Visitei a exposição “Destaques do Fotojornalismo Internacional”, que reúne cerca de 100 de fotografias premiadas ao longo de 20 anos do Festival Scoop d’Angers (que acontece na França). Merece ser vista, não apenas pela qualidade técnica e informativa das fotos, mas também para uma reflexão sobre o ser humano. Muitas fotos são de tragédias humanas. Para mim, uma boa imagem da inviabilidade da nossa raça. Claro que há bolsões da fartura e tranqüilidade no planeta. Mas esse é mais um sintoma do problema do que um consolo, pois a fartura de uns se apóia na miséria de outros. Triste, esse bicho homem.
Visite a exposição (até 31/07) na Universidade Positivo (Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300, Campo Comprido, Curitiba – prédio da Pós-Graduação e Extensão). Vale a pena. Veja mais informações aqui.
Thursday, July 31, 2008
Monday, July 28, 2008
Um livro que precisa ser lido
“Narrativas de um correspondente de rua”: quando li esse ótimo livro do jornalista Mauri König, repórter especial da Gazeta do Povo, de Curitiba, confesso que senti justificado o pessimismo de quem olha o ser humano com um sentimento de descrença, como é o meu caso. Mas há verdades que precisam ser ditas, publicadas e proclamadas. E há verdades que só podem ser ditas por homens corajosos. E só podem ser adequadamente ditas por quem tem talento. No livro, Mauri mostra que tem a coragem e o talento necessários para dizê-las.
Por outro lado, e um tanto contraditoriamente, a obra (uma coletânea de reportagens, a maior parte premiadas, todas sobre tragédias humanas) pode dar alento e trazer um certo otimismo na consideração de que há gente capaz de olhar essa triste realidade e denunciá-la – o que já pode ser um começo de mudança. No mínimo, certamente várias dessas reportagens mudaram as vidas de seus personagens. Se não podemos devolver ao oceano – como naquela conhecida historieta – todas as estrelas do mar que secam na praia sob o sol forte, poderemos fazer toda a diferença para aquelas poucas que conseguirmos lançar ao mar.
O livro é um tapa na cara dos indiferentes, um soco na nossa indiferença. A própria capa – tão terrivelmente chocante e creio que por isso mesmo escolhida pelo próprio Mauri – é uma bofetada na indiferença. Faço votos de que o livro seja muito lido e sirva para combater o tão difundido crime da indiferença.
Por outro lado, e um tanto contraditoriamente, a obra (uma coletânea de reportagens, a maior parte premiadas, todas sobre tragédias humanas) pode dar alento e trazer um certo otimismo na consideração de que há gente capaz de olhar essa triste realidade e denunciá-la – o que já pode ser um começo de mudança. No mínimo, certamente várias dessas reportagens mudaram as vidas de seus personagens. Se não podemos devolver ao oceano – como naquela conhecida historieta – todas as estrelas do mar que secam na praia sob o sol forte, poderemos fazer toda a diferença para aquelas poucas que conseguirmos lançar ao mar.
O livro é um tapa na cara dos indiferentes, um soco na nossa indiferença. A própria capa – tão terrivelmente chocante e creio que por isso mesmo escolhida pelo próprio Mauri – é uma bofetada na indiferença. Faço votos de que o livro seja muito lido e sirva para combater o tão difundido crime da indiferença.
Narrativas de um correspondente de rua
Mauri König
Editora Pós-Escrito
Instituto Cultural de Jornalistas do Paraná
Universidade Positivo
Gazeta do Povo
336 páginas
R$ 30,00
Friday, July 25, 2008
Burrocracia
Um amigo foi aprovado no famigerado Exame de Ordem. Juntou os documentos necessários e foi à OAB pedir sua inscrição na entidade como advogado. A atendente alegou que estava faltando um documento: o certificado de aprovação no Exame de Ordem! Disse que "não tinha no sistema" a relação dos aprovados (que estava afixada num edital a três metros do balcão...) e que só poderia aceitar a solicitação de inscrição com a apresentação do certificado.
É como se alguém quisesse se associar a um clube e a atendente alegasse:
"Para isso, o senhor precisa apresentar um certificado de que pode ser nosso associado."
"E quem fornece o certificado?" - perguntaria o interessado.
"Nós mesmos. Seu nome está publicado nos jornais como aprovado - nós próprios mandamos a relação para os jornais, está também no nosso site. Mas enquanto o senhor não nos pedir um documento que ateste que sua associação pode ser solicitada, não podemos associá-lo."
Dá para entender?
É como se alguém quisesse se associar a um clube e a atendente alegasse:
"Para isso, o senhor precisa apresentar um certificado de que pode ser nosso associado."
"E quem fornece o certificado?" - perguntaria o interessado.
"Nós mesmos. Seu nome está publicado nos jornais como aprovado - nós próprios mandamos a relação para os jornais, está também no nosso site. Mas enquanto o senhor não nos pedir um documento que ateste que sua associação pode ser solicitada, não podemos associá-lo."
Dá para entender?
Thursday, July 17, 2008
Foto pirata?
Um jornal italiano (La Stampa) publicou foto do ator Daniel Dantas em matéria sobre o banqueiro homônimo. Vai ser processado. Isso cheira a jornalismo Control C + Control V, do tipo "pegar a foto na internet". Pode não ser o caso concreto (não pude identificar o crédito da foto pela internet), mas que isso acontece, não há dúvida. Tem "jornalista" que virou copiador. Gente que está cavando a cova da própria profissão...
Paraguai
Meu longo período de silêncio blogueiro se deve a mais uma viagem, desta vez ao Paraguai, de onde escrevo. Paraguai que já foi potência. Um país que tinha tudo para dar certo, mas que emperrou (depois da guerra que lhe deixou uma população reduzidíssima) em décadas de corrupção e desgovernos. País vítima do nosso preconceito - quem nunca ouvi (ou mesmo usou) expressões como "cavalo paraguaio", "produto paraguaio" e outras?
Ciudad del Este é um resumo do país. Tenho passeado por um bairro onde se vêem belas mansões cercadas por altos muros com cercas elétricas. Faz-me lembrar uma frase lapidar de Confúcio: "Num país rico, a pobreza é uma vergonha; num país pobre, a riqueza é uma vergonha."
A cidade é suja, faltam calçadas, a coleta de lixo é precária. O comércio legal e o ilegal vivem lado a lado, como a pobreza e a riqueza. Vi uma menina na rua, mendiga, de uns 14 anos, bonita. Chamava atenção - mais ainda por estar grávida. Triste.
Será que não há um país bem parecido do outro lado da Ponte da Amizade?
Ando pessimista. Não acredito na humanidade. O ser humano é péssimo. Nossa espécie não tem futuro.
Ciudad del Este é um resumo do país. Tenho passeado por um bairro onde se vêem belas mansões cercadas por altos muros com cercas elétricas. Faz-me lembrar uma frase lapidar de Confúcio: "Num país rico, a pobreza é uma vergonha; num país pobre, a riqueza é uma vergonha."
A cidade é suja, faltam calçadas, a coleta de lixo é precária. O comércio legal e o ilegal vivem lado a lado, como a pobreza e a riqueza. Vi uma menina na rua, mendiga, de uns 14 anos, bonita. Chamava atenção - mais ainda por estar grávida. Triste.
Será que não há um país bem parecido do outro lado da Ponte da Amizade?
Ando pessimista. Não acredito na humanidade. O ser humano é péssimo. Nossa espécie não tem futuro.
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