O cujo está morrendo. Para os apreciadores da Língua Portuguesa, um motivo de tristeza. Está caminhando gradativamente rumo à extinção o uso dessa palavrinha cuja aplicação é tão útil e específica. Todo mundo já deve ter lido ou ouvido frases mais ou menos assim: "... uma pessoa de quem ela não sabia o nome..." no lugar de "... uma pessoa cujo nome ela não sabia ...".
No dia-a-dia da mídia, o assassinato do cujo é evidente. Um exemplo extraído das páginas de um diário: "... a eficiência do panfleteiro é medida pelo número de ligações para o telefone do qual é responsável pela divulgação." Não ficaria bem melhor com o uso do pronome moribundo? Vejamos: "... a eficiência do panfleteiro é medida pelo número de ligações para o telefone por cuja divulgação é responsável." É outra sonoridade!
Tuesday, October 14, 2008
Sunday, October 12, 2008
Rádio ao vivo
De todas as muitas coisas que fiz como jornalista (trabalhei em jornais diários e emissoras de televisão, criei veículos impressos, fiz assessoria de comunicação e atuei em rádio), o que mais me deu prazer até hoje foi aventurar-me no rádio. Tive a alegria de trabalhar na gloriosa Rádio Clube Paranaense (mais antiga rádio brasileira em funcionamento), produzindo, criando e apresentando programas informativos.
Fazer rádio ao vivo é uma delícia. Permite o contato imediato com o ouvinte, mantém um "pique" que faz circular a adrenalina no sangue e exige capacidade de improvisação. Por isso mesmo, a atividade está sujeita a escorregões. Não dá para voltar atrás em um erro. Isso é o que faz o profissional de rádio estar sempre "na ponta dos cascos".
Tive um exemplo disso recentemente. Quando morreu o ator Paul Newman, o boletim da BBC Brasil na CBN tratou do assunto. A apresentadora fez uma entrevista não-editada com um crítico de cinema sobre a carreira do ator. O crítico, comentando os prêmios de Newman, disse que sua indicação mais recente ao Oscar havia sido por sua atuação como ator coadjuvante no filme "Estrada para Perdição", de 2002.
A entrevistadora sai-se com esta: "Nossa! Mesmo atuando como coadjuvante ele foi indicado ao Oscar!" Educadamente, o crítico fez de conta que não percebeu. Mas os ouvintes provavelmente deram risada ou se admiraram do "enorme" conhecimento da moça sobre o assunto...
De passagem, um comentário: o serviço da BBC é disponibilizado gratuitamente para rádios brasileiras. Há outras emissoras, no Brasil e no exterior, que também oferecem serviços gratuitos para rádios espalhadas pelo país. Com isso, vão desaparecendo os correspondentes nacionais e internacionais. A visão de mundo que os ouvintes recebem passa sempre pelos mesmos filtros. Não há mais a visão particular de cada veículo, de acordo com os interesses e a cultura dos seus ouvintes. Tudo vem pronto - inclusive a ideologia embutida no noticiário...
Fazer rádio ao vivo é uma delícia. Permite o contato imediato com o ouvinte, mantém um "pique" que faz circular a adrenalina no sangue e exige capacidade de improvisação. Por isso mesmo, a atividade está sujeita a escorregões. Não dá para voltar atrás em um erro. Isso é o que faz o profissional de rádio estar sempre "na ponta dos cascos".
Tive um exemplo disso recentemente. Quando morreu o ator Paul Newman, o boletim da BBC Brasil na CBN tratou do assunto. A apresentadora fez uma entrevista não-editada com um crítico de cinema sobre a carreira do ator. O crítico, comentando os prêmios de Newman, disse que sua indicação mais recente ao Oscar havia sido por sua atuação como ator coadjuvante no filme "Estrada para Perdição", de 2002.
A entrevistadora sai-se com esta: "Nossa! Mesmo atuando como coadjuvante ele foi indicado ao Oscar!" Educadamente, o crítico fez de conta que não percebeu. Mas os ouvintes provavelmente deram risada ou se admiraram do "enorme" conhecimento da moça sobre o assunto...
De passagem, um comentário: o serviço da BBC é disponibilizado gratuitamente para rádios brasileiras. Há outras emissoras, no Brasil e no exterior, que também oferecem serviços gratuitos para rádios espalhadas pelo país. Com isso, vão desaparecendo os correspondentes nacionais e internacionais. A visão de mundo que os ouvintes recebem passa sempre pelos mesmos filtros. Não há mais a visão particular de cada veículo, de acordo com os interesses e a cultura dos seus ouvintes. Tudo vem pronto - inclusive a ideologia embutida no noticiário...
