É incrível como
nossos políticos se esmeram em falar besteira. Lula defendeu que a mulher não
deve ser submissa ao marido por um prato de comida, mas por amor. Dilma afirmou
que aprendeu a gostar de futebol indo ao Mineirão quando criança - e o estádio
só foi inaugurado quando ela tinha 17 anos. Então, Lula acha que a mulher tem
que ser submissa, e Dilma ainda era criança quando tinha uns 20 anos...
Saturday, November 30, 2013
Friday, November 29, 2013
Li "O filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe, e fiquei arrebatado! O
primeiro capítulo, "O homem que era só metade", é maravilhoso.
Algumas pitadas do texto:
"...quando se sonha tão grande a realidade aprende."
"Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios."
"Amar era feito para ser uma demasia e uma maravilha."
"Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz."
Algumas pitadas do texto:
"...quando se sonha tão grande a realidade aprende."
"Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios."
"Amar era feito para ser uma demasia e uma maravilha."
"Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz."
Thursday, November 28, 2013
"Mugido de trem"
"Mugido de Trem", de Nilson Monteiro, é um belo livro.
Graficamente agradável na forma (capa muito bonita, ilustrações de ótima qualidade, bom projeto gráfico), melhor ainda no conteúdo.
Não é "mais uma obra qualquer". Também não é um livro de leitura fácil - é feito para leitores inteligentes e habituados ao consumo de literatura. Tem consistência. Tem qualidade. Tem estilo.
Os 57 capítulos são cada um uma pequena história ou pedaços de histórias, que se juntam mais ou menos em um mosaico que, afinal, conta uma única história. Quem viveu no interior de décadas atrás vai se identificar.
O livro é triste, nostálgico. Os personagens são invariavelmente infelizes, presos, com alguns momentos de alegria. Alguns capítulos são um "soco no estômago". O livro suscita muitas emoções, uma de suas qualidades.
Tem trechos destinados a antologias. Por exemplo, o capítulo 47, sobre o esquerdista desiludido - muito bom. E outros que deverão suscitar polêmica, como o 49, sobre um estupro.
Para dar um aperitivo do texto, um trecho do capítulo 36:
"O badalar do sino, tiras escarlates do Ângelus, cheiro de incenso no final do dia. O padre aumenta ou abaixa o volume da tristeza do acerto de contas do final do dia. O alto-falante espalha a Ave Maria sobre a cidade. Os dedos grossos de Cristóvão juntam-se convexos. Seus lábios rezam pequeno, por entre as falhas dos dentes, amarelados. No bar, poucos sentem a melodia triste enrugando a tarde. Um gole de pinga desce solene, quase sacra, às homenagens a Baco ou a qualquer time de futebol ou à mulher do Dito, que o trai com metade da cidade, escapam fuxicos de línguas roxas. [...] Luiz enterra o seu chapéu na testa branca e olha o céu perdendo o sol."
Um único reparo: obra dessa qualidade merecia um pouco mais de cuidado na revisão. Nada, entretanto, que desmereça o livro.
Enfim, recomendo, na qualidade de leitor. Não sou nenhum crítico literário ou "especialista", apenas um leitor voraz e apaixonado pelos bons livros.
Graficamente agradável na forma (capa muito bonita, ilustrações de ótima qualidade, bom projeto gráfico), melhor ainda no conteúdo.
Não é "mais uma obra qualquer". Também não é um livro de leitura fácil - é feito para leitores inteligentes e habituados ao consumo de literatura. Tem consistência. Tem qualidade. Tem estilo.
Os 57 capítulos são cada um uma pequena história ou pedaços de histórias, que se juntam mais ou menos em um mosaico que, afinal, conta uma única história. Quem viveu no interior de décadas atrás vai se identificar.
O livro é triste, nostálgico. Os personagens são invariavelmente infelizes, presos, com alguns momentos de alegria. Alguns capítulos são um "soco no estômago". O livro suscita muitas emoções, uma de suas qualidades.
Tem trechos destinados a antologias. Por exemplo, o capítulo 47, sobre o esquerdista desiludido - muito bom. E outros que deverão suscitar polêmica, como o 49, sobre um estupro.
