Monday, December 27, 2010

Gazeta do Povo - fazer um jornal é mesmo difícil...

De vez em quando, aponto aqui alguns erros da Gazeta do Povo, principal jornal do Paraná. Faço-o como crítica construtiva, já que a GP é o jornal que leio diariamente e do qual sou assinante (e de uma assinatura paga). Gosto da Gazeta, que tem ótimos jornalistas, muitos deles meus ex-alunos aliás, eh eh... E vários foram meus colegas de jornalismo diário.

O jornal conta com profissionais de primeira linha no jornalismo brasileiro, como é o caso de Mauri König e José Carlos Fernandes, para citar apenas dois, além de muitos outros nomes que têm feito um jornalismo digno de louvor (e até de prêmios nacionais). E tem um time de cartunistas que parece uma seleção nacional. Dois deles, especialmente, me encantam: Bennet e Tiago Recchia, que estão entre os melhores chargistas do país. O Caderno G (Cultura) também se destaca com excelentes profissionais etc. etc. Há muito que elogiar.

Portanto, não faço comentários ranhetas de leitor rabugento, mas “crítica de mídia”. E hoje resolvi “descer a lenha” (no bom sentido) em alguns textos da edição do último final de semana (sábado e domingo - edição dupla por causa do feriado de Natal). Lá vai...

O caderno Verão 2011 comete alguns pecadinhos na matéria “Para todos os bolsos e gostos”. A começar pelo chavão no título - apesar de todas as recomendações de evitar o uso de chavões que qualquer aluno de Jornalismo ouve ad nauseam durante o curso. A matéria apresenta opções de hospedagem durante a virada do ano no litoral paranaense. É dividida em três retrancas: “Pacote econômico”, “ Sossego perto da natureza” e “Sofisticação na virada”. A opção mais barata do tal pacote econômico é ficar em um camping por R$ 10 ao dia. Não é uma opção para “todos” os bolsos. Tem gente que não pode pagar isso, ainda mais que é preciso ter os apetrechos para camping. Quanto ao terceiro título, francamente... falar em “sofisticação” ao se referir aos hotéis da orla paranaense é pra lá de exagerado. Os melhores hotéis do litoral do Paraná oferecem algum conforto (o Guia Quatro Rodas os classifica como “médio conforto”) e realmente nada de “sofisticação”. Quem fez o título ou não conhece os hotéis ou não sabe o significado da palavra sofisticação.

No caderno Viver Bem, a reportagem “Quanto custa a felicidade?” é interessante, mas também escorrega em algumas coisinhas... Primeiro, por repetir assunto já tratado num ótimo texto de Mauri König. Talvez fosse conveniente pelo menos fazer referência à matéria anterior. Depois, apresenta uma lista de filmes que tratam da relação do dinheiro com a felicidade. A relação traz, entre 13 filmes, “Encontros e desencontros” - é forçar muito a barra dizer que o filme trata desse tema.

Por fim, a legenda de uma foto que ilustra matéria sobre sustentabilidade: “Antes de ir para o lixo, caixa de papelão e tampinhas de plástico viram brinquedos”. E depois vão para o lixo? No lugar de “Antes”, deveria estar “Em vez”. E o primeiro verbo também deveria estar no plural.

2 comments:

Anonymous said...

Adoro essas suas críticas... hahaha

Tomás Barreiros said...

Obrigado. Apareça sempre...