dedos de conhaque que pegávamos, ainda de pijama, para completar com leite amarelo e quente, saído diretamente das tetas de uma vaca leiteira – sabor característico que nunca mais pude sentir.
Nos fundos da casa, dando para um galpão coberto, o fogão a lenha, que continuou a ser utilizado no preparo de certos quitutes – como a goiabada de tacho e as pamonhas – mesmo depois da chegada do fogão a gás na cozinha nova. O galpão me traz recordações especialmente gratas. Ali se reunia a família, completa, em dias de festança, quando a churrasqueira transformava o boi recém-abatido em saborosa carne assada na brasa. Ali também, perfilados nos longos bancos de tábua que ladeavam a mesa (uma prancha comprida sustentada em toscos cavaletes), nos entregávamos ao ritual da fabricação da pamonha. As espigas frescas do milho verde eram colocadas em enormes balaios de bambu numa das pontas da mesa e, ao chegaram à outra ponta, já eram pamonhas embaladas, prontas para irem ao fogo. Todas as mulheres e crianças participavam da produção em série. As crianças descascavam as espigas e lhes tiravam os cabelinhos, empregando palitos de dentes para arrancar de entre os grãos os fiozinhos mais renitentes que se agarravam nos sulcos da espiga. Quanto mais complexa a tarefa, maior era a idade dos executantes. Passava-se a matéria-prima de mão em mão, até que o grosso caldo verde chegasse às panelas de ferro, no outro extremo da mesa, onde as matronas da família se encarregavam do que eu imagina então ser o mais difícil: fazer uma bolsinha de palha de milho na qual derramavam, com uma concha, o precioso produto do trabalho – depois, numa arte que me parecia quase milagrosa, conseguiam dar um laço com a própria palha de milho naquele saquinho sem que o líquido denso escapasse. Aos homens adultos, cabia a fase de pré-produção: colher a matéria-prima – eles se encarregavam de prover os balaios com as melhores espigas.
Do outro lado da casa, o da fachada, e distante cerca de trinta metros, estava o terreiro de café, que se podia avistar da janela da copa-cozinha. Era na faixa entre o terreiro e a casa que se podia apreciar, todas as tardes, o exercício do senhorio naquela antiga. Ao cair da tarde, à medida que terminavam o serviço na lavoura, os empregados, um a um, carregando seus instrumentos de trabalho, iam se aproximando calmamente da janela alta onde se postava meu avô como se apenas contemplasse aquele largo horizonte que começava a avermelhar-se pelo pôr-do-sol. Era a hora da “bênção”, oportunidade em que cada um, cerca de um metro e meio abaixo do nível da janela, conversava com o patrão, tido por eles como um segundo pai. Prestavam contas do serviço do dia, contavam seus problemas, pediam conselhos. A bênção propriamente dita só era solicitada, e concedida, quando o empregado era afilhado do patrão, o que, aliás, acontecia com frequência.

Muitas lembranças mais guardo daquele ambiente que tanto marcou minha infância. A tulha, o lago, o riacho, a mata virgem, as casas dos colonos... Ao descrever esse mundo onde vivi boa parte dos meus primeiros anos, parece-me, ao mesmo tempo, que descrevo algo de mim mesmo. Na medida em que o homem é fruto do meio, posso dizer que minha formação e meu caráter estão de algum modo ligado àquela velha sede da fazenda. Mesmo tendo mudado muito, a ponto de olhar hoje o passado com olhos mais críticos, não há como desdenhar a importância daquele ambiente na minha constituição como pessoa.

Thursday, December 05, 2013

UMA HISTÓRIA DO JORNAL I&C - E COM O "TURCO"

Conheci o Jamil Snege quando era estudante de jornalismo e trabalhava no jornal Indústria & Comércio. Na época (1994!), o I&C era um baita jornal, com uma equipe maravilhosa. Gente do naipe de Roger Modkovski, Marcio Achilles Sardi, Rogério Pereira, Rodrigo Wolff Apolloni, , Liliam Sponholz, José Fernando da Silva, Alessandro Martins, Ana Paula de Carvalho, Alessandra Ferreira, Eledovino Basseto Jr., Oscar Roecker Neto, Israel Reinstein, Miram Gasparim, Eduardo Aguiar, David Campos, Márcia Campos, Simone Meirelles, Silvia Vicente Macedo, Sílvia Zanella, Filipe Pimentel, Viviane Favretto, Celso Nascimento, Bernardo Bittencourt, Aniele Nascimento, Martha Feldens, Teresa Martins, Patricia Habovski, Zé Suassuna de Oliveira, Andréa Bertoldi, Roberto Couto, Roberto Monteiro, Arthur Rosa, João Pedro Amorin, Adir Nasser, Szjia Ber Lorber, Taísa Binder, Omar Nasser, Andréa Ribeiro, Guilherme Puppo e muitos outros que não estou lembrando agora (perdão, estou colocando de memória e sei que, infelizmente, vou esquecer pessoas importantes porque tô velho), mas que faziam parte desse verdadeiro timaço comandado pelo Aroldo Murá. Que tinha ainda colunistas como o Carlos Alberto Pessoa e o Valêncio Xavier.

Como tínhamos muita gente boa das letras, propus fazermos um livro de poemas. Qualquer funcionário do jornal poderia participar enviando seus textos. Juntei todos e imprimi, sem identificação dos autores, para entregar a três avaliadores externos que dariam notas de zero a três para cada poema, e os que tivessem melhor avaliação seria publicados num livreto com apoio do jornal (o prof. Aroldo logo abraçou a ideia e escreveu a apresentação).