Wednesday, October 01, 2008
Como afundar um time
A triste situação do Atlético Paranaense se deve a uma série de erros. Nada melhor que analisar os erros passados para não os cometer de novo... Vamos à lista:
1) Dispensar Ney Franco. Este foi o primeiríssimo erro: demitir um ótimo técnico, honesto, franco (sem trocadilho) e de bom caráter. Se ele tivesse ficado, a situação do time não estaria tão ruim.
2) Não segurar bons jogadores. A diretoria alega que não tem condições financeiras para isso. A desculpa não cola - a mídia informa que o CAP é o clube mais superavitário do futebol brasileiro. Portanto, poderia ter segurado Alex Mineiro e Claiton, por exemplo - o que fatalmente teria garantido pelo menos o título paranaense.
3) Não contratar bons jogadores. Se olharmos a tabela dos artilheiros do Brasileirão, veremos na ponta Kleber Pereira, Alex Mineiro e Washington, todos consagrados na vitrine do CAP. Por que o Atlético não poderia contratá-los? Por que o Washington e o Kleber não voltaram para a Arena? Fluminense e Santos certamente não têm condições financeiras melhores que as do CAP.
4) Contratar errado. É incrível a quantidade de jogadores mal-contratados, a começar pelos jogadores em fim de carreira ou sempre machucados. Alberto, Gustavo, Júlio César e Joãzinho estão aí para comprovar: se recebessem por partida jogada, já estariam falidos.
5) Privilegiar aumento de patrimônio em detrimento da qualidade do time. De nada adianta uma maravilhosa arena sem um time à altura. O Atlético já tem o mais moderno estádio do Brasil. Conta com 20.000 sócios-torcedores que garantem uma boa renda. Se tiver um time campeão, terá retorno financeiro para terminar o estádio. Com um time pífio, de segunda divisão, verá o número de sócios e a renda dos jogos diminuir.
6) Falando em renda, outro erro craso: recusar a cota de R$ 1 milhão pelos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense. Atitude antipática, ridícula, que fez o clube perder a oportunidade de mostrar a todo o estado a série vitoriosa recorde no Paranaense, o que poderia ter rendido mais torcedores e simpatizantes.
7) Hostilizar a mídia, em episódios patéticos como a frustrada tentativa de cobrança pelos direitos de transmissão radiofônica das partidas e a proibição de ingresso da equipe da Transamérica.
Alguém se lembra de algum outro erro?
1) Dispensar Ney Franco. Este foi o primeiríssimo erro: demitir um ótimo técnico, honesto, franco (sem trocadilho) e de bom caráter. Se ele tivesse ficado, a situação do time não estaria tão ruim.
2) Não segurar bons jogadores. A diretoria alega que não tem condições financeiras para isso. A desculpa não cola - a mídia informa que o CAP é o clube mais superavitário do futebol brasileiro. Portanto, poderia ter segurado Alex Mineiro e Claiton, por exemplo - o que fatalmente teria garantido pelo menos o título paranaense.
3) Não contratar bons jogadores. Se olharmos a tabela dos artilheiros do Brasileirão, veremos na ponta Kleber Pereira, Alex Mineiro e Washington, todos consagrados na vitrine do CAP. Por que o Atlético não poderia contratá-los? Por que o Washington e o Kleber não voltaram para a Arena? Fluminense e Santos certamente não têm condições financeiras melhores que as do CAP.
4) Contratar errado. É incrível a quantidade de jogadores mal-contratados, a começar pelos jogadores em fim de carreira ou sempre machucados. Alberto, Gustavo, Júlio César e Joãzinho estão aí para comprovar: se recebessem por partida jogada, já estariam falidos.
5) Privilegiar aumento de patrimônio em detrimento da qualidade do time. De nada adianta uma maravilhosa arena sem um time à altura. O Atlético já tem o mais moderno estádio do Brasil. Conta com 20.000 sócios-torcedores que garantem uma boa renda. Se tiver um time campeão, terá retorno financeiro para terminar o estádio. Com um time pífio, de segunda divisão, verá o número de sócios e a renda dos jogos diminuir.
6) Falando em renda, outro erro craso: recusar a cota de R$ 1 milhão pelos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense. Atitude antipática, ridícula, que fez o clube perder a oportunidade de mostrar a todo o estado a série vitoriosa recorde no Paranaense, o que poderia ter rendido mais torcedores e simpatizantes.
7) Hostilizar a mídia, em episódios patéticos como a frustrada tentativa de cobrança pelos direitos de transmissão radiofônica das partidas e a proibição de ingresso da equipe da Transamérica.
Alguém se lembra de algum outro erro?
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