Friday, April 27, 2012

FILMES...

Filmes a que assisti recentemente...


Primeiro, os filmes que vi em casa:

1) "Qual é o seu número?" Hummmm.... fraquinho, fraquinho... nota 5.

2) "Vestígios do dia": belo filme, com um ótimo Anthony Hopkins. Bom para levantar a reflexão sobre o que cada um faz com sua vida a partir dos caminhos que escolhe e das decisões que toma (que, muitas vezes, torna a pessoa cega para tanta coisa em volta de si!). Nota 8.

3) "Um beijo roubado". Interessante, diferente pela direção/edição/montagem. Dirigido por Kar-Wai Wong. Só o elenco já é um colírio: Jude Law, Norah Jones, Rachel Weisz, Natalie Portman... Nota 7.

4) "Segredo em família", com Robert Duvall (excelente) e James Earl Jones. Bonito filme sobre... família. Gostei, nota 8.

5) "A outra" - história das irmãs Ana e Maria Bolena e seu relacionamento com o rei Henrique VIII da Inglaterra. O figurino é bonito, o elenco de peso... mas não consigo engolir esses filmes retratando histórias de séculos atrás com personagens de trejeitos, falas e comportamentos típicos de hoje que certamente não tinham lugar naquele tempo... Nota 6.

No cinema:

1) "Espelho, espelho meu". Apesar da insuportável Julia Roberts, o filme deve divertir a criançada. Curiosa a cena em que o rei faz um discurso: "Pelo poder de que fui investido por.... mim!"... Já que se tratava de uma monarquia absoluta, o poder não vinha do povo. Se fosse uma monarquia medieval, seria "investido por Deus" - o que o filme não ia por, né? Daí a brincadeira... Nota 6.

2) "A separação". Sensacional. Merece todos os elogios que têm recebido. Nem gosto de elogiar muito, porque alguém pode ficar com grandes expectativas e não achar lá essas coisas... Mas para que ama CINEMA de verdade, feito com base em uma boa história, diálogos inteligentes, conflitos bem trabalhados, atuações convicentes e um final sensacional (que resume a mensagem do filme), é imperdível. O filme não tem "efeitos especiais", e a trilha sonora quase não aparece. Há tempos me apaixonei pelo cinema iraniano, desde "O balão branco", um de meus filmes prediletos, cuja lista agora inclui "A separação". Nota 10.

3) "Xingu". É um bom filme, com bela fotografia. Tem seus méritos. Boa mostra do que era a filosofia desenvolvimentista do governo militar e a ação dos irmãos pioneiros da proteção ao índio. E confirma João Miguel (do ótimo "Estômago", outro filme imperdível) como um dos melhores atores brasileiros da atualidade. Nota 7.

4) "Habemus papam". Uma ideia sensacional, mas mal executada. Se o filme seguisse mais a linha do drama, que é estragado pelo exagero da comédia, poderia ser um filme fantástico. Saí decepcionado por causa da expectativa que tinha, mas vale a pena assistir. A parte inicial, que mostra a pompa e a suntuosidade do Vaticano e do conclave, com cenas belíssimas, é de arrepiar. Pena que o filme mude de tom, pois faz tempo que não aparece um filme interessante sobre os bastidores da eleição de um papa. Nota 6 para o filme, mas a experiência de assisti-lo vale um 9. Aliás, vi na confortabilíssima sala VIP do novo Itaú do Shopping Crystal, em Curitiba.

5) "Jovens adultos". Mais um bom filme. Muitos adolescentes de "Operação X", quando crescem, podem tornar-se um homem como o protagonista de "Shame", ou uma mulher como a protagonista de "Jovens Adultos". Este é um bom retrato do jovem vazio, criado num ambiente hedonista, desacostumado a ouvir "não" - e que acaba não aprendendo a lidar com o mundo, já que este mundo não pode dar o que pede seu incrível egoísmo, um egoísmo exacerbado que faz de tudo e de todos meros instrumentos para satisfação de seus desejos.

