Primeiro, os filmes que vi em casa:
1) "Qual é o seu número?" Hummmm.... fraquinho, fraquinho... nota 5.
2) "Vestígios do dia": belo filme, com um ótimo Anthony Hopkins. Bom para levantar a reflexão sobre o que cada um faz com sua vida a partir dos caminhos que escolhe e das decisões que toma (que, muitas vezes, torna a pessoa cega para tanta coisa em volta de si!). Nota 8.
3) "Um beijo roubado". Interessante, diferente pela direção/edição/montagem. Dirigido por Kar-Wai Wong. Só o elenco já é um colírio: Jude Law, Norah Jones, Rachel Weisz, Natalie Portman... Nota 7.
4) "Segredo em família", com Robert Duvall (excelente) e James Earl Jones. Bonito filme sobre... família. Gostei, nota 8.
5) "A outra" - história das irmãs Ana e Maria Bolena e seu relacionamento com o rei Henrique VIII da Inglaterra. O figurino é bonito, o elenco de peso... mas não consigo engolir esses filmes retratando histórias de séculos atrás com personagens de trejeitos, falas e comportamentos típicos de hoje que certamente não tinham lugar naquele tempo... Nota 6.
1) "Espelho, espelho meu". Apesar da insuportável Julia Roberts, o filme deve divertir a criançada. Curiosa a cena em que o rei faz um discurso: "Pelo poder de que fui investido por.... mim!"... Já que se tratava de uma monarquia absoluta, o poder não vinha do povo. Se fosse uma monarquia medieval, seria "investido por Deus" - o que o filme não ia por, né? Daí a brincadeira... Nota 6.
2) "A separação". Sensacional. Merece todos os elogios que têm recebido. Nem gosto de elogiar muito, porque alguém pode ficar com grandes expectativas e não achar lá essas coisas... Mas para que ama CINEMA de verdade, feito com base em uma boa história, diálogos inteligentes, conflitos bem trabalhados, atuações convicentes e um final sensacional (que resume a mensagem do filme), é imperdível. O filme não tem "efeitos especiais", e a trilha sonora quase não aparece. Há tempos me apaixonei pelo cinema iraniano, desde "O balão branco", um de meus filmes prediletos, cuja lista agora inclui "A separação". Nota 10.
3) "Xingu". É um bom filme, com bela fotografia. Tem seus méritos. Boa mostra do que era a filosofia desenvolvimentista do governo militar e a ação dos irmãos pioneiros da proteção ao índio. E confirma João Miguel (do ótimo "Estômago", outro filme imperdível) como um dos melhores atores brasileiros da atualidade. Nota 7.
4) "Habemus papam". Uma ideia sensacional, mas mal executada. Se o filme seguisse mais a linha do drama, que é estragado pelo exagero da comédia, poderia ser um filme fantástico. Saí decepcionado por causa da expectativa que tinha, mas vale a pena assistir. A parte inicial, que mostra a pompa e a suntuosidade do Vaticano e do conclave, com cenas belíssimas, é de arrepiar. Pena que o filme mude de tom, pois faz tempo que não aparece um filme interessante sobre os bastidores da eleição de um papa. Nota 6 para o filme, mas a experiência de assisti-lo vale um 9. Aliás, vi na confortabilíssima sala VIP do novo Itaú do Shopping Crystal, em Curitiba.
5) "Jovens adultos". Mais um bom filme. Muitos adolescentes de "Operação X", quando crescem, podem tornar-se um homem como o protagonista de "Shame", ou uma mulher como a protagonista de "Jovens Adultos". Este é um bom retrato do jovem vazio, criado num ambiente hedonista, desacostumado a ouvir "não" - e que acaba não aprendendo a lidar com o mundo, já que este mundo não pode dar o que pede seu incrível egoísmo, um egoísmo exacerbado que faz de tudo e de todos meros instrumentos para satisfação de seus desejos.
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