Para dar um aperitivo do texto, um trecho do capítulo 36:
"O badalar do sino, tiras escarlates do Ângelus, cheiro de incenso no final do dia. O padre aumenta ou abaixa o volume da tristeza do acerto de contas do final do dia. O alto-falante espalha a Ave Maria sobre a cidade. Os dedos grossos de Cristóvão juntam-se convexos. Seus lábios rezam pequeno, por entre as falhas dos dentes, amarelados. No bar, poucos sentem a melodia triste enrugando a tarde. Um gole de pinga desce solene, quase sacra, às homenagens a Baco ou a qualquer time de futebol ou à mulher do Dito, que o trai com metade da cidade, escapam fuxicos de línguas roxas. [...] Luiz enterra o seu chapéu na testa branca e olha o céu perdendo o sol."
Um único reparo: obra dessa qualidade merecia um pouco mais de cuidado na revisão. Nada, entretanto, que desmereça o livro.
Enfim, recomendo, na qualidade de leitor. Não sou nenhum crítico literário ou "especialista", apenas um leitor voraz e apaixonado pelos bons livros.
Wednesday, November 27, 2013
A difícil tarefa de quem combate a corrupção
Tempos atrás,
encontrei duas pessoas envolvidas em lutas contra a corrupção em áreas
diferentes - ambos, gente que respeito e admiro. Um, desanimado com as
duríssimas consequências pessoais do seu trabalho, declarou-se desanimado e
contou que estava largando a luta para dedicar-se a atividades mais "tranquilas".
O outro pediu apenas: "Reze por mim" - para indicar o quanto lhe
estava sendo pesada a tarefa.
Triste. Este é o país onde o crime compensa, onde os corruptos mandam, onde os safados são os senhores. E os heróis pagam altos preços por enfrentarem esses canalhas, que infelizmente estão predestinados à impunidade e à liberdade de ação, ainda que pela força das armas, literalmente.
Triste. Este é o país onde o crime compensa, onde os corruptos mandam, onde os safados são os senhores. E os heróis pagam altos preços por enfrentarem esses canalhas, que infelizmente estão predestinados à impunidade e à liberdade de ação, ainda que pela força das armas, literalmente.
Tuesday, November 26, 2013
FUTEBOL - QUE COISA!
Volta e meia posto
aqui comentários sobre futebol. Acho incrível como o tema suscita paixões
desvairadas - e não entendo bem por quê. Já recebi até ameaça de morte por isso
no Facebook! Acredito na explicação freudiana: a paixão por um time de futebol faz
parte dos mecanismos psicológicos de defesa que tornam a vida suportável. Mas,
pelo visto, há muita gente que extrapola. Então, quero deixar
clara minha posição a respeito do tema "futebol".
Concordo com Nelson Rodrigues: o futebol é a coisa mais importante entre as coisas sem importância. Ele é efetivamente importante, pois movimenta muito dinheiro, emprega muita gente. E diverte mais gente ainda. Portanto para mim, o futebol não tem importância vital, não mato nem morro por ele - e acho estupidez fazê-lo. Para mim, que não tenho qualquer ganho profissional com o jogo, é apenas entretenimento.
Gosto bastante de futebol, como diversão. Sou torcedor do Clube Atlético Paranaense, sócio inclusive. Pago mensalidade, voto nas eleições do clube e frequento estádios de futebol. Torço, vibro e me divirto. Mas não sou desses que gostariam de ter uma bandeira do clube no caixão. Não tenho em casa nenhum objeto decorativo que lembra o time. Também não gostaria de ser enterrado com uma bandeira do Brasil, por exemplo, porque não me defino primordialmente como brasileiro ou atleticano, mas como ser humano.
Não odeio, não desprezo, não tenho raiva de qualquer pessoa por torcer para outro time. Jamais seria capaz de agredir alguém por causa de um time de futebol. Acho algo inacreditavelmente ridículo e estúpido. Gostaria de ver nos estádios torcedores misturados, como aliás acontece normalmente em muitos países, sem qualquer agressão idiota.
Sou paranaense e moro em Curitiba. Torço para o time do meu bairro, moro a cinco quadras da Estádio Joaquim Américo. Torço, sempre, para o Atlético contra qualquer adversário. Mas também gosto de ver o sucesso dos outros times da minha cidade e do meu estado. Já fui inúmeras vezes ao Couto Pereira torcer para o Coritiba em jogos contra adversários de fora. Assim como fui muitas vezes à Vila Capanema torcer pelo Paraná, e até ao Ecoestádio torcer para o Jotinha na série D. Porque gosto de futebol e sou paranaense.