Bem, tivemos de tudo, poemas ótimos, outros medianos, vários fracos. Um dos avaliadores escolhidos foi o Jamil Snege. Deixei os textos com ele e, pouco tempo depois, ele disse que iria devolver sem avaliar, porque tinha muita coisa ruim misturada com algumas coisas muito boas, "como, por exemplo, aquele poema do João Cabral, muito bom" - e citou um poema. Por acaso, era um poema meu, eh, eh, eh... Fiquei muito orgulhoso. Mas devo dizer que na avaliação geral (feita, afinal, por outros três avaliadores: Hélio Puglieli, Leopoldo Scherner e Alzeli Bassetti), meus poemas ficaram em terceiro lugar (atrás do Marcio e do Roger).

Bem, é uma deliciosa recordação. Impossível não ter saudades daqueles tempos, especialmente importantes para mim. Então, pra encerrar, segue o poema que agradou o "Turco". Acho que ele foi muito bonzinho, porque tem até rima de "amor" com "dor" kkkkkkkkkkkkkk.... E não posso nem dizer que ele estava tirando sarro da minha cara, porque os poemas não estavam identificados.

RESPOSTA A "CATAR FEIJÃO",
DE JOÃO CABRAL DE MELLO NETO

Desculpe João, mas não concordo:
feijão cozido -- coisa prosaica,
e nossa língua arcaica,
"última flor do Lácio",
é artigo precioso,
difícil de ser tratado.
Catar feijão, que coisa fácil,
tarefa táctil...
Escolher palavras?
É preciso estro,
o dom difícil
da escolha certa.
O bafo quente
que leva a palha,
quem não o tem?
Mas a souplesse,
o gênio, a letra,
a inspiração poeta,
o sentimento, a dor,
saber o mar, a lua,
a estrela, o amor...
Ver além do objeto,
transcender o concreto,
interpretar,
dizer mais que as palavras...
quem é capaz?

Wednesday, December 04, 2013

NUNCA MAIS!

A todos aqueles que querem uma ditadura militar, desejaria que vivam sob uma (longe do Brasil).

A todos aqueles que defendem tortura contra suspeitos, desejaria que um dia caiam nas mãos da polícia como suspeitos de qualquer coisa.

"Desejaria" - porque na verdade não desejo, pois não desejo o mal a ninguém.

Tuesday, December 03, 2013

SOBRE A DURAÇÃO DOS DISCURSOS

Há um célebre conselho antigo aos "discurseiros": "seja breve e agradarás". Nossos políticos deveriam aprender isso.

Conta-se que, quando Eduardo Rocha Virmond era Secretário da Cultura, houve uma apresentação pública, ao ar livre, da Orquestra Sinfônica do Paraná. O parque encheu de gente, o povo querendo ouvir música erudita. Mas... programaram antes a discurseira
 dos políticos: prefeito, governador, autoridade disso, autoridade daquilo... E o povo sob o sol, esperando a falação acabar para ouvir a orquestra. O último da "fila" era o secretário Virmond. Ele chegou perto do microfone e discursou: "Meu discurso só tem duas palavras: música, maestro!"

Foi, de longe, o mais aplaudido, e com entusiasmo.

Certa vez perguntei a ele se a história (que ouvira de um terceiro) era verdadeira. Ele disse que sim. Ele sempre teve pavor de fazer discursos - e sua presença nos eventos era apreciada por isso!

Monday, December 02, 2013

QUE RELIGIÃO É ESSA?

Perdoem-me previamente, mas, assim como inventaram o rótulo "ecochatos", devia haver algo para alguns "religiosos". Como "féchatos" ou coisa parecida (alguma sugestão?)...

Vi uma entrevista do Leandro Damião sobre o gol que fez contra o São Paulo. Ele disse algo mais ou menos assim: "Chutei meio de tornozelo, a bola foi devagarinho, achei que fosse bater na trave, mas
 entrou. Acho que Deus deu um toquinho ali pra ela entrar..."

Tá, então me explica, Damião: que Deus é esse que torce para um time comunista (nome e uniforme inspirados na Internacional Socialista) contra o time do Santo Apóstolo? Qual o grande pecado do Ceni para que o diabo o faça ficar plantado no chão em vez de pular na bola?

Sunday, December 01, 2013

DE NOVO...

Já expliquei trocentas vezes, mas vou tentar de novo:
- Errado: "O Atlético errou mais passes, cruzamentos e fez mais faltas."
- Certo: "O Atlético errou mais passes e cruzamentos e fez mais faltas."
Será que é tão difícil entender? ..."passes e cruzamentos" são complemento do verbo "errar"; "mais faltas" é complemento do verbo "fazer".
Nesse caso, é simples: basta escrever como a gente fala.

Saturday, November 30, 2013

Quanta bobagem...

É incrível como nossos políticos se esmeram em falar besteira. Lula defendeu que a mulher não deve ser submissa ao marido por um prato de comida, mas por amor. Dilma afirmou que aprendeu a gostar de futebol indo ao Mineirão quando criança - e o estádio só foi inaugurado quando ela tinha 17 anos. Então, Lula acha que a mulher tem que ser submissa, e Dilma ainda era criança quando tinha uns 20 anos...

Friday, November 29, 2013

Li "O filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe, e fiquei arrebatado! O primeiro capítulo, "O homem que era só metade", é maravilhoso.

Algumas pitadas do texto:

"...quando se sonha tão grande a realidade aprende."

"Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios."

"Amar era feito para ser uma demasia e uma maravilha."

"Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz."

Thursday, November 28, 2013

"Mugido de trem"

"Mugido de Trem", de Nilson Monteiro, é um belo livro.

Graficamente agradável na forma (capa muito bonita, ilustrações de ótima qualidade, bom projeto gráfico), melhor ainda no conteúdo.

Não é "mais uma obra qualquer". Também não é um livro de leitura fácil - é feito para leitores inteligentes e habituados ao consumo de literatura. Tem consistência. Tem qualidade. Tem estilo.

Os 57 capítulos são cada um uma pequena história ou pedaços de histórias, que se juntam mais ou menos em um mosaico que, afinal, conta uma única história. Quem viveu no interior de décadas atrás vai se identificar.