TOCA DE ASSIS

Há tempos que não sou o que se possa chamar de um frequentador de qualquer culto religioso, embora tenha minhas devoções. Mas, assim como abomino certas ações e ideias de diferentes religiões, admiro coisas que me parecem realmente boas em algumas. Dias atrás, fui conhecer a "Toca de Assis" (Rua Visconde do Rio Branco, 56). Obra admirável de gente que segue os passos de São Francisco de Assis na pobreza e na humildade, acolhendo moradores de rua e dando-lhes aquilo que ninguém lhes dá e de que mais precisam: amor e atenção. Recomendo: vale uma visita. E quem for e puder, aproveite para levar alguma doação, seja em dinheiro, roupas ou alimentos etc.

ROGER HODGSON EM CURITIBA

Durante o show de Roger Hodgson (ótimo), ele reclamou (bem humorado, nada no estilo Nana Caymmi) do espaço vazio excessivo no palco, entre a banda e o público. "Por que todo esse espaço? Vai ter dançarinas? Cadê as dançarinas?" Acho que ninguém soube traduzir (ou não quis revelar): "distanciamento curitibano".

"CROUTONS", POR FAVOR!

Não aguento mais ouvir (e até ler já li!) “crótons”. Sim, aqueles quadradinhos de pão torrado que ficam tão bem em algumas composições gastronômicas. Por favor, todos que forem dar nome a eles: a palavra é “croutons”, em francês, e se pronuncia “crrruton”, OK? Isso mesmo, como se juntássemos as palavras “cru” e “tom”. Claro que esse “r” é “raspado” em francês. Mas também não faço tanta exigência. Apenas poupem, por gentileza, meus ouvidos sensivelmente francófilos dessa deturpação total da pronúncia (provavelmente, nefasta influência do inglês...).

Friday, April 06, 2012

Filme: "Projeto X"

Filme da semana: "Projeto X - Uma festa fora de controle". Fui ver sozinho, sem a companhia de meu filho, não porque a "censura" é 18 anos, mas porque vi num cinema um cartaz intimidador em letras grandes dizendo que era "absolutamente proibida a entrada de menores, mesmo acompanhados dos pais, por causa das cenas de sexo e drogas". Bem, então, fui preparado para ver uma comédia fraca (pela avaliação da Gazeta do Povo) e um pouco de sexo na tela grande (o que tinha visto em Shame, depois de muuuito tempo).

Conclusões:


1) Toda "censura", como sempre, é burra e ridícula. O filme tem quase zero de sexo. Se a classificação dele é 18 anos, então, American Pie deveria ser 21, pelo menos. Drogas? Nada diferente do que costuma aparecer em filmes tipo "sessão da tarde". De passagem: o filme "Drive", superviolento, com vários assassinatos de grande crueza (num deles, a vítima tem a cabeça esmagada a pisões), está classificado como impróprio para menores de 16 anos... Então, a violência extrema é totalmente aceitável, natural para um adolescente. Já o sexo, é coisa horrorosa, que deve ser proibida... A esse propósito, sugiro a leitura da crônica "O travesseiro de Lenny Bruce", de Luis Fernando Veríssimo (clique no título).

2) Achei o filme bastante relevante. É um retrato do comportamento e dos valores de muitos adolescentes de hoje, educados para o hedonismo e o egoísmo sem consequências. Tudo justifica a busca pelo prazer e pela diversão - que se resume a sexo e drogas. Não importam as consequências, nem o preço a pagar. Deve-se buscar o paroxismo da "diversão", sem se importar com os outros nem se preocupar com qualquer consequência. E quem faz isso ainda pode virar herói e ver sua popularidade "explodir".

Apesar dos naturais exageros de um filme anunciado como comédia, é assustador, pela mensagem que transmite. E que, pior, tem eco e verossimilhança. Recomendo o filme para quem tem contato com adolescentes. Pena que não pude levar meu filho - seria ponto de partida para ótimas conversas.