Não torço "contra". Acho isso um tanto doentio. Assim como na vida pessoal não almejo meu sucesso com o preço do fracasso alheio, não desejo que o "meu" time seja ótimo e os outros, fracassados. Que graça tem ser forte entre os fracos? Melhor é ser o mais forte entre os fortes. Por isso, numa situação ideal, quero ver o Atlético campeão, seguido de Paraná e Coritiba. Gostaria muito de ver um futebol nacionalmente forte e vencedor em Curitiba e no Paraná, com o Furacão sempre na frente - e vencendo rivais fortes. Torço para que CAP e CFC estejam entre os melhores da série A (CAP campeão, Coxa vice). Para que o Paraná vença a série B. Para que o Londrina ganhe a série D.
Gosto das cores do meu time. Gosto da combinação de cores do Paraná, embora ache que elas são muito mal aproveitadas no uniforme principal do clube (o Paraná já teve camisas muito bonitas, a atual camisa 1 não me atrai). Não gosto muito da cor verde, independentemente de ela estar ou não no uniforme do Coxa. Acho muito bonito o uniforme tradicional do Londrina. Esteticamente, aprecio uniformes como o do Cruzeiro, o da Holanda e vários outros. Ou seja, meu gosto por cores não está condicionado ao uniforme deste ou daquele time, embora, coincidentemente, eu aprecie muito a combinação rubro-negra e ache o verde uma cor sem graça.
Admiro jogadores sérios e competentes, estejam em que time estiverem. É o caso do Alex e do Lúcio Flávio, por exemplo. Não os "odeio" por jogarem em times adversários. Não me agradam as músicas de torcidas que ofendem os adversários, sempre com palavras de baixo calão e, muitas vezes, discriminatórias. Abomino, considero uma baixaria com a qual não pactuo.
Enfim, sei que minha posição não é comum. Conheço muita gente boa, inclusive amigos meus, que é meio "doente", a ponto de odiar os torcedores dos outros times e torcer pela desgraça alheia. Bem, considero isso um defeito, assim como tanta gente, inclusive eu, tem inúmeros outros defeitos, os mais variados, uns mais graves, outros menos. Não deixarei de ser amigo de ninguém por causa disso, mas é claro que acharia melhor que ninguém tivesse defeito algum kkkkk.
Isto posto, também não deixo de me divertir algumas vezes provocando torcedores adversários que perderam, por exemplo, mas sempre com bom humor e respeito. O que faço pouco, porque não é raro que as reações não sejam do mesmo nível, infelizmente. Fico espantado ao ver como algumas pessoas logo partem para a ofensa pessoal por causa de coisa tão banal.
Concordo com Nelson Rodrigues: o futebol é a coisa mais importante entre as coisas sem importância. Ele é efetivamente importante, pois movimenta muito dinheiro, emprega muita gente. E diverte mais gente ainda. Portanto para mim, o futebol não tem importância vital, não mato nem morro por ele - e acho estupidez fazê-lo. Para mim, que não tenho qualquer ganho profissional com o jogo, é apenas entretenimento.
Gosto bastante de futebol, como diversão. Sou torcedor do Clube Atlético Paranaense, sócio inclusive. Pago mensalidade, voto nas eleições do clube e frequento estádios de futebol. Torço, vibro e me divirto. Mas não sou desses que gostariam de ter uma bandeira do clube no caixão. Não tenho em casa nenhum objeto decorativo que lembra o time. Também não gostaria de ser enterrado com uma bandeira do Brasil, por exemplo, porque não me defino primordialmente como brasileiro ou atleticano, mas como ser humano.
Não odeio, não desprezo, não tenho raiva de qualquer pessoa por torcer para outro time. Jamais seria capaz de agredir alguém por causa de um time de futebol. Acho algo inacreditavelmente ridículo e estúpido. Gostaria de ver nos estádios torcedores misturados, como aliás acontece normalmente em muitos países, sem qualquer agressão idiota.
