Vejam só a capa da Folha de S. Paulo de hoje, 28/11. A manchete é: "Índia ataca terroristas e solta reféns", com grande destaque, subtítulo e foto. Na metade de baixo da página, um texto sobre as enchentes em Santa Catarina: "SC não tem mapeamento de áreas de risco".
Será que o caso da Índia é mais importante que a situação em SC? Qualquer jornalista decentemente formado sabe da importância do valor-notícia proximidade. Mas não, pelo visto, os da "gloriosa" Folha (jornal, aliás, que - não por acaso - faz campanha pelo fim da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão e que está entre os mais tendenciosos e parciais veículos da grande mídia brasileira. Não é "coincidência"...).
Por que casos como os de Eloá e Nardonis são tão aproveitados no sensacionalismo da grande mídia e a tragédia catarinense, que atinge milhares de pessoas de todas as classes sociais e é uma grande, grande desgraça, tão perto de nós, é tratada como tema secundário? Por quê?
Friday, November 28, 2008
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4 comments:
Porque a mídia só dá destaque para o que lhe convém. Qual vai ser a audiência para esse problema em Santa Catarina? Nenhuma, esse tipo de desgraça já é normal para a maioria dos brasileiros desocupados e alienados.
É uma pena que a Mídia seja tão seletiva quanto aos seus conteúdos. Isso não somente ocasiona a manipulação(enrustida sob uma falsa "seletividade"), mas o achatamento da mente da grande massa brasileira, que, acaba, demandando mais e mais do mesmo material. O que importa (ou o que é mais próximo) acaba ficando de fora.
Desculpe a invasão. Sou um estudante de Letras que encontrou seu blog através de um amigo há bastante tempo atrás. Venho acompanhando seus tetos. Bastante interessantes para mim
Um abraço
Parece que todos estão se acostumando pouco a pouco com catastrofes longes e por perto, não sei se é problema só da mídia e sim dos leitores também.
Muitas vezes noticia interessante é o que desperta a curiosidade do público, mesmo que de forma negra.
O "Shownalismo" está no (de dentro mesmo) seu auge. A abordagem está focada em estarrecer, não informar.
Cada nova notícia torna o público mais insensível ao que vê nos veículos de comunicação.
E, para continuar em cena, a saída é buscar a notícia mais chocante, o maior número de mortos, as maiores perdas, o mais bárbaro.
"O mundo é movido pelo amor, ao dinheiro" (frase holywoodiana). Se o ocorrido em SC vendesse jornais, subisse níveis de audiência e consternasse a população - como outrora - , com certeza a Folha já teria uma editoria cuidando do assunto.
Publicidade, dinheiro, lucro.
A vida é simples, "oxalá" fosse bela.
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André Filgueira
filgueira.a@gmail.com
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