O livro é triste, nostálgico. Os personagens são invariavelmente infelizes, presos, com alguns momentos de alegria. Alguns capítulos são um "soco no estômago". O livro suscita muitas emoções, uma de suas qualidades.

Tem trechos destinados a antologias. Por exemplo, o capítulo 47, sobre o esquerdista desiludido - muito bom. E outros que deverão suscitar polêmica, como o 49, sobre um estupro.

Para dar um aperitivo do texto, um trecho do capítulo 36:

"O badalar do sino, tiras escarlates do Ângelus, cheiro de incenso no final do dia. O padre aumenta ou abaixa o volume da tristeza do acerto de contas do final do dia. O alto-falante espalha a Ave Maria sobre a cidade. Os dedos grossos de Cristóvão juntam-se convexos. Seus lábios rezam pequeno, por entre as falhas dos dentes, amarelados. No bar, poucos sentem a melodia triste enrugando a tarde. Um gole de pinga desce solene, quase sacra, às homenagens a Baco ou a qualquer time de futebol ou à mulher do Dito, que o trai com metade da cidade, escapam fuxicos de línguas roxas. [...] Luiz enterra o seu chapéu na testa branca e olha o céu perdendo o sol."
Um único reparo: obra dessa qualidade merecia um pouco mais de cuidado na revisão. Nada, entretanto, que desmereça o livro.

Enfim, recomendo, na qualidade de leitor. Não sou nenhum crítico literário ou "especialista", apenas um leitor voraz e apaixonado pelos bons livros.

Wednesday, November 27, 2013

A difícil tarefa de quem combate a corrupção

Tempos atrás, encontrei duas pessoas envolvidas em lutas contra a corrupção em áreas diferentes - ambos, gente que respeito e admiro. Um, desanimado com as duríssimas consequências pessoais do seu trabalho, declarou-se desanimado e contou que estava largando a luta para dedicar-se a atividades mais "tranquilas". O outro pediu apenas: "Reze por mim" - para indicar o quanto lhe estava sendo pesada a tarefa.
Triste. Este é o país onde o crime compensa, onde os corruptos mandam, onde os safados são os senhores. E os heróis pagam altos preços por enfrentarem esses canalhas, que infelizmente estão predestinados à impunidade e à liberdade de ação, ainda que pela força das armas, literalmente.

Tuesday, November 26, 2013

FUTEBOL - QUE COISA!

Volta e meia posto aqui comentários sobre futebol. Acho incrível como o tema suscita paixões desvairadas - e não entendo bem por quê. Já recebi até ameaça de morte por isso no Facebook! Acredito na explicação freudiana: a paixão por um time de futebol faz parte dos mecanismos psicológicos de defesa que tornam a vida suportável. Mas, pelo visto, há muita gente que extrapola. Então, quero deixar clara minha posição a respeito do tema "futebol".

Concordo com Nelson Rodrigues: o futebol é a coisa mais importante entre as coisas sem importância. Ele é efetivamente importante, pois movimenta muito dinheiro, emprega muita gente. E diverte mais gente ainda. Portanto para mim, o futebol não tem importância vital, não mato nem morro por ele - e acho estupidez fazê-lo. Para mim, que não tenho qualquer ganho profissional com o jogo, é apenas entretenimento.

Gosto bastante de futebol, como diversão. Sou torcedor do Clube Atlético Paranaense, sócio inclusive. Pago mensalidade, voto nas eleições do clube e frequento estádios de futebol. Torço, vibro e me divirto. Mas não sou desses que gostariam de ter uma bandeira do clube no caixão. Não tenho em casa nenhum objeto decorativo que lembra o time. Também não gostaria de ser enterrado com uma bandeira do Brasil, por exemplo, porque não me defino primordialmente como brasileiro ou atleticano, mas como ser humano.

Não odeio, não desprezo, não tenho raiva de qualquer pessoa por torcer para outro time. Jamais seria capaz de agredir alguém por causa de um time de futebol. Acho algo inacreditavelmente ridículo e estúpido. Gostaria de ver nos estádios torcedores misturados, como aliás acontece normalmente em muitos países, sem qualquer agressão idiota.

Sou paranaense e moro em Curitiba. Torço para o time do meu bairro, moro a cinco quadras da Estádio Joaquim Américo. Torço, sempre, para o Atlético contra qualquer adversário. Mas também gosto de ver o sucesso dos outros times da minha cidade e do meu estado. Já fui inúmeras vezes ao Couto Pereira torcer para o Coritiba em jogos contra adversários de fora. Assim como fui muitas vezes à Vila Capanema torcer pelo Paraná, e até ao Ecoestádio torcer para o Jotinha na série D. Porque gosto de futebol e sou paranaense.

Não torço "contra". Acho isso um tanto doentio. Assim como na vida pessoal não almejo meu sucesso com o preço do fracasso alheio, não desejo que o "meu" time seja ótimo e os outros, fracassados. Que graça tem ser forte entre os fracos? Melhor é ser o mais forte entre os fortes. Por isso, numa situação ideal, quero ver o Atlético campeão, seguido de Paraná e Coritiba. Gostaria muito de ver um futebol nacionalmente forte e vencedor em Curitiba e no Paraná, com o Furacão sempre na frente - e vencendo rivais fortes. Torço para que CAP e CFC estejam entre os melhores da série A (CAP campeão, Coxa vice). Para que o Paraná vença a série B. Para que o Londrina ganhe a série D.

Gosto das cores do meu time. Gosto da combinação de cores do Paraná, embora ache que elas são muito mal aproveitadas no uniforme principal do clube (o Paraná já teve camisas muito bonitas, a atual camisa 1 não me atrai). Não gosto muito da cor verde, independentemente de ela estar ou não no uniforme do Coxa. Acho muito bonito o uniforme tradicional do Londrina. Esteticamente, aprecio uniformes como o do Cruzeiro, o da Holanda e vários outros. Ou seja, meu gosto por cores não está condicionado ao uniforme deste ou daquele time, embora, coincidentemente, eu aprecie muito a combinação rubro-negra e ache o verde uma cor sem graça. 