Sou paranaense e moro em Curitiba. Torço para o time do meu bairro, moro a cinco quadras da Estádio Joaquim Américo. Torço, sempre, para o Atlético contra qualquer adversário. Mas também gosto de ver o sucesso dos outros times da minha cidade e do meu estado. Já fui inúmeras vezes ao Couto Pereira torcer para o Coritiba em jogos contra adversários de fora. Assim como fui muitas vezes à Vila Capanema torcer pelo Paraná, e até ao Ecoestádio torcer para o Jotinha na série D. Porque gosto de futebol e sou paranaense.
Não torço "contra". Acho isso um tanto doentio. Assim como na vida pessoal não almejo meu sucesso com o preço do fracasso alheio, não desejo que o "meu" time seja ótimo e os outros, fracassados. Que graça tem ser forte entre os fracos? Melhor é ser o mais forte entre os fortes. Por isso, numa situação ideal, quero ver o Atlético campeão, seguido de Paraná e Coritiba. Gostaria muito de ver um futebol nacionalmente forte e vencedor em Curitiba e no Paraná, com o Furacão sempre na frente - e vencendo rivais fortes. Torço para que CAP e CFC estejam entre os melhores da série A (CAP campeão, Coxa vice). Para que o Paraná vença a série B. Para que o Londrina ganhe a série D.
Gosto das cores do meu time. Gosto da combinação de cores do Paraná, embora ache que elas são muito mal aproveitadas no uniforme principal do clube (o Paraná já teve camisas muito bonitas, a atual camisa 1 não me atrai). Não gosto muito da cor verde, independentemente de ela estar ou não no uniforme do Coxa. Acho muito bonito o uniforme tradicional do Londrina. Esteticamente, aprecio uniformes como o do Cruzeiro, o da Holanda e vários outros. Ou seja, meu gosto por cores não está condicionado ao uniforme deste ou daquele time, embora, coincidentemente, eu aprecie muito a combinação rubro-negra e ache o verde uma cor sem graça.
Admiro jogadores sérios e competentes, estejam em que time estiverem. É o caso do Alex e do Lúcio Flávio, por exemplo. Não os "odeio" por jogarem em times adversários. Não me agradam as músicas de torcidas que ofendem os adversários, sempre com palavras de baixo calão e, muitas vezes, discriminatórias. Abomino, considero uma baixaria com a qual não pactuo.
Enfim, sei que minha posição não é comum. Conheço muita gente boa, inclusive amigos meus, que é meio "doente", a ponto de odiar os torcedores dos outros times e torcer pela desgraça alheia. Bem, considero isso um defeito, assim como tanta gente, inclusive eu, tem inúmeros outros defeitos, os mais variados, uns mais graves, outros menos. Não deixarei de ser amigo de ninguém por causa disso, mas é claro que acharia melhor que ninguém tivesse defeito algum kkkkk.
Isto posto, também não deixo de me divertir algumas vezes provocando torcedores adversários que perderam, por exemplo, mas sempre com bom humor e respeito. O que faço pouco, porque não é raro que as reações não sejam do mesmo nível, infelizmente. Fico espantado ao ver como algumas pessoas logo partem para a ofensa pessoal por causa de coisa tão banal.
Monday, November 25, 2013
VIDA DE PROFESSOR
Fiz muita coisa
difícil na vida, profissionalmente falando. Mas nada é mais difícil do que ser
professor. Exige conhecimento, capacidade de transmitir esse conhecimento,
habilidade no trato com os alunos, sensibilidade para perceber as necessidades
deles e muitas outras coisas. E os professores de bacharelados, na quase
totalidade dos casos, não são preparados para dar aulas - fazem-no repetindo
velhos modelos, na base da tentativa e erro.
Depois de alguns anos trabalhando como professor e batendo a cabeça na parede, comecei a buscar formação específica, o que me ajudou muito. Passei a sentir pena dos pobres alunos que foram minhas "cobaias" nos meus primeiros anos. Entendi como eu vinha sendo um professor cheio de falhas. Acho que consegui melhorar, mas é uma luta constante. O professor que estaciona apodrece.
Nas agruras da profissão, guardo com especial carinho algumas coisas que me serviram de consolo e incentivo. Lembro-me sempre de duas dedicatórias em TCCs que, para mim, já justificaram toda minha carreira. Uma delas: "Ao professor Tomás, que me deu o gosto pelo Jornalismo". Outra: "Ao professor Tomás, que me acordou quando eu estava dormindo." Elas me emocionam. E se a tentação do desânimo tenta se aproximar, posso espantá-la lendo um texto que uma diletíssima aluna publicou em seu blog. São coisas como essas que me fazem acreditar que a vida de professor vale a pena!
