Os manuais de redação e a prática jornalística indicam que um título de matéria factual deve ser uma frase com sujeito, verbo (no presente, sempre que possível) e complemento que indique o assunto principal do texto. Portanto, deve ser não apenas facilmente inteligível, mas revelar do que a matéria trata, para que o leitor possa decidir-se a lê-la ou não. Pressupõe-se que, em geral, o leitor não leia o jornal “de cabo a rabo”, mas selecione – principalmente pelo título – quais os textos de seu interesse. Por isso, o título é uma espécie de “propaganda” da matéria. Títulos ininteligíveis tendem a fazer com que o leitor não se interesse pelo texto. Entretanto, eles são frequentadores habituais das páginas dos jornais. Seguem dois exemplos...
IPOS atraem US$ 17 bilhões
Provavelmente, o jornalista pensa que o público habitual do caderno de Economia seja capaz de decifrar o título. Mas... quem é o público habitual do caderno? Eu leio as matérias de Economia e gostaria de entendê-las – afinal, faço parte do público leitor do jornal. Li a nota para tentar decifrar o título, mas não há nada no texto que indique o que significa a sigla IPOs.
Maior VBP do estado em destaque na Expotoledo
VBP? O que será que é isso? Quem consegue dizer sem ler a matéria?
Tuesday, October 20, 2009
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3 comments:
Vacas, Bois e Pôneis?
Sei lá! Realmente não é um título que me atraia.
Noara
é exatamente como você diz! incrível! some-se a isso uma gama enorme de erros ortográficos, coisa da qual você já pôde comentar; quem sabe as siglas também estão incorretas, uai!
É verdade! "Vale-cultura", com hífen - a regra continua valendo. Você tem razão! Corrigi no meu texto - é o chamado "efeito palimpseto", que a internet proporciona: poder sempre alterar o que já está escrito.
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