Admiro jogadores sérios e competentes, estejam em que time estiverem. É o caso do Alex e do Lúcio Flávio, por exemplo. Não os "odeio" por jogarem em times adversários. Não me agradam as músicas de torcidas que ofendem os adversários, sempre com palavras de baixo calão e, muitas vezes, discriminatórias. Abomino, considero uma baixaria com a qual não pactuo.

Enfim, sei que minha posição não é comum. Conheço muita gente boa, inclusive amigos meus, que é meio "doente", a ponto de odiar os torcedores dos outros times e torcer pela desgraça alheia. Bem, considero isso um defeito, assim como tanta gente, inclusive eu, tem inúmeros outros defeitos, os mais variados, uns mais graves, outros menos. Não deixarei de ser amigo de ninguém por causa disso, mas é claro que acharia melhor que ninguém tivesse defeito algum kkkkk.

Isto posto, também não deixo de me divertir algumas vezes provocando torcedores adversários que perderam, por exemplo, mas sempre com bom humor e respeito. O que faço pouco, porque não é raro que as reações não sejam do mesmo nível, infelizmente. Fico espantado ao ver como algumas pessoas logo partem para a ofensa pessoal por causa de coisa tão banal.

Monday, November 25, 2013

VIDA DE PROFESSOR

Fiz muita coisa difícil na vida, profissionalmente falando. Mas nada é mais difícil do que ser professor. Exige conhecimento, capacidade de transmitir esse conhecimento, habilidade no trato com os alunos, sensibilidade para perceber as necessidades deles e muitas outras coisas. E os professores de bacharelados, na quase totalidade dos casos, não são preparados para dar aulas - fazem-no repetindo velhos modelos, na base da tentativa e erro.

Depois de alguns anos trabalhando como professor e batendo a cabeça na parede, comecei a buscar formação específica, o que me ajudou muito. Passei a sentir pena dos pobres alunos que foram minhas "cobaias" nos meus primeiros anos. Entendi como eu vinha sendo um professor cheio de falhas. Acho que consegui melhorar, mas é uma luta constante. O professor que estaciona apodrece.

Nas agruras da profissão, guardo com especial carinho algumas coisas que me serviram de consolo e incentivo. Lembro-me sempre de duas dedicatórias em TCCs que, para mim, já justificaram toda minha carreira. Uma delas: "Ao professor Tomás, que me deu o gosto pelo Jornalismo". Outra: "Ao professor Tomás, que me acordou quando eu estava dormindo." Elas me emocionam. E se a tentação do desânimo tenta se aproximar, posso espantá-la lendo um texto que uma diletíssima aluna publicou em seu blog. São coisas como essas que me fazem acreditar que a vida de professor vale a pena!

Sunday, November 24, 2013

EXPERIÊNCIA MUSICAL

Sexta-feira. Viajo a Joinville acompanhado, como sempre, pelo rádio. Mantenho-o entre a CBN e a BandNews até onde o sinal alcança. Quando já não consigo ouvir essas estações, resolvo experimentar as rádios locais. Um toque no botão, e o dial corre para uma rádio tocando "sertanejo". Como a melodia é igual a tantas outras, atento para a letra. Diz algo assim: o cara não consegue pegar mulher na balada, então, chama uma amiga que vai junto e atrai para ele as mulheres. (Dei-me depois ao trabalho de procurar a letra na internet: "Chega lá parceira, eu sei que você manja, / Se ela beijar minha boca, eu pago sua comanda. / Tá de pé aquele nosso velho combinado, / Cê chega, eu pego, cê bebe, eu pago.")

Embora embevecido com o alto grau poético da letra e a incrível originalidade da melodia, avanço no dial. Dessa vez, ouço algo que parece um sertanejo de raiz. Presto atenção na letra e descubro um gênero desconhecido para mim: o sertanejo evangélico. Aguento até o final da música, mas lá vai o dedo de novo no botão quando o locutor/pastor começa a falar.

Caio numa estação em que uma locutora com bela e poderosa voz entrevista um "funkeiro" carioca, um tal de... MC ("êmi-ci") Alguma-Coisa. Extasio-me com a fluência verbal do entrevistado até que resolvem tocar uma música do dito-cujo. A letra: "Senta-senta-senta-senta-senta bem devagarinho / Senta-senta-senta-senta-senta é no colo do paizinho". Letra digna da "fluência verbal" do autor. Quanto à melodia, não preciso comentar, pois qualquer um que tenha ouvido o estilo sabe exatamente como é.

Mais um toque rápido no botão. A rádio seguinte está tocando Raul Seixas. Não mudo mais de estação até o fim da viagem. E ainda volto ouvindo a mesma estação enquanto o sinal aguenta.

Saturday, November 23, 2013

UM CRIME OFICIAL CONTRA NOSSA LÍNGUA E CULTURA

Solicitei recentemente um RG no Paraná, porque o meu é antigo (de SP, onde morava quando o fiz). Fiquei estarrecido ao ser informado que o sistema de informática da SSP-PR não utiliza acentos. Com isso, meu nome, Tomás, em português, foi gravado no meu documento de identificação oficial com erro, sem o acento, o que muda sua pronúncia para "Tomas", como em inglês (Thomas). O funcionário afirmou que desde o treinamento dado aos funcionários eles são informados de que não devem colocar acentos, pois "o sistema não aceita".

Um acinte à nossa identidade cultural! Querem que nos rendamos à influência dos EUA e adotemos a grafia em inglês (que não tem acento)? É um crime contra nossa língua e nosso identidade cultural, e o pior: perpetrado oficialmente por quem deveria zelar por elas. Com isso, há muitas pessoas cujos nomes, se não acentuados, passam a ser pronunciados como se fossem de outra língua. É inaceitável que os órgãos oficiais não sejam capazes de adotar um sistema que atenda às regras da NOSSA língua e não a dos norte-americanos. 