Depois de alguns anos trabalhando como professor e batendo a cabeça na parede, comecei a buscar formação específica, o que me ajudou muito. Passei a sentir pena dos pobres alunos que foram minhas "cobaias" nos meus primeiros anos. Entendi como eu vinha sendo um professor cheio de falhas. Acho que consegui melhorar, mas é uma luta constante. O professor que estaciona apodrece.
Nas agruras da profissão, guardo com especial carinho algumas coisas que me serviram de consolo e incentivo. Lembro-me sempre de duas dedicatórias em TCCs que, para mim, já justificaram toda minha carreira. Uma delas: "Ao professor Tomás, que me deu o gosto pelo Jornalismo". Outra: "Ao professor Tomás, que me acordou quando eu estava dormindo." Elas me emocionam. E se a tentação do desânimo tenta se aproximar, posso espantá-la lendo um texto que uma diletíssima aluna publicou em seu blog. São coisas como essas que me fazem acreditar que a vida de professor vale a pena!
Sunday, November 24, 2013
EXPERIÊNCIA MUSICAL
Sexta-feira. Viajo
a Joinville acompanhado, como sempre, pelo rádio. Mantenho-o entre a CBN e a
BandNews até onde o sinal alcança. Quando já não consigo ouvir essas estações,
resolvo experimentar as rádios locais. Um toque no botão, e o dial corre para
uma rádio tocando "sertanejo". Como a melodia é igual a tantas
outras, atento para a letra. Diz algo assim: o cara não consegue pegar mulher na
balada, então, chama uma amiga que vai junto e atrai para ele as mulheres.
(Dei-me depois ao trabalho de procurar a letra na internet: "Chega lá
parceira, eu sei que você manja, / Se ela beijar minha boca, eu pago sua
comanda. / Tá de pé aquele nosso velho combinado, / Cê chega, eu pego, cê bebe,
eu pago.")
Embora embevecido com o alto grau poético da letra e a incrível originalidade da melodia, avanço no dial. Dessa vez, ouço algo que parece um sertanejo de raiz. Presto atenção na letra e descubro um gênero desconhecido para mim: o sertanejo evangélico. Aguento até o final da música, mas lá vai o dedo de novo no botão quando o locutor/pastor começa a falar.
Caio numa estação em que uma locutora com bela e poderosa voz entrevista um "funkeiro" carioca, um tal de... MC ("êmi-ci") Alguma-Coisa. Extasio-me com a fluência verbal do entrevistado até que resolvem tocar uma música do dito-cujo. A letra: "Senta-senta-senta-senta-senta bem devagarinho / Senta-senta-senta-senta-senta é no colo
do paizinho". Letra digna da "fluência verbal" do autor. Quanto
à melodia, não preciso comentar, pois qualquer um que tenha ouvido o estilo
sabe exatamente como é.
Mais um toque rápido no botão. A rádio seguinte está tocando Raul Seixas. Não mudo mais de estação até o fim da viagem. E ainda volto ouvindo a mesma estação enquanto o sinal aguenta.
Embora embevecido com o alto grau poético da letra e a incrível originalidade da melodia, avanço no dial. Dessa vez, ouço algo que parece um sertanejo de raiz. Presto atenção na letra e descubro um gênero desconhecido para mim: o sertanejo evangélico. Aguento até o final da música, mas lá vai o dedo de novo no botão quando o locutor/pastor começa a falar.
Caio numa estação em que uma locutora com bela e poderosa voz entrevista um "funkeiro" carioca, um tal de... MC ("êmi-ci") Alguma-Coisa. Extasio-me com a fluência verbal do entrevistado até que resolvem tocar uma música do dito-cujo. A letra: "Senta-senta-senta-senta-senta
Mais um toque rápido no botão. A rádio seguinte está tocando Raul Seixas. Não mudo mais de estação até o fim da viagem. E ainda volto ouvindo a mesma estação enquanto o sinal aguenta.
