Meus comentários sobre filmes não têm qualquer pretensão de serem crítica especializada. Apenas uma opinião ligeira de alguém que a-do-ra ir ao cinema. Então, lá vão breves comentários sobre os que vi mais recentemente...
"Protegendo o inimigo" - Um filme honesto, que dá o que promete. Ação, tiros, explosões, correria, muita violência (nossa catarse cinematográfica...). Roteiro parecido com tantos outros, final igual a quase todos - mas, como diz minha colega Viviane Peixe, "o importante é a narrativa, não a história"...
"Jogos vorazes" - Para quem gosta de BBB, uma edição completa num só filme... Tem até o Boninho e o Bial. Mas nada de sexo, afinal, é para adolescentes! Se dizem que é o substituto do Harry Potter, está muito longo da riqueza das histórias do bruxo. É interessante a visão de futuro do filme: um mundo cheio de gente idiotizada, vivendo num regime ditatorial que dá circo, sem pão.
"Shame" - Pela primeira vez, minha impressão final vai no sentido oposto ao dos comentários sempre brilhantes do Marcio L. Santos (meu crítico predileto) em amoscabranca.com. Embora tudo que ele tenha dito sobre o filme "Shame" seja verdadeiro, a história me pareceu vazia, linear, chocha, sem revelações. Não acontece nada de inesperado. A situação-padrão de um viciado (qualquer que seja o vício) é sempre aquela retratada no filme. Não vi nada de novo ou diferente. A realidade é mais terrível que o filme. Quem já conheceu pessoas viciadas conhece o roteiro, sempre igual. Aliás, algo que me pareceu francamente mal colocado no filme é a cena em que ele cheira cocaína – isso tira totalmente a força do vício em sexo. Devo dizer também que fui influenciado pelo incômodo causado pelo ambiente do cinema: eu estava sozinho, cercado por casais jovens praticamente “se comendo” durante o filme, como se estivessem num filme pornográfico, numa espécie de “antiexpectativa” completa… Nada contra, adoro fazer o que eles fazem, mas nos locais e ocasiões apropriados. Os casais me pareceram francamente deslocados, o que me incomodou (assim como os ruídos típicos emitidos por eles durante o filme). Como pontos positivos do filme, as atuações e a capacidade de comunicar a angústia do protagonista.
"A condenação" - Gostei. Tem partes meio arrastadas, mas no geral vale a pena. Fazia tempo que não chorava no cinema - matei saudades das minhas lágrimas cinematográficas.
Outro bom filme é "Drive". O mais interessante é ver como um bom diretor pode dar o ritmo que deseja a um filme. O que mais me impressionou foi a qualidade da direção - além da boa atuação do protagonista.
"O artista" - Um belo filme, uma homenagem ao cinema, feita por um diretor que sabe o que é fazer um filme - tanto que fez um bom filme mudo e em preto e branco!
"A invenção de Hugo Cabret" - Outro belo filme, mais uma homenagem ao cinema (como "O Artista"). Vale a pena ver e divertir-se (sem esperar um "filmão", mas um filme bom de assistir). De passagem: é difícil fazer um filme com atores mirins, não é? Não é fácil achar alguém com o talento de um Haley Joel Osment, por exemplo (alguém que nos faça esquecer que estamos vendo um ator interpretando um personagem e prestar atenção apenas no personagem).
"Um dia" - Filme romântico com a Anne Hathaway. Nada de muito especial, mas assistível. Aliás, tem sim algo especial: Anne Hathaway, sempre agradável de ver.
"John Carter - Entre dois mundos" - OK, podem dizer que é totalmente inverossímel, cheio de falhas, elenco mais ou menos etc. etc.... Mas eu curti. Passei a infância lendo Edgar Rice Burroughs, e foi legal ver seus mundos fantásticos na telona em IMax 3D. Cinema é (também) diversão!
"Histórias cruzadas" - Tem cenas superexageradas? Tem. É permeado por passagens piegas? É. Assume vários "clichês"? Sim. Seus personagens são planos, talhados a partir de uma divisão maniqueísta de 100% bons x 100% maus? São. É um bom filme? Sim. E vale a pena assistir. Afinal, de tempos em tempos, precisamos de clichês, obviedades e exageros que nos lembrem algumas coisas importantes. Se isso é feito num belo filme, com algumas ótimas performances, melhor ainda.
Tuesday, March 27, 2012
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