Quando fui registrar meu filho, também Tomás, tive que brigar no cartório para que a certidão saísse com acento, porque o funcionário não queria colocar alegando que "não saía". Insisti até que ele colocou - e o acento saiu no registro. Não foi o caso na SSP, pois o funcionário disse que efetivamente não havia a possibilidade de colocar o acento (apenas o til). Ora, se é possível o sistema colocar o til, é possível programá-lo para usar todos os acentos da nossa língua. 

Estou protestando aqui e por outros meios, por intermédio de um de nossos representantes no Congresso. E convoco a todos os que se sentirem indignados com isso para que protestem!

Friday, November 22, 2013

O NOVO SHOPPING

Finalmente, fui visitar o novo shopping de Curitiba. Bonito, amplo e vazio.
Descobri-me um ser de outro planeta ao ver vitrines com um paletó a 7 mil reais e uma bolsa a 8 mil. A princípio, achei que fosse alguma sujeira nos meus óculos. Mas descobri que a sujeira era muito maior e estava mesmo bem além das vitrines.
Gostei de três coisas: uma escultura de Lego, os poemas nas paredes e a livraria.

Thursday, November 21, 2013

Homem x Animais

Conheci radicais que defendiam o fim da humanidade para o bem da Terra - esse me parece ser o caso mais extremo dos que negam a supremacia do homem. Há um movimento ecológico com o sugestivo nome de Earth First. Tive um professor de Biofísica na faculdade Medicina da UFPR que pregava a necessidade de extinção do homem para o bem do planeta (minha primeira ideia foi sugerir-lhe que começasse dando o exemplo kkk).

Bem, sabemos que os animais ditos irracionais movem-se por instintos pré-determinados. E, na natureza, todos os seres vivos estão em constante conflito de exterminação. Basta vivermos, andarmos, coçarmo-nos, que estamos eliminando incontáveis vidas. Assim como carregamos dentro de nós seres vivos microscópicos que nos são essenciais. E também aqueles que, havendo alguma debilidade orgânica, podem acabar conosco. É regra da natureza: os seres vivos eliminam uns aos outros. Isso é parte essencial do ciclo de existência do planeta. Um leão mata a gazela sem considerações morais a respeito. E jamais se tornará vegetariano, a não ser por alguma necessidade imposta pelo meio que leve a uma mutação genética...

OK, nós somos diferentes. Somos racionais. Não temos apenas instintos. Ora, o fato de sermos racionais não faz de nós seres antinaturais. Até temos a capacidade de fazer espontaneamente coisas contrárias à nossa natureza (comer pedras, por exemplo), mas temos condições determinadas por ela - como a necessidade do alimento, para citar uma.

Qualquer animal irracional tenderá sempre a agir conforme o que sua natureza determina, e será sempre aquilo que o leve à sobrevivência e à perpetuação da espécie. Pois bem, nós, racionais, temos a razão como parte de nossa natureza. Temos a capacidade de usar a racionalidade para buscarmos os melhores meios de sobrevivência e perpetuação da espécie. E é isso que cabe ao homem, naturalmente, fazer. Do contrário, seria agir contrariamente à própria natureza, que o dotou da razão como uma vantagem em favor de sua sobrevivência e perpetuação.

Claro que a civilização impõe limites à livre manifestação dos nossos instintos - mas, mesmo nesse caso, esses limites acabam por favorecer nossa sobrevivência e perpetuação, já que possibilitam a convivência em sociedade de modo a que possamos buscar o bem comum (e não a luta de cada um contra todos), outra vantagem que está na nossa natureza.

Se há a evidência natural de que o homem está no topo da hierarquia na escala biológica, é direito dele utilizar os meios que sua inteligência proporciona para garantir melhores condições de sobrevivência e preservação da espécie.

Por outro lado, faz parte da evolução civilizatória do homem que ele seja capaz de considerar ética e moralmente seus atos. Assim, o homem pode e "deve" fazer esse tipo de consideração em relação aos outros seres vivos. Entretanto, na medida em que isso implique diminuir sua capacidade de sobrevivência e perpetuação, será ato contrário à sua própria natureza de animal racional.

Concluindo: parece que o ser humano tem o direito de utilizar racionalmente os meios de que possa dispor para melhorar suas condições de sobrevivência e perpetuação. Mas também deve fazer o possível para, em conformidade com a moral e a ética civilizatória, evitar uma inútil e/ou despropositada exploração de outros seres vivos.

Enfim, faço essas reflexões diretamente aqui, sem uma preparação mais aprofundada do que escrevo, apenas expondo "sem rascunho" algumas ideias que elaborei a partir desse debate. E estou aberto aos argumentos contrários, sempre enriquecedores quando lógicos e bem construídos.

Wednesday, November 20, 2013

Parece que este mundinho está ficando cada vez mais chato. Bom humor e ironia não são entendidos. Tudo é tomado ao pé da letra. O "politicamente correto" está virando um fundamentalismo. E como está fácil topar com a burrice e a ignorância, my God!

Tuesday, November 19, 2013

"Politicamente correto"???

Parece que este mundinho está ficando cada vez mais chato. Bom humor e ironia não são entendidos. Tudo é tomado ao pé da letra. O "politicamente correto" está virando um fundamentalismo. E como está fácil topar com a burrice e a ignorância, my God!

Monday, November 18, 2013

"Vestido de calda"

Não deve ser muito recomendável usar um "vestido de calda". Deve deixar a pessoa melada. E o chão. Ou o palco, como é o caso da Paula Fernandes, conforme texto publicado no Caderno G na Gazeta (e o tal "vestido de calda" está lá duas vezes, pra gente ter certeza!).

Sunday, November 17, 2013

Iguaizinhos, com sinais opostos

Há dois tipos de "pensadores" que não engulo: 1) aqueles para os quais tudo que vem da "direita" é um horror e tudo que vem da "esquerda" é uma maravilha; 2) aqueles para os quais tudo que vem da "esquerda" é um horror e tudo que vem da "direita" é uma maravilha. Não percebem como são iguaizinhos. E está cheio deles por aí.

Saturday, November 16, 2013

AVISO AOS ESQUECIDOS

Calheiros, Sarney, Collor, Maluf, assim como a presidente e todos os governadores, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores forem eleitos por pessoas que voluntariamente votaram neles. E vários deles receberam muitíssimos mais votos do que a soma de todos os manifestantes de todas as recentes passeatas em todas as cidades brasileiras. É bom lembrar isso e ter na memória em 2014.

Jornalismo: experiência também é importante

Por questões econômicas, muitos veículos de comunicação estão dispensando profissionais experientes, mais velhos, para substituí-los por jovens, pagando salários menores. Tenho percebido como é prejudicial aos veículos esse descarte de profissionais experientes. Há muita gente nova de excelente qualidade nas redações, mas há algo que nada substitui: a vivência, o conhecimento de como as coisas funcionam no mundo, que só vem com a experiência. Tem sido frequente em diferentes veículos matérias contando como novidade coisas que só podem ser novas para quem está em tenra idade... Parece uma espécie de "jornalismo para adolescentes". Coisa de quem nunca passou por perrengues na vida, nunca viajou, não foi ver a seca no Nordeste, não conhece de perto os principais centros do país, nunca assinou um cheque etc. etc. - apenas por não ter vivido o suficiente. É preciso que haja uma passagem natural entre as gerações, um equilíbrio, de modo que as redações tenham ao mesmo tempo juventude e experiência.

Friday, July 12, 2013

AMOR VERDADEIRO

Quando amo uma pessoa, não a amo por achá-la perfeita. Nem porque ela é agradável para mim ou porque gosta das mesmas coisas que eu, ou por se parecer comigo ou pensar igual a mim. Amo porque acho amável. Amo porque acredito que ela merece meu amor. E merece quer goste de mim ou não, aprecie as mesmas coisas que eu ou não, se pareça comigo ou não. É até possível que eu ame mais ainda quanto mais diferente for de mim, porque assim poderei admirar nela aquilo que não tenho, valorizar nela o que não sou e que a faz ser como é, diferente de mim. Se a pessoa tem bom caráter, se tem qualidades apreciáveis, será digna de meu amor, independentemente do que pense de mim. Meu amor não impõe condições relacionadas a vantagens ou benefícios que a pessoa amada me possa trazer. A única condição é que a pessoa seja digna e merecedora do meu amor. Também há na minha história quem terá sempre meu amor, por mais que um de nós mude, porque a história não se apaga, o passado não se transforma, e o papel importante que alguém teve na minha vida nunca será extinto ou esquecido.

Thursday, July 11, 2013

PODEM ME CHAMAR DE CORUJA

No ano passado, aula de Filosofia no 1º ano do Ensino Médio no Bom Jesus. O material didático é muito bom. O capítulo sobre o trabalho incita o espírito crítico dos alunos. Terminado o estudo do capítulo, a professora propõe um exercício: escrever um texto escolhendo uma das duas visões: "O trabalho dignifica o homem" ou "O trabalho escraviza o homem". O texto do meu filho:

Em teoria, o trabalho seria a materialização da criatividade, combinada com as necessidades, do homem. Com o sacrifício, viria a recompensa, em forma de algo pessoal e satisfatório.
Não é bem assim. A partir do momento em que a força de trabalho se tornou o único bem em troca da subexistência, trabalho virou prisão.
A possibilidade de idealizar algo, a satisfação de concluir um projeto, não existem mais. Trabalhamos para viver, vivemos para trabalhar. E não nos identificamos com as nossas obras pois são, na verdade, de outros.
Tentando trespassar tal concepção, muitos interessados quiseram fazer a cabeça (na prática, as mãos e pernas) dos trabalhadores: é um bem árduo, uma provação divina para "fortalecer o espírito".
O único "espírito" a ser fortyalecido é o espírito crítico. Estamos alienados, nossas escolhas já não são feitas por nós. Entretanto, nunca nos damos conta de nossa condição, apenas sobrevivemos, incessantemente, com a esperança de liberdade.
Não é bem assim. A partir do momento em que a força de trabalho se tornou o único bem em troca da subexistência, trabalho virou prisão.
A possibilidade de idealizar algo, a satisfação de concluir um projeto, não existem mais. Trabalhamos para viver, vivemos para trabalhar. E não nos identificamos com as nossas obras pois são, na verdade, de outros.
Tentando trespassar tal concepção, muitos interessados quiseram fazer a cabeça (na prática, as mãos e pernas) dos trabalhadores: é um bem árduo, uma provação divina para "fortalecer o espírito".
O único "espírito" a ser fortyalecido é o espírito crítico. Estamos alienados, nossas escolhas já não são feitas por nós. Entretanto, nunca nos damos conta de nossa condição, apenas sobrevivemos, incessantemente, com a esperança de liberdade.


Wednesday, July 10, 2013

ISTO É BRASIL

Pesquisa indicou que 91% dos professores apontam como principais culpados pala baixa aprendizagem dos estudantes brasileiros... os próprios alunos! A culpa é sempre dos outros. Seria mais ou menos como se os médicos considerassem que os culpados pelas doenças são os pacientes - e que os médicos não têm culpa nenhuma se não conseguem curá-los.

Tuesday, July 09, 2013

VERGONHA

Os salários de presidente, governadores, senadores, deputados, não são altos. Muito pelo contrário. Os salários de presidentes e governadores, p. ex., são muito baixos pela responsabilidade da função.

O problema não é o salário. São as verbas de representação (excessivas e absurdas), os cargos de confiança (em número exageradíssimo).

Salários absurdamente altos são os de outros funcionários dos três Poderes, como garçom que ganha 13 mil, motorista recebendo 7 mil, servidor de café etc. etc. De uma imoralidade escandalosa, aos olhos de todo mundo, e continua tudo igual.

Monday, July 08, 2013

MAL EXPLICADO...

Trecho da nota oficial publicada na capa da Gazeta do Povo pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano:

"As empresas se solidarizam com a população na busca de mais atenção de nossos governantes por melhorias no transporte coletivo, atividade essencial no dia a dia de todos e que há tanto tempo vem sendo tratada com descaso em nosso país."

Tá. Então, a culpa é dos governantes. Os anunciados lucros estratosféricos das empresas com essa "atividade essencial" são falsos? Pois abram a caixa preta e provem, senhores empresários.

Nada contra os empresários. Também sou empresário. E empresários buscam lucro, obviamente. Mas a atividade empresarial pressupõe risco - que,o que parece, as empresas de ônibus não tem. E numa "atividade essencial", com caráter de serviço público baseado em concessão, o lucro deve razoável.

Sunday, July 07, 2013

"RECEITA" DA POLÍTICA NO PARANÁ

"Receita" da "política" paranaense:

- Roube meio milhão de reais
- Se ninguém perceber, aproveite
- Se descobrirem, peça desculpas, devolva o dinheiro e ganhe uma Secretaria de presente.

Há outro qualificativo para quem deu o presente que não seja "cúmplice" ou "pilantra"?

Escrevo com base no que foi amplamente divulgado na mídia. Se eu estiver com informações erradas, POR FAVOR, CORRIJAM-ME! Porque hoje minha decisão é NUNCA, mas nunca mesmo, votar no sujeito que premia assim um criminoso confesso (repito: conforme o que foi largamente divulgado na mídia). Espero que gente dessa laia seja banida da vida pública.

Saturday, July 06, 2013

FARRA COM O DINHEIRO PÚBLICO

Os salários de políticos no Brasil são baixos. O problema está nas verbas extras e nos privilégios indevidos.

Usar um jato da FAB para se descolar... qual a lógica, qual a justificativa? Ainda que não levasse a família junto (farra absurda). Tinha um almoço com o prefeito? E qual a lógica de utilizar um avião da FAB para ir ao "importantíssimo" almoço? Qual a agenda do almoço? Era urgente? Trouxe benefícios públicos?

Então, qualquer deputado que queira ir passear no RJ só precisa combinar um almoço com uma autoridade qualquer (no sábado!) e requisitar um jato da FAB. VERGONHA, FARRA COM O DINHEIRO PÚBLICO.

E ainda tem a cara de pau de dizer que errou por ter dado carona. Não, senhor deputado, errou por abusar dos bens públicos para coisas inúteis cujo único beneficiário é o sr. mesmo.

CARTA À CBF

Prezados senhores: certamente os senhores sabem que o futebol é um negócio, um negócio grande, importante, que envolve altas cifras e milhares de pessoas e movimenta um mercado considerável.

Então, senhores, quando elaborarem a tabela do Campeonato Brasileiro, por favor, atribuam essa tarefa a alguém que entenda do negócio e não seja um amador. Pois a tabela que tem sido feita só pode ser coisa de amador.

Colocar no mesmo dia e hora dois jogos de times rivais de cidades que só têm dois grandes times (Atlético-PR e Coritiba, Grêmio e Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG...) é amadorismo (ou incompetência?).

Pensem nos bares e restaurantes que assinam pacotes pay-per-view e não podem transmitir os dois jogos, pensem nos assinantes individuais de pacotes que gostam de futebol e não podem ver as duas partidas, pensem nos profissionais da mídia esportiva regional que não conseguem acompanhar os dois jogos ao vivo.

É muito prejuízo causado por essa atitude absolutamente amadora. Já que a CBF lucra tanto com o futebol brasileiro, deveria agir mais profissionalmente e não prejudicar terceiros que precisam (ou gostam) do futebol.

Tuesday, June 18, 2013

BOLA FORA DE DILMA ROUSSEFF

Um jornalista do Piauí perguntou à presidente Dilma se ela era "homossexual, como estavam dizendo nas redes sociais" (está no Youtube). Ela ficou indignada, tomou como xingatório, disse que não responderia, que tinha filha e era avó, que não conversaria "coisas desse nível" etc.

Que coisa feia, senhora presidente! Que bola fora! Não é uma resposta adequada para quem se diz humanista e progressista. Uma resposta de alguém que combate a discriminação e luta pelos direitos de todos poderia ser, por exemplo:

"Não, não sou. Obrigado por perguntar, é uma pergunta muito oportuna, porque posso dizer que não vejo problema nenhum em ser. Respeito quem é e luto para que os homossexuais não sejam discriminados e tenham todos os seus direitos assegurados."

Fazendo o que fez, a presidente supostamente de esquerda, progressista e humanista só reforçou o preconceito. Será que esses políticos não pensam nesses temas? Não se preparam para enfrentar as polêmicas mais candentes da vida nacional? Não têm uma posição real de defesa dos direitos de todos?

Para dar um resposta antipreconceito, evidentemente, eles precisam pensar assim se quiserem honrar seus ideais humanistas.

Enfim, uma triste constatação: como é raro um político que realmente lute contra os preconceitos. Parece que é quase tudo encenação, sem convicção; parece que quase nada sai do coração, de ideias realmente abraçadas com vontade. Quem deveria estar em primeiro lugar entre os que combatem o preconceito age para reforçá-lo. Triste.

Wednesday, May 01, 2013

A VERDADE DA BÍBLIA. QUE BÍBLIA?

A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA - QUE BÍBLIA?

Diferentes denominações religiosas atribuem à Bíblia um valor infalível. Consideram suas palavras como verdades absolutas. Diante dessa realidade, sempre me vêm algumas perguntas....