Saturday, November 23, 2013
UM CRIME OFICIAL CONTRA NOSSA LÍNGUA E CULTURA
Solicitei
recentemente um RG no Paraná, porque o meu é antigo (de SP, onde morava quando
o fiz). Fiquei estarrecido ao ser informado que o sistema de informática da
SSP-PR não utiliza acentos. Com isso, meu nome, Tomás, em português, foi
gravado no meu documento de identificação oficial com erro, sem o acento, o que
muda sua pronúncia para "Tomas", como em inglês (Thomas). O
funcionário afirmou que desde o treinamento dado aos funcionários eles são
informados de que não devem colocar acentos, pois "o sistema não
aceita".
Um acinte à nossa identidade cultural! Querem que nos rendamos à influência dos EUA e adotemos a grafia em inglês (que não tem acento)? É um crime contra nossa língua e nosso identidade cultural, e o pior: perpetrado oficialmente por quem deveria zelar por elas. Com isso, há muitas pessoas cujos nomes, se não acentuados, passam a ser pronunciados como se fossem de outra língua. É inaceitável que os órgãos oficiais não sejam capazes de adotar um sistema que atenda às regras da NOSSA língua e não a dos norte-americanos.
Quando fui registrar meu filho, também Tomás, tive que brigar no cartório para que a certidão saísse com acento, porque o funcionário não queria colocar alegando que "não saía". Insisti até que ele colocou - e o acento saiu no registro. Não foi o caso na SSP, pois o funcionário disse que efetivamente não havia a possibilidade de colocar o acento (apenas o til). Ora, se é possível o sistema colocar o til, é possível programá-lo para usar todos os acentos da nossa língua.
Estou protestando aqui e por outros meios, por intermédio de um de nossos representantes no Congresso. E convoco a todos os que se sentirem indignados com isso para que protestem!
Um acinte à nossa identidade cultural! Querem que nos rendamos à influência dos EUA e adotemos a grafia em inglês (que não tem acento)? É um crime contra nossa língua e nosso identidade cultural, e o pior: perpetrado oficialmente por quem deveria zelar por elas. Com isso, há muitas pessoas cujos nomes, se não acentuados, passam a ser pronunciados como se fossem de outra língua. É inaceitável que os órgãos oficiais não sejam capazes de adotar um sistema que atenda às regras da NOSSA língua e não a dos norte-americanos.
Quando fui registrar meu filho, também Tomás, tive que brigar no cartório para que a certidão saísse com acento, porque o funcionário não queria colocar alegando que "não saía". Insisti até que ele colocou - e o acento saiu no registro. Não foi o caso na SSP, pois o funcionário disse que efetivamente não havia a possibilidade de colocar o acento (apenas o til). Ora, se é possível o sistema colocar o til, é possível programá-lo para usar todos os acentos da nossa língua.
Estou protestando aqui e por outros meios, por intermédio de um de nossos representantes no Congresso. E convoco a todos os que se sentirem indignados com isso para que protestem!
Friday, November 22, 2013
O NOVO SHOPPING
Finalmente,
fui visitar o novo shopping de Curitiba. Bonito, amplo e vazio.
Descobri-me um ser de outro planeta ao ver vitrines com um paletó a 7 mil reais e uma bolsa a 8 mil. A princípio, achei que fosse alguma sujeira nos meus óculos. Mas descobri que a sujeira era muito maior e estava mesmo bem além das vitrines.
Gostei de três coisas: uma escultura de Lego, os poemas nas paredes e a livraria.
Descobri-me um ser de outro planeta ao ver vitrines com um paletó a 7 mil reais e uma bolsa a 8 mil. A princípio, achei que fosse alguma sujeira nos meus óculos. Mas descobri que a sujeira era muito maior e estava mesmo bem além das vitrines.
Gostei de três coisas: uma escultura de Lego, os poemas nas paredes e a livraria.
Thursday, November 21, 2013
Homem x Animais
Conheci radicais que defendiam o fim da humanidade para o bem
da Terra - esse me parece ser o caso mais extremo dos que negam a supremacia do
homem. Há um movimento ecológico com o sugestivo nome de Earth First. Tive um
professor de Biofísica na faculdade Medicina da UFPR que pregava a necessidade
de extinção do homem para o bem do planeta (minha primeira ideia foi
sugerir-lhe que começasse dando o exemplo kkk).
Bem, sabemos que os animais ditos irracionais movem-se por instintos pré-determinados. E, na natureza, todos os seres vivos estão em constante conflito de exterminação. Basta vivermos, andarmos, coçarmo-nos, que estamos eliminando incontáveis vidas. Assim como carregamos dentro de nós seres vivos microscópicos que nos são essenciais. E também aqueles que, havendo alguma debilidade orgânica, podem acabar conosco. É regra da natureza: os seres vivos eliminam uns aos outros. Isso é parte essencial do ciclo de existência do planeta. Um leão mata a gazela sem considerações morais a respeito. E jamais se tornará vegetariano, a não ser por alguma necessidade imposta pelo meio que leve a uma mutação genética...
OK, nós somos diferentes. Somos racionais. Não temos apenas instintos. Ora, o fato de sermos racionais não faz de nós seres antinaturais. Até temos a capacidade de fazer espontaneamente coisas contrárias à nossa natureza (comer pedras, por exemplo), mas temos condições determinadas por ela - como a necessidade do alimento, para citar uma.
Qualquer animal irracional tenderá sempre a agir conforme o que sua natureza determina, e será sempre aquilo que o leve à sobrevivência e à perpetuação da espécie. Pois bem, nós, racionais, temos a razão como parte de nossa natureza. Temos a capacidade de usar a racionalidade para buscarmos os melhores meios de sobrevivência e perpetuação da espécie. E é isso que cabe ao homem, naturalmente, fazer. Do contrário, seria agir contrariamente à própria natureza, que o dotou da razão como uma vantagem em favor de sua sobrevivência e perpetuação.
Claro que a civilização impõe limites à livre manifestação dos nossos instintos - mas, mesmo nesse caso, esses limites acabam por favorecer nossa sobrevivência e perpetuação, já que possibilitam a convivência em sociedade de modo a que possamos buscar o bem comum (e não a luta de cada um contra todos), outra vantagem que está na nossa natureza.
Se há a evidência natural de que o homem está no topo da hierarquia na escala biológica, é direito dele utilizar os meios que sua inteligência proporciona para garantir melhores condições de sobrevivência e preservação da espécie.
Por outro lado, faz parte da evolução civilizatória do homem que ele seja capaz de considerar ética e moralmente seus atos. Assim, o homem pode e "deve" fazer esse tipo de consideração em relação aos outros seres vivos. Entretanto, na medida em que isso implique diminuir sua capacidade de sobrevivência e perpetuação, será ato contrário à sua própria natureza de animal racional.
Concluindo: parece que o ser humano tem o direito de utilizar racionalmente os meios de que possa dispor para melhorar suas condições de sobrevivência e perpetuação. Mas também deve fazer o possível para, em conformidade com a moral e a ética civilizatória, evitar uma inútil e/ou despropositada exploração de outros seres vivos.
Enfim, faço essas reflexões diretamente aqui, sem uma preparação mais aprofundada do que escrevo, apenas expondo "sem rascunho" algumas ideias que elaborei a partir desse debate. E estou aberto aos argumentos contrários, sempre enriquecedores quando lógicos e bem construídos.
Bem, sabemos que os animais ditos irracionais movem-se por instintos pré-determinados. E, na natureza, todos os seres vivos estão em constante conflito de exterminação. Basta vivermos, andarmos, coçarmo-nos, que estamos eliminando incontáveis vidas. Assim como carregamos dentro de nós seres vivos microscópicos que nos são essenciais. E também aqueles que, havendo alguma debilidade orgânica, podem acabar conosco. É regra da natureza: os seres vivos eliminam uns aos outros. Isso é parte essencial do ciclo de existência do planeta. Um leão mata a gazela sem considerações morais a respeito. E jamais se tornará vegetariano, a não ser por alguma necessidade imposta pelo meio que leve a uma mutação genética...
OK, nós somos diferentes. Somos racionais. Não temos apenas instintos. Ora, o fato de sermos racionais não faz de nós seres antinaturais. Até temos a capacidade de fazer espontaneamente coisas contrárias à nossa natureza (comer pedras, por exemplo), mas temos condições determinadas por ela - como a necessidade do alimento, para citar uma.
Qualquer animal irracional tenderá sempre a agir conforme o que sua natureza determina, e será sempre aquilo que o leve à sobrevivência e à perpetuação da espécie. Pois bem, nós, racionais, temos a razão como parte de nossa natureza. Temos a capacidade de usar a racionalidade para buscarmos os melhores meios de sobrevivência e perpetuação da espécie. E é isso que cabe ao homem, naturalmente, fazer. Do contrário, seria agir contrariamente à própria natureza, que o dotou da razão como uma vantagem em favor de sua sobrevivência e perpetuação.