1) De que Bíblia cada denominação está falando? Sim, porque a Bíblia como geralmente a conhecemos hoje é a compilação de vários escritos, de diferentes épocas e autores, que foram escolhidos por alguém (da Igreja) que lhes atestou o valor de palavra divina. Muitos escritos parecidos foram considerados apócrifos, heréticos, rejeitáveis. A definição hoje mais universalmente aceita dos livros que constituem a Bíblia foi feita pela Igreja Católica.

2) De que tradução se está falando? Sim, pois os vários livros da Bíblia foram escritos em línguas diferentes e antigas (grego, hebraico, aramaico). São escritos milenares, que exigem altíssima expertise para seu entendimento e tradução. Há traduções clássicas que vêm sendo reproduzidas há séculos. E os originais da Bíblia não são conhecidos. Há apenas cópias de cópias. A mais célebre das traduções antigas foi a dos 70 sábios. Depois, a de São Jerônimo para o latim (a "Vulgata"), ordenada pela Igreja Católica e que se tornou a base para a maior parte das traduções que se seguiram.

3) E qual a interpretação? A Igreja Católica considera-se a depositária da Bíblia, por mandado divino, e iluminada pelo Espírito Santo para a interpretação das escrituras. Ideia combatida por Lutero, que pregou o princípio da livre interpretação, do qual, consequentemente, surgiram as interpretações mais díspares possíveis.

Então, quando se fala da Bíblia, é de se pensar no longo e tortuoso caminho percorrido até que alguém no Brasil leia a tradução que tem em mãos (fidedigna? confiável? tecnicamente correta?) e interprete o que leu segundo suas próprias "luzes". Ou trevas... Pode dar em interpretações muito difundidas, como: "os judeus são um povo amaldiçoado por terem matado Jesus Cristo, que amaldiçoou todos os judeus e seus descendentes"; "os africanos são descendentes de um filho amaldiçoado por Noé". E por aí vai...

Quando ouço alguém falar uma "verdade absoluta" em nome da Bíblia, tenho vontade de perguntar: De que Bíblia você está falando? E por que você acha que essa da qual você está falando é a "legítima"?


A VERDADE DA BÍBLIA NA VISÃO CATÓLICA

Eis a resposta católica à questão.

Deus se dá a revelar ao mundo. Sua vontade é revelada aos homens pelos profetas, que são instrumentos divinos no cumprimento dessa missão. Profeta é aquele que aponta o caminho a ser seguido. A vontade divina em relação aos homens foi manifestada por profetas e outros homens inspirados por Deus, alguns dos quais deixaram consignada por escrito Sua mensagem à humanidade.

Para pagar a dívida do pecado original cometido pelo homem, o próprio Deus encarnou-se, tornando-se a um tempo homem e Deus na figura de Jesus Cristo para assim, com seu sacrifício de valor infinito (já que foi o sacrifício de um Deus), resgatar a dívida da humanidade (uma vez que foi também o sacrifício de um homem).

Cristo ressuscitado fundou uma igreja, dando a Pedro a direção dela: “Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus”.

Essa igreja por ele fundada tem Seu mandado para difundir e interpretar a mensagem divina, com a garantia da assistência perpétua do Espírito Santo, prometida pelo próprio Cristo. Assim, cabe à Igreja identificar quais os escritos aos quais se pode legitimamente atribuir a inspiração divina de modo a serem considerados mensagem de Deus para os homens. Daí a legitimidade da Igreja para determinar quais livros constituem a Sagrada Escritura. E também para proclamar-se a única intérprete autêntica da Bíblia, evitando a livre interpretação, que leva necessariamente à confusão e à divergência.

Portanto, na visão católica tradicional, a Igreja Católica é a única que pode legitimamente: identificar e indicar quais livros compõem a Sagrada Escritura; interpretar a mensagem contida na Bíblia; aprovar as traduções feitas para as diferentes línguas. Assim, preserva-se a autenticidade da mensagem divina contida nos livros sagrados.

Esse mandado divino dado à Igreja mantem-se na autêntica sucessão apostólica: o papa é o sucessor direto e legítimo de Pedro, assim como os bispos são sucessores dos apóstolos, por transmissão direta e contínua (há séculos manifestada visivelmente na sagração episcopal e na eleição do pontífice).

- - -

Independentemente de se concordar ou não com a visão católica, ela tem coerência interna. Isto posto, se algum católico ou conhecedor da doutrina católica quiser fazer algum reparo, por favor, faça-o.

Tuesday, April 30, 2013

DICA PARA JORNALISTAS:

O Paraná é o sexto estado brasileiro em população, bem perto do Rio Grande do Sul, que é o quinto. Então, não convém dar manchete dizendo que "O Paraná é o quinto/sexto estado em etc." em qualquer coisa que tenha relação direta com o tamanho da população. Não merece manchete por ser o normal a se esperar.
Não fosse assim, os jornais chineses poderiam dar todo dia uma manchete anunciando que a China é a primeira do mundo nisso ou naquilo...

Monday, April 29, 2013

JORNALISMO "COMUNISTA"

Parece que o comunismo chegou de vez no jornalismo on-line. O direito autoral, pelo visto, foi abolido. É tanta reprodução de textos alheios sem citação de fonte que já está imperando, na prática, o comunismo intelectual em muitas redações. Pelo jeito, a criação intelectual agora é sempre propriedade coletiva...

Pior quando o "reprodutor" publica "barriga" alheia e depois tem que responder que a matéria não é dele. Aí a gente tem o direito de pensar que todas outras também não são!

Aliás, houve um caso mais ou menos recente até na TV (no mundo on-line, é corriqueiro). Uma fábrica de colchões em São Paulo pegou fogo, e um site publicou que um avião avia caído sobre a fábrica - uma "barriga" total, invenção pura! Segundos depois, vários sites já reproduziam a notícia errada, e até uma emissora de TV entrou na onda.