Claro que a civilização impõe limites à livre manifestação dos nossos instintos - mas, mesmo nesse caso, esses limites acabam por favorecer nossa sobrevivência e perpetuação, já que possibilitam a convivência em sociedade de modo a que possamos buscar o bem comum (e não a luta de cada um contra todos), outra vantagem que está na nossa natureza.
Se há a evidência natural de que o homem está no topo da hierarquia na escala biológica, é direito dele utilizar os meios que sua inteligência proporciona para garantir melhores condições de sobrevivência e preservação da espécie.
Por outro lado, faz parte da evolução civilizatória do homem que ele seja capaz de considerar ética e moralmente seus atos. Assim, o homem pode e "deve" fazer esse tipo de consideração em relação aos outros seres vivos. Entretanto, na medida em que isso implique diminuir sua capacidade de sobrevivência e perpetuação, será ato contrário à sua própria natureza de animal racional.
Concluindo: parece que o ser humano tem o direito de utilizar racionalmente os meios de que possa dispor para melhorar suas condições de sobrevivência e perpetuação. Mas também deve fazer o possível para, em conformidade com a moral e a ética civilizatória, evitar uma inútil e/ou despropositada exploração de outros seres vivos.
Enfim, faço essas reflexões diretamente aqui, sem uma preparação mais aprofundada do que escrevo, apenas expondo "sem rascunho" algumas ideias que elaborei a partir desse debate. E estou aberto aos argumentos contrários, sempre enriquecedores quando lógicos e bem construídos.
Wednesday, November 20, 2013
Tuesday, November 19, 2013
"Politicamente correto"???
Parece que este
mundinho está ficando cada vez mais chato. Bom humor e ironia não são
entendidos. Tudo é tomado ao pé da letra. O "politicamente correto"
está virando um fundamentalismo. E como está fácil topar com a burrice e a
ignorância, my God!
Monday, November 18, 2013
"Vestido de calda"
Não deve ser muito recomendável usar um "vestido de calda". Deve deixar a pessoa melada. E o chão. Ou o palco, como é o caso da Paula Fernandes, conforme texto publicado no Caderno G na Gazeta (e o tal "vestido de calda" está lá duas vezes, pra gente ter certeza!).
Sunday, November 17, 2013
Iguaizinhos, com sinais opostos
Há dois tipos de
"pensadores" que não engulo: 1) aqueles para os quais tudo que vem da
"direita" é um horror e tudo que vem da "esquerda" é uma
maravilha; 2) aqueles para os quais tudo que vem da "esquerda" é um
horror e tudo que vem da "direita" é uma maravilha. Não percebem como
são iguaizinhos. E está cheio deles por aí.
Saturday, November 16, 2013
AVISO AOS ESQUECIDOS
Calheiros, Sarney, Collor, Maluf, assim como a presidente e todos os governadores, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores forem eleitos por pessoas que voluntariamente votaram neles. E vários deles receberam muitíssimos mais votos do que a soma de todos os manifestantes de todas as recentes passeatas em todas as cidades brasileiras. É bom lembrar isso e ter na memória em 2014.
Jornalismo: experiência também é importante
Por questões
econômicas, muitos veículos de comunicação estão dispensando profissionais
experientes, mais velhos, para substituí-los por jovens, pagando salários
menores. Tenho percebido como é prejudicial aos veículos esse descarte de
profissionais experientes. Há muita gente nova de excelente qualidade nas
redações, mas há algo que nada
substitui: a vivência, o
conhecimento de como as coisas funcionam no mundo, que só vem com a
experiência. Tem sido frequente em diferentes veículos matérias contando como
novidade coisas que só podem ser novas para quem está em tenra idade... Parece
uma espécie de "jornalismo para adolescentes". Coisa de quem nunca
passou por perrengues na vida, nunca viajou, não foi ver a seca no Nordeste,
não conhece de perto os principais centros do país, nunca assinou um cheque
etc. etc. - apenas por não ter vivido o suficiente. É preciso que haja uma
passagem natural entre as gerações, um equilíbrio, de modo que as redações
tenham ao mesmo tempo juventude e